Kazuhiro no governo Paes pode ser sinal de aliança com Cesar Maia para 2022

Para Mario Marques, Bruno Kazuhiro, como secretário de turismo de Eduardo Paes, pode ser mais um tijolo na candidatura de Cesar Maia para vaga de Claudio Castro

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Foto: Rafael Pereira

Maior festival de xadrez do planeta, a política fluminense segue mexendo suas peças. A nomeação, nesta segunda-feira (30), de Bruno Kazuhiro (DEM) como titular da pasta de Turismo de Eduardo Paes (PSD) é mais um tijolo numa possível construção de aliança entre o prefeito do Rio e o vereador Cesar Maia (DEM). Kazuhiro é ligado aos Maia, mas, até um pedaço de 2021, era Secretário de Infraestrutura de Claudio Castro (PL) – tendo ingressado no governo Witzel como um quadro do DEM.

O tabuleiro é claríssimo, embora ainda insípido. Paes precisa de um candidato para chamar de seu. E o nome, em princípio, seria o de Felipe Santa Cruz (OAB), que no passado chegou a ser candidato a vereador do Rio pelo PT. A conjuntura pode unir os laços. Santa Cruz poderia compor a chapa com Maia. A questão é simples: com os nomes colocados na disputa ao governo do estado há um vácuo de nomes fortes no centro. Por isso, o governador Claudio Castro (direita Bolsonaro) está, nesse momento, locupletando-se desse flanco, listando-se entre os primeiros nas sondagens feitas recentemente.

Quando, por exemplo, no monte de pesquisas que são despejadas por aí, o general Hamilton Mourão (PRTB) é escalado, Castro sofre queda abrupta. Não é o Mourão em si, mas uma peça perfeita naquele encaixe mais centro, não necessariamente ligada a Bolsonaro, que vem estilingando a candidatura do governador.

Da ala da esquerda, que está estonteando a molecada – “afinal, sou PSOL ou sou Freixo”? – essa possível divisão, que inclui o PT, caso Lula não aprove uma aliança com  o PSB no Rio, e lance candidatura própria, pode facilitar a ascensão de um nome moderado de centro.

Não se pode esquecer: Cesar Maia teve 2,3 milhões de votos para o senado em 2018 e só perdeu a vaga para Arolde Oliveira na onda Bolsonaro que tomou conta do país. Maia segue nome forte, com recall, tem trabalho a mostrar em seus legados como prefeito do Rio. Seria, possivelmente, sua última jornada majoritária. O patriarca dos Maia faz um mandato como vereador em cenário de calmaria.

Anthony Garotinho, que deve ser candidato a deputado federal, ainda não decidiu para que lado vai. Forte no interior, especialmente no Norte Fluminense, seu maior reduto, é outra peça fundamental no jogo.

Kazuhiro, 33 anos, trabalhador e de enorme trânsito político, pode ser a primeira das peças nas quais Maia/Rodrigo Maia põe no tabuleiro para a construção de uma aliança poderosa.

Eduardo Paes, habilidoso, está de olho em todos os movimentos. Na mesma medida em que segue com boa relação com o governador Claudio Castro, conversa com Freixo, Maia e Felipe Santa Cruz. Paes sabe que o tempo, em política, é valoroso. Sua rejeição na eleição de 2020 foi suplantada pela de Crivella. Nada impede que Cesar Maia tenha o mesmo destino. Afinal, terá pela frente Freixo ou Castro.

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