Os defensores da não-concessão do Canal do Jardim de Alah organizam, na tarde de domingo (02/07), uma exposição com fotos de como seria o local despoluído. As imagens desenvolvidas com a ajuda de Inteligência Artificial desenham o espaço como um equipamento de lazer e cultura para os cariocas, com águas translúcidas e próprias para o banho. A mostra acontece no Alalaô Kiosk, no Arpoador, na Zona Sul do Rio, das 15h30 às 19h. A informação é da Veja Rio.
As fotos foram inspiradas nas características das obras dos ícones que construíram o melhor da arquitetura e da paisagem cultural carioca, como Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi, Roberto Burle Marx, Affonso Reidy, Benedicto de Barros e Sergio Bernardes.
A exposição de fotos, que acompanha dados técnicos de uma pesquisa realizada pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, foi pensada para, de maneira leve, abrir um canal de discussão sobre a importância do Jardim de Alah para a vida da Lagoa Rodrigo de Freitas.
“Não faz sentido a Prefeitura do Rio licitar o Jardim com um canal fedorento” comentou o arquiteto e urbanista Pedro Évora, que organiza o evento com o economista Mauro Viegas Neto e o produtor cultural Marcus Wagner, do Alalaô Kiosk.
E no evento, estarão presentes no local especialistas e representantes que se preocupam com o futuro da Lagoa Rodrigo de Freitas, como o biólogo Mário Moscatelli. O conteúdo técnico da exposição baseia-se nos estudos de Paulo Rosman que é professor da COPPE e engenheiro civil com ênfase em obras hidráulicas e saneamento, que há trinta anos se debruça sobre o tema. Ele afirma que desde 1920 a Lagoa é asfixiada pelo estreito canal, que é insuficiente para o seu fluxo hídrico.
Por conta do assoreamento aos longo das décadas, ele não atende nem 20% da demanda de troca hídrica e vive entupido. O paliativo encontrado para sua desobstrução foi a instalação de retroescavadeiras que ficam de plantão no local. A retirada das areias movidas pelo mar para a boca do canal já chega a cerca de 1,5 milhões de metros cúbicos das praias de Ipanema e Leblon ao longo de meio século. Os defensores da obra alegam que para resolver definitivamente o problema, é preciso alargar o canal ou colocar quatro dutos subterrâneos para fazer a ligação.