Hélio Fernandes, um dos maiores jornalistas da história do Brasil, morreu, aos 100 anos de idade, nesta quarta-feira, 10/03. Segundo a família, Hélio teve uma morte tranquila, serena. A causa ainda não foi divulgada. Ele será cremado nesta quinta, 11/03.
Hélio, irmão de Millôr Fernandes, começou a trabalhar como jornalista na revista O Cruzeiro, quando tinha 13 ou 14 anos de idade. Em seguida, foi chefe da seção de esportes do Diário Carioca, onde chegou ao cargo de secretário, semelhante ao atual editor. Quando o jornal fechou, foi ser diretor da revista Manchete.
Depois disso, Hélio passou por muitos dos grandes e históricos veículos da imprensa brasileira. No começo da década de 1960, Hélio Fernandes adquire o jornal Tribuna da Imprensa, fundado alguns anos antes por Carlos Lacerda agora governador do estado da Guanabara. Muitos jornalistas importantes dessa época ganharam destaque com ele, como Paulo Francis e Sebastião Nery.
Após o AI-5 em 1968, foi preso várias vezes, inclusive no DOI-CODI, afastado compulsoriamente do Rio de Janeiro se viu obrigado a passar períodos de exílio interno em Fernando de Noronha e em Pirassununga(SP). Diferentemente de outros donos de jornal, Hélio nunca aceitou a censura e jamais deixou de tentar publicar as notícias do período. Seu jornal foi o que mais sofreu intervenção durante a Ditadura Militar: teve mais de vinte apreensões e censores instalados dentro de seu prédio por dez anos e dois dias.
A sede do jornal chegou a ser alvo de um atentado a bomba, poucos dias antes do Riocentro, já na época final da ditadura militar, em 1981, mas no dia seguinte o jornal estava nas bancas.
Está previsto, para esse ano, o lançamento de um documentário sobre Hélio. Um livro, que está sendo escrito por Ana Helena Ribeiro Tavares também está para ficar pronto em 2021.
Nesta terça-feira, 09/03, entrou no ar o site Tribuna da Imprensa Digital.
E ele como um dos jornalistas mais perseguidos pelo Estado da Ditadura Militar não foi indenizado…