Rodou a notícia da intenção do deputado federal Marcelo Freixo, do PSB, candidato a governador do estado, de convencer o colega Alessandro Molon a desistir da candidatura ao Senado, porque com ela, ele atrapalha a candidatura do também deputado, hoje estadual, André Ceciliano (PT), ao Senado.
Ou seja, Marcelo Freixo quer reduzir as alternativas que o eleitor do estado tem para votar. Essa tem sido a prática dos políticos na relação deles com os eleitores. Para conseguir o resultado que lhe interessa, Marcelo Freixo busca o caminho fácil de retirar candidaturas.
Toda vez que temos eleições, dois ambientes se movimentam. O da política e do povo. Como tem candidato que prefere diminuir os riscos de não ser escolhido pelos eleitores, na política ele retira, impede ou redireciona os adversários.
O deputado Alessandro Molon já foi vítima de um processo parecido, quando Jorge Picciani, para impor a vontade dele ao Eduardo Paes, levou o PMDB para uma aliança com o PT. Molon ficou entusiasmado, mas alguma coisa mudou nas conversas entre Picciani e Eduardo, que já com prazo de desincompatibilização vencido, saiu candidato. Molon seguiu adiante sozinho, cristianizado por Lula.
Antes disso, tivemos, em 1998, o caso Vladimir Palmeira. Ele seria candidato ao governo do estado pelo PT e o eleitor poderia tê-lo como opção ao voto no Garotinho. Lula, de Brasília, retirou a candidatura do Vladimir e fez de Benedita, candidata a Vice-Governadora do Garotinho. Depois arrependeram-se os dois, mas, aí, o eleitor já tinha decidido do jeito que pode decidir.
Sérgio Cabral, Eduardo Paes e agora Cláudio Castro aprenderam que existe um modo de evitar esse tipo de desgaste: colocam todos os partidos embaixo das asas – e cargos existem para todos – e com isso, evitam surpresas, ou seja, que o eleitor tenha alternativas a eles e aos candidatos que a eles interessa.
Um dia bom para a política será aquele em que o eleitor tenha mais alternativas de escolhas, porque isso lhe dará a vantagem de não precisar votar no menos ruim ou eximir-se de votar, por não gostar da ideia de não poder escolher o melhor.
Do jeito que a coisa vai, pode chegar o dia de, no Rio de Janeiro, cidade e estado, os políticos conseguirem a proeza de uma candidatura única. Aí, isso somado ao fato de os votos brancos e nulos valerem zero, teremos candidatos com risco também zero.
Quem sabe?
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.