História do Elevado da Perimetral

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Início da construção do Elevado da Perimetral nos anos 50

Uma construção que divide opiniões. E Que já dividiu a cidade como um “Muro de Berlim”, de acordo com o prefeito Eduardo Paes. De “monstro que deixou o Rio feio” a “solução necessária”, o Elevado da Perimetral agrega muitas histórias.

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Com mais de meio século no mercado imobiliário, a Sérgio Castro Imóveis aprova construções que coobaram para o desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro.

O primeiro esboço conceitual de construção da Perimetral é 1946. O projeto é do antigo Departamento de Urbanismo da prefeitura. A ideia era uma via sem qualquer elevação. No entanto, essa proposta acabou sendo abandonada pelos órgãos competentes.

Construção da Perimetral -

Alguns especialistas dizem que se esse primordial projeto tivesse sido implantado, parte da memória do Centro histórico do Rio poderia ter sido preservada e a Perimetral não precisaria ser eliminada décadas mais tarde.

Mercado Central da Praça Quinze

O Mercado Central da Praça Quinze, inaugurado em 1907 e que por muito tempo foi o maior centro de abastecimento de pescados, frutas e verduras do Rio de Janeiro, ainda poderia existir se o primeiro projeto da Perimetral fosse executado”, contou o historiador Maurício Santos.

Restaurante Albamar

Dos arredores desse histórico mercado, que começou a funcionar durante a gestão do prefeito Pereira Passos, só sobrou o restaurante Albamar – que já foi matéria do Diário do Rio.

Em 1955, surgiu uma segunda versão do projeto da Perimetral. Esse desenho já contava com trechos elevados. Foi assim que a via expressa seguiu por baixo do Mosteiro de São Bento e foi elevada por cima da Avenida Rodrigues Alves.

Perimetral, jornal da época

O primeiro trecho foi inaugurado em 1960, interligando as avenidas General Justo e Presidente Vargas. Depois disso, o projeto só foi retomado em 1968. Essa via foi estendida até a Rodrigues Alves. Mas tudo isso foi feito em etapas, levando mais tempo do que deveria.

Gradil Perimetral

O problema é que os militares não autorizaram a passagem de um túnel tão próximo ao Arsenal de Marinha. Eles liberaram a construção em forma de elevado, mas exigiram a colocação daquelas grades de proteção que até hoje existem para evitar que objetos caíssem lá embaixo. Com isso, o projeto precisou de mudanças, atrasando o cronograma”, disse, em entrevista ao jornal O Globo, o engenheiro Emílio Ibrahim, então secretário de Obras, que entregou o segundo trecho da Perimetral.

Construção da Perimetral - JB

Assim surgiu a via que era uma das mais importantes da cidade. A Perimetral permitia acesso direto ao Aeroporto Santos Dumont e à Ponte Rio-Niterói, além de interligar a própria ponte, a Linha Vermelha, a Linha Amarela, a Rodovia Washington Luís, a Via Dutra, a Antiga Estrada Rio-São Paulo e a Rodovia Rio-Santos, garantindo, também, ligação direta com a Baixada Fluminense, a zona norte, a zona sul, a zona oeste e, opcionalmente, ao centro carioca.

Engarrafamento da Perimetral

Depois de finalizada, as décadas passaram e a Perimetral, que surgiu como solução para o trânsito do Rio de Janeiro, seguiu de pé. Entretanto, de acordo com algumas análises, em alguns casos, o próprio Elevado provocava os engarrafamentos.

Avenida Rodrigue Alves

Houve uma falha de projeto, com a inclusão de duas alças de acesso ao viaduto, uma na Avenida Rodrigues Alves, em direção norte, e outra na Candelária, em sentido sul e a menos de quinhentos metros do final do viaduto, de modo que as duas inclusões produziam um efeito de afunilamento ou gargalo”, frisa um estudo sobre o Elevado da Perimetral.

Praça XV com a Perimetral

Outra crítica ao Elevado era em relação à estética. Muitas pessoas diziam que a construção bloqueava a vista da cidade, tanto de quem estava chegando ao Rio de navio, quanto de quem estava na terra e queria ver o mar.

Luiz Paulo Conde

No final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, a ideia de derrubar o Elevado da Perimetral passou a ser constante. A partir da gestão do ex-prefeito Luiz Paulo Conde (1997-2000), o projeto passou a ser debatido com frequência. Contudo, faltavam recursos. Em 2010, com as parcerias que possibilitaram a revitalização da Zona Portuária, essa ideia pôde começar a sair do papel.

A proposta era iniciar as demolições da Perimetral já em 2011. No entanto, isso acabou sendo adiado. Então, a demolição foi feita por partes, sendo a primeira efetuada em 2013 e a última implosão realizada em 2014.

Jardins Suspensos da Perimetral

Vi muita gente propor a construção de jardins suspensos ao invés da demolição do Elevado Perimetral. Talvez, se fosse um projeto bem feito, poderia ficar bom. Mas é suposição, essas coisas só dá para saber mesmo quando acontecem de fato“, opina a arquiteta e pesquisadora Camila Braga.

Suspeitos do Roubo das Vigas da Perimetral

Em 2013 aconteceu algo, no mínimo, curioso. Nesse ano, cinco vigas (de 40 metros de comprimento, 60 de largura e cerca de 20 toneladas), que haviam sido removidas nos trabalhos de demolição da Perimetral, simplesmente sumiram de um terreno cedido à Prefeitura do Rio para guardar esse material. As investigações sobre o caso seguem sendo realizadas e ainda não têm data de encerramento.

Praça XV sem a Perimetral

Mesmo após ter sido demolido, o Elevado da Perimetral segue dividindo opiniões e gerando histórias. As memórias, boas ou ruins, sempre ficam.

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