Sabe aquela chamada da Sessão da Tarde? “Vai rolar muita confusão com uma galerinha do barulho”. Então… parece que a PEC da Transição já pode ter seu filme coladinho no Vale a Pena Ver de Novo.
A PEC da transição tem sido o principal tema do debate político nacional desde o final das eleições. Ela definirá o tamanho do orçamento do novo governo para 2023 e quanta folga ele terá para atender suas prioridades, mas os valores discutidos variam muito e confundem a todos.
A equipe de transição fala em 200 bilhões de reais fora do teto de gastos. Um exagero talvez feito justamente para negociar depois uma redução. O Senador Alessandro Vieira (PSDB/SE) fala em 70 bilhões fora do teto. Tasso Jereissati (PSDB/CE) propõe aumentar o teto em 80 bilhões.
Já Nelson Barbosa, ex-ministro de Dilma, diz que o novo governo pode gastar 136 bilhões a mais em 2023 e ainda assim manter a proporção entre gasto e PIB do governo Bolsonaro em 2022. O que apenas constata que o próximo ano poderia então repetir a gastança do anterior.
A verdade é que em 2022 houve gastança de olho na eleição. E para 2023 havia no governo atual uma previsão de corte para corrigir o cenário, mas que, sendo feito, impedirá os projetos prioritários do novo governo.
Creio que o que falta na transição é admitir a emergência de 2023, definir valor sensato de gastos adicionais e apresentar soluções para 2024 em diante, comunicando com clareza à sociedade e dando previsibilidade ao mercado. Hoje está uma confusão.
Essa confusão faz investidores evitarem o Brasil, confunde os atores econômicos e agrava problemas como inflação e desemprego. Acabar com essa confusão tem que ser prioridade, pois ela atrapalha tudo, inclusive os recursos para programas sociais e os preços no supermercado.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.