Jackson: PSDB. Ursos ou tucanos?

Jackson Vasconcelos fala das dificuldades que Aspásia Camargo encontra para reorganizar o PSDB no estado e em especial na Cidade do Rio de Janeiro

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Foto de Jonny Lew - Pexels

Tenho notícias das dificuldades que Aspásia Camargo encontra para reorganizar o PSDB no estado e em especial na Cidade do Rio de Janeiro, pela proximidade que tem Eduardo Paes com alguns tucanos de relevo pousados na Executiva Nacional. Conversei sobre o assunto com Quintino, bússola dos movimentos políticos no Rio.

Por grande sorte, o PSDB chegou à Presidência da República e ao governo do estado, no Rio de Janeiro, em 1994. Na presidência, com Fernando Henrique Cardoso; no governo do Rio, com Marcello Alencar. A trajetória do PSDB rumo ao poder começou com o impeachment do presidente Collor, derrotado pelo som dos gritos e do barulho das panelas de uma minoria infernal, algo parecido com o que fizeram os 300 homens de Gideão contra os milhares e milhares de midianitas. O Congresso Nacional homologou Itamar Franco, que entrou no palco cambaleando. Para não cair, ele segurou-se no PSDB e convocou Fernando Henrique Cardoso, que ressuscitou os autores do Plano Cruzado e com eles mais experientes pela derrota, fez o Plano Real.

Fernando Henrique governou por oito anos. Itamar Franco acreditou que seria por apenas quatro. Só que ele não sabia que Fernando Henrique era o seu amigo-urso.

Marcello Alencar também governou por quatro anos apenas, porque vítima da estratégia desastrosa de Cesar Maia, Garotinho derrotou César e atropelou Marcello Alencar.

Em 2004, na campanha pela Prefeitura do Rio, Marcello Alencar teve a oportunidade de dar o troco no Cesar Maia. Não quis. Preferiu ele mesmo ser amigo-urso da Denise Frossard e fez um acordo com Cesar Maia para ter a Vice Prefeitura. De fato, teve, mas só a vaga na chapa de candidato. Otávio Leite, vice, ficou com o gabinete, o café nas audiências e mais não conseguiu. Cesar estrangulou-o.

O PSDB no Rio de Janeiro foi minguando, minguando, até voltar para as mãos de Cesar Maia e sumir quase de vez. Cesar Maia é um demolidor de partido. Dos melhores! Aspásia Camargo resolveu assumir o desafio de recuperar o PSDB. Ela acreditou que os amigos-ursos, por aqui fantasiados de tucanos, tinham desaparecido. Que nada. Há quem tenha como certo que elas apenas hibernam.

Mas, o jornal digital Metrópoles afirma que os ursos não hibernam. Fez isso na coluna Bichos publicada no dia 17 de maio com a manchete “Urso realmente hiberna? A resposta pode surpreender“, Gabriela Francisco relata a aparição de um urso polar em atividade, em pleno período de inverno, ocasião em que ele deveria estar hibernando.

O mesmo jornal, em outra coluna, na do Guilherme Amado, noticiou um encontro estranho a Aspásia Camargo, entre o Presidente Nacional do PSDB, governador Eduardo Leite, Tasso Jereissati e o Secretário Municipal do Eduardo Paes, Chicão Bulhões, para tratar da campanha de 2024 na Cidade. Guilherme Amado joga Eduardo Leite e Jereissati contra Aspásia Camargo e a favor de Eduardo Paes.

 A manchete da matéria é: “O desejo de Eduardo Leite para o futuro do PSDB no Rio de Janeiro – O governador do RS, Eduardo Leite, almoçou com Chicão Bulhões, secretário de Eduardo Paes“. É bem possível que seja verdade, a intenção dos amigos-ursos, Eduardo Leite e Jereissati de abraçaram Aspásia, afinal de contas, esse tem sido o histórico do PSDB tanto aqui, como em todos os lugares.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.

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