Jackson: O Problema é Escolher o Vice

Jackson Vasconcelos compara o processo de escolha de vice de Cesar Maia em 2004 com o atual de Eduardo Paes

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Eduardo Paes e Cesar Maia em 1992

No ambiente onde só os políticos e a imprensa se movimentam, as campanhas para as prefeituras e câmaras municipais já começaram. Muita gente desse grupo tem como certa a reeleição de Eduardo Paes e debate-se quem será o candidato a Vice-Prefeito na chapa dele. O povo entrará em campo mais tarde e dirá se concorda com tudo isso.

A posição de vice-prefeito na chapa de Eduardo Paes é importante por estar na cabeça de todos os agentes políticos e da imprensa a certeza de um mandato de dois anos para ele, que, poderá deixar a função em 2026 para ser candidato a governador. A especulação me lembra a campanha de 2004, quando Cesar Maia disputou a reeleição para o terceiro mandato.

Cesar Maia venceu no primeiro turno, depois de adotar a estratégia de amedrontar os cariocas com a possibilidade de ir ao segundo turno contra Crivella e lá ter o risco de ser derrotado. Cesar tinha apreensão com o segundo turno e o desejo de cumprir apenas dois anos de mandato para ser candidato a governador do estado, uma desforra pela derrota em 1998. Algo semelhante pode estar na estratégia ou só intenção de Eduardo Paes.

Para tanto, Cesar Maia precisava que o vice-prefeito que assumiria o lugar dele fosse alguém da confiança do grupo. Falou-se que Ronaldo Cezar Coelho encabeçava a lista de preferências. Mas, no caminho do Cesar Maia houve uma pedra, chamada Denise Frossard, filiada ao PSDB, partido do Ronaldo Cézar Coelho. Denise apresentou-se para a disputa pela prefeitura, com a chancela de Marcello Alencar, Presidente do PSDB no estado.

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A candidatura de Denise Frossard para a prefeitura do Rio tiraria tempo de TV do Cesar Maia e colocaria em risco a possibilidade de ele vencer no primeiro turno. Cesar, então, entrou em campo para retirar a Denise. Lutou muito. Conseguiu, mas precisou aceitar o deputado Otávio Leite na posição de Vice. Cesar engoliu em seco, mas não engoliu o sapo. Colocou-o numa panela de banho-maria e sabe-se como são os sapos numa água que esquenta aos poucos.

Bem, quem será o vice-prefeito do Eduardo Paes? Anielle Franco? Deus nos livre disso. Adilson Pires de novo? Nossa Senhora! Enfim, a escolha do candidato a Vice-Prefeito na chapa do Eduardo Paes pode ser um forte argumento de batalha dos adversários dele. Pode ser o ponto fraco na estratégia.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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5 COMENTÁRIOS

  1. Que general, delegado ou empresário embusteiro seria o vice dos sonhos do Diário do Rio para a chapa do Paes?

    Aliás, assim como na eleição para governador em que esse jornal fez editorial a favor do Cláudio Castro, eu gostaria de saber o candidato de preferência desse jornal para a prefeitura.

    Um dos pontos fortes desse jornal é que aqui não tem isso “imparcialidade” e toda essa baboseira de isenção.

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