Morar num apartamento na Orla de Copacabana ainda é o sonho de muita gente. Todavia, essa prática só começou após a construção do Edifício Lellis. As obras do Edifício Lellis-São Paulo (que é o nome que se dá ao conjunto dos dois prédios gêmeos, o primeiro de esquina com a Atlântica, o segundo com a Domingos Ferreira, sua primeira transversal) começaram em 1928. O estilo eclético da fachada chama a atenção pelo requinte de seus detalhes arquitetônicos; seu interior, mais pro Art Déco, foi fotografado recentemente pela página Rio – Casas e Prédios Antigos.
O Edifício Lellis foi construído pelo comerciante Domingos Lellis. Ele fez a parte da frente do Edifício, de frente pro mar – o trecho que se chama Lellis – para morar com a família. O outro pedaço da edificação, com frente para as ruas Domingos Ferreira e Barão de Ipanema, se chama São Paulo, mas em homenagem a cidade onde Domingos fez fortuna, não por causa do santo como muitos imaginam.
Ainda vivendo na cidade de São Paulo, Domingos Lellis construiu um palacete Lellis. É uma belíssima construção, mas hoje é em uma área menos nobre da capital paulista, se for comparado ao xará carioca, que segue na ‘crista da onda’ em Copacabana, com seus 9 andares de pé direito alto e apenas 18 apartamentos.
O prédio na orla carioca foi inaugurado em 1931. Na época foi chamado, inicialmente, de Palacete São Paulo. “Esta tradição de chamar edifícios de palacetes era comum até a primeira metade do século XX”, destaca Leonardo Ladeira, da Coluna do Patrimônio Histórico, no site Rio e Cultura. Inaugurado com 8 andares, dez anos mais tarde ganhou o nono andar, onde hoje existe um amplo terraço comum que é uma espécie de mirante dos moradores.
Muitos dos prédios (ou palacetes) clássicos de Copacabana, alguns vizinhos do Edifício Lellis, foram demolidos para que novas construções fossem erguidas, como ocorreu com o velho Cinema Rian e o Palacete da família Paranaguá, imensa mansão que ficava na esquina oposta.
Um dos moradores mais famosos do Lellis foi o médico e primeiro reitor da Universidade do Distrito Federal (UDF), atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rolando Monteiro, que morava no apartamento térreo de frente, recentemente vendido e que passa por uma reforma – é o único apartamento da orla com um jardim exclusivo de frente pro mar.
“O Lellis, de Copacabana, tem um magnifico terraço para festas, com vista para o mar. São apenas dois apartamentos por andar, o que torna o prédio bastante exclusivo. O elevador, com espelhos belgas e feito de jacarandá é considerado um dos mais bonitos da cidade“, afirma Claudio Castro, atual síndico do Lellis.
Uma marcante característica do prédio é seu imenso hall de elevadores que existe em cada andar, com vista para o Mar e o posto 6, e piso de ladrilhos hidráulicos que formam mosaicos. O prédio tem segurança e porteiros 24 horas, e teve toda sua rede elétrica trocada recentemente, com direito a um grande aumento de carga e a construção de novos ramais elétricos com aterramento.
O edifício tem uma Fan Page no Facebook com mais de 5.000 fãs e muitas fotos do prédio em épocas diversas, após uma pesquisa documental levada a termo pelo condomínio. Confira aqui.
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Recentemente o Lellis passou por uma reforma que valorizou ainda mais os detalhes arquitetônicos e sua bela história: inclusive contou com a reprodução de seus antigos portões que haviam sido perdidos há muitos anos para a ferrugem. Novos portões foram executados pelo condomínio nos mesmos moldes e segundo o projeto do célebre arquiteto que projetou o edifício. O portão foi produzido na Itália e montado no Rio Grande do Sul.
Recentemente o Lellis descobriu um “tesouro” escondido, e noticiamos aqui. Uma linda grade original da construção do prédio, trabalhada em ferro fundido, foi encontrada durante o restauro da marquise do prédio.
òtimo artigo. Parabéns pelas informações trazidas