Não são muitas as praias para se praticar o naturalismo no Brasil. Ao todo, são oito oficiais. Uma delas, a de Abricó, fica no Parque Municipal do Grumari, na cidade do Rio de Janeiro. Pesquisas apontam que já na década de 1940 alguns cariocas utilizavam as areias de Abricó para a vivência do naturismo.
Luz del Fuego, famosa dançarina, atriz e escritora feminista, que fundou o primeiro reduto naturista da América Latina e é considerada a primeira nudista do nosso país, frequentava a praia de Abricó na década de 1950.
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“Essas datas fazem com que algumas pessoas defendam que Abricó é a primeira praia de nudismo do Brasil. Contudo, a praia do Pinho, em Balneário Camboriú (SC), já contava com uma associação de naturalistas em 1986, o que dá a esta o crédito pelo pioneirismo. Abricó só foi oficializada por lei em 2014“, destaca o pesquisador Sérgio Mattos.
Durante os anos 1970, refletindo manifestações que aconteciam em outros países do mundo e com a construção da Avenida Guanabara, que dá acesso à Praia, o número de naturalistas em Abricó subiu muito.
Nas décadas de 1980 e 1990, sobretudo após a organização que se deu na Praia do Pinho, em Santa Catarina, em 1986, foram muitas tentativas de oficializar legalmente a prática do nudismo em Abricó, mas nada foi concretizado nessa época.
“Naturismo é ser natural. O naturismo tem como finalidade promover um modo de vida mais natural e saudável, dirigindo suas preocupações para o meio ambiente, para a saúde física e mental e para a alimentação”, informa um comunicado da ANA, Associação Naturalista de Abricó.
Contudo, nem tudo são flores na Praia de Abricó. Muitas pessoas não respeitam o código de ética defendido pelos naturalistas, o que desagrada banhistas. “A presença da Guarda Municipal ou da Polícia Militar ajudaria bastante. Nossa fiscalização é na base do bom senso, mas nem sempre as pessoas respeitam“, afirma Valentim, naturalista carioca, em entrevista ao Estadão.
Aos sábados, domingos e feriados não chuvosos, a nudez se faz necessária para todos os frequentadores da Praia de Abricó, inclusive para vendedores ambulantes e fixos. Nos demais dias da semana o uso de roupas é opcional, porém não recomendado.
“Não há problemas de violência ou assalto. A praia é muito tranquila. Aqui o problema maior é a quebra do código de Ética do naturismo feita por alguns visitantes. Infelizmente muitas pessoas não entendem a filosofia naturista e acabam tendo atitudes desagradáveis e inadequadas a um local público. Não quer dizer que sempre você encontrará ambiente deste tipo, porém a possibilidade é muito grande. Nem a Guarda Municipal do Rio de Janeiro ou a Polícia Militar do Estado do Rio têm demonstrado interesse em patrulhar a área de maneira adequada, colocando, como solicitado, agentes fixos na areia da praia“, pontua a ANA.
Muitas vezes, os membros da Associação Naturalista de Abricó – ANA – são os responsáveis por fazer valer, na medida do possível, o código de ética naturalista.
A Praia de Abricó, que tem acesso pela Avenida Guanabara, no Grumari, não é a única praia destinada à prática de naturismo do estado do Rio de Janeiro. Na Olho de Boi, em Búzios, também pode praticar nudismo.
[…] Praia de Abricó | Foto via […]
Sou obrigado a ficar nu em Abricó, ou posso ficar vestido, desde que eu tenha respeito pela nudez alheia?
Não se frequenta uma praia de naturismo para ver as pessoas nuas…é uma filosofia de vida, ou seja, se Naum quer ficar nu pq vai visita-la???Não tem cabimento!Vi que nessa praia não é muito respeitado esse código de ética, uma pena!
Sim.
Uma pessoa socialmente saudável, inteligente, escolhe sua praia para compartilhar com os demais visitantes. No Brasil há milhares de praias para quem gosta de usar roupa. Quem usa roupa, e é socialmente saudável, escolhe entre essas quase infinitas opções.