Jackson: Pedro Duarte abriu o verbo

Jackson Vasconcelos fala sobre o vídeo em que Pedro Duarte chama Claudio Castro de bandido e sobre a pesquisa que mostra impopularidade do governador

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Pedro Duarte discursando na Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Foto: Divulgação

O vereador Pedro Duarte do Partido Novo, única voz de oposição ao governo do Prefeito Eduardo Paes na Câmara Municipal, cresceu o tom para falar sobre os 100 dias do cidadão Cláudio Castro no governo do estado. Ele partiu para dentro da pessoa física. Sobre Cláudio Castro, ele disse, é “um bandido!” e fez uma pausa para responder ao olhar alegre, mas estupefato, do rapaz que está com ele na tela: “Ué, mas é bandido. Secretariado horroroso, de gente que já foi condenada, gente envolvida com problemas; dos clãs das milícias que tomam o poder do Rio de Janeiro(…). Uma junção de tudo o que há de podre; um chorume“. Ele terminou a fala preservando alguns componentes do governo, que ele não citou pelo nome, mas que elogia pela ingenuidade.

@pedroduarterio BANDIDO! Essa é a minha análise sobre o governo Cláudio Castro no Rio de Janeiro! E você? Concorda? Comenta aqui o que você acha do governo Cláudio Castro! Compartilha esse vídeo! #pedroduarte #fyp #rj #riodejaneiro #governador #claudiocastro ? som original – Pedro Duarte

Em nome de quem falou Pedro Duarte? Será que ele agiu para, simplesmente, chancelar o que disse Paulo Ganime na campanha para o governo do estado? Paulo foi candidato pelo partido de Pedro Duarte. Ah! mas, faz tempo que a campanha acabou. Será uma implicância do vereador com o Secretário Rafael Picciani, único citado nominalmente por ele para representar o compromisso de Cláudio Castro com um modelo ruim de fazer política? 

Só o próprio Pedro Duarte é capaz de dizer o motivo e o objetivo dele com as acusações e denúncias que fez. No entanto, Pedro Duarte, certamente, não está sozinho, Ele falou o que eu tenho ouvido à boca pequena, quando faço referência ao governo do estado que, para mim ainda é a esperança de ser o ponto de inflexão na curva de queda das expectativas negativas da população na relação com os políticos locais. Fala-se que Cláudio Castro não cumpriu as garantias que deu ao povo de se eleito, organizar uma equipe de governo só com gente comprometida com o futuro e bem diferente daquela formada pelas composições políticas que tornavam possível um governo legal, mas ilegítimo, pois fruto do impeachment do governador eleito.

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Certamente, o governador Cláudio Castro e a equipe dele não gostaram nada, nada, do que disse Pedro Duarte, mas alguma coisa, de fato, não anda bem na relação dos eleitores com o governo, é o que mostra a recente pesquisa apresentada ao público pela Prefab Future, único instituto que apontou a vitória do governador no primeiro turno. Ipec e Datafolha erraram redondamente. Outros também.

A pesquisa Prefab foi publicada pelo Diário do Rio e divulgada pelo Podcast Eleições há pouco mais de uma semana. Ela aponta uma rejeição ao governo Cláudio Castro, de 51,4% dos eleitores ouvidos, percentual impressionante para um governo que em outubro venceu a eleição no primeiro turno com 58,69% dos votos válidos.

Mas, Cláudio Castro foi recompensado com a entrevista que a Folha de São Paulo fez com ele e publicou na sexta-feira da Paixão. O governador mostrou-se um líder político maduro e consciente do desafio que está posto a ele de, de fato, inverter a direção da curva de declínio que tem empurrado a marca Rio na direção de um precipício sem fim.

Ao fim de tudo isso, têm-se a imagem de um personagem capaz de fazer um discurso moderno ao embalo de um governo composto por algumas pessoas que, num passado ainda recente, andou por governos que não deixaram saudades. Gente que chama Sérgio Cabral de Serginho e anda a ouvir os conselhos dele para ter sucesso na política.

A eleição posicionou Cláudio Castro diante de uma placa que indica duas direções: uma rumo ao passado e outra rumo ao futuro. Não há uma terceira estrada, pois na política o purgatório ocupa o mesmo lugar do inferno. Para que lado irá ele? Tomara que as notícias oferecidas pelo discurso duro do vereador, pelas tabelas da Prefab e por gente que, no governo e fora dele, anda à boca pequena a criticá-lo pelas composições políticas com o passado, não sejam recebidas com má vontade pelo governo, mas como um alerta. O povo do estado precisa que assim seja. 40,3% da população ainda tem esperança. Eu estou entre eles.

Ainda há tempo para voltar à bifurcação e entrar na estrada rumo ao futuro. Os obstáculos ainda são fáceis de vencer.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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2 COMENTÁRIOS

  1. Texto interessante, mas acredito que, além do que fala o deputado, temos o caso que foi apagado da mídia que foi as véspera da eleição de corrupção em uma fundação do estado. Voltarmos a ver reportagem investigativa e não somente clipagem de sites, talvez caia mais coisas por aí que desconhecemos.

  2. Se tivéssemos muito mais Pedros Duartes e Paulos Ganimes na nossa política, com certeza absoluta, estaríamos muito, mas MUITO melhores do que estamos. Conheça bem quem vc vota para legislar ou governar para depois não se arrepender, pois a bandidagem sabe que é fácil enganar eleitores desavisados com mentiras e depois de eleitos já era…

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