Livraria mais antiga do Brasil, em Campos, no Norte do RJ, completa 179 anos com risco de fechar as portas

Ao Livro Verde vem resistindo por quase 200 anos à crise e a uma dívida de quase R$ 2 milhões; campanha tenta evitar fechamento do local

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Livraria Ao Livro Verde
Livraria Ao Livro Verde (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Fundada em 1844 e reconhecida pelo Guinness Book como a livraria mais antiga do Brasil, a Ao Livro Verde, em Campos dos Goytacazes, no Norte do Rio de Janeiro, completou 179 anos em junho, mas sem muitos motivos para comemorar. O empreendimento, localizado no número 68 da Avenida Gov. Teotônio Ferreira de Araújo, no centro da cidade, é um dos tantos pontos comerciais do estado que ainda tentam sobreviver às sequelas da pandemia da Covid-19, que culminaram na queda de vendas.

Em virtude da ameaça de fechamento desse verdadeiro patrimônio histórico e cultural brasileiro, gestores, clientes, amigos e simpatizantes da livraria criaram uma campanha nacional de abaixo assinado chamada de “SOS Ao Livro Verde”, na tentativa de salvar o local da falência, que hoje acumula uma dívida de quase R$ 2 milhões.

O documento será encaminhado ao Poder Executivo Municipal e à Câmara de Vereadores de Campos para a formação em caráter de urgência, de uma equipe técnica especializada que irá avaliar e propor alternativas que impeçam o fechamento da livraria, que também funciona como papelaria. Com acervo de mais de 3 mil títulos, hoje é o material de escritório/escolar que impulsiona as vendas.

“Nós ganhamos um legado e é importante que deixemos para as próximas gerações” afirmou Ronaldo Sobral ao jornal O Globo, atual dono que tem acompanhado com muita gratidão o movimento de solidariedade que tem se formado em todo da livraria, desde que ele anunciou o pedido de autofalência que está tramitando na 5ª Vara Cível da Comarca de Campos.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ) está entre as entidades que apoiam a corrente solidária pela manutenção do espaço.

O presidente do SJPERJ, Mário Sousa, faz apelo a todos os jornalistas, intelectuais, acadêmicos, artistas, instituições entidades, ongs e associações históricas e culturais para que se juntem a essa campanha

Ao Livro Verde sobreviveu e resistiu aos momentos mais dramáticos e desafiadores do Brasil desde o Império, como a Abolição dos Escravos, a Proclamação da República, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a gripe espanhola, o Estado Novo, a Guerra Fria, a Ditadura Militar, a redemocratização do país, a Constituição de 1988 e, mais recentemente, a pandemia do Corona Vírus. Essa vigorosa história de luta não pode terminar agora, no Século XXI, pela omissão da sociedade civil brasileira”, ressalta o presidente do SJPERJ.

Criada pelo português José Vaz Correa Coimbra, na antiga Rua da Quitanda, 22, a livraria foi concebida inicialmente para atender a demanda por livros importados de Portugal, numa época em que várias famílias portuguesas chegavam à cidade pelo ainda navegável rio Paraíba do Sul, a Ao Livro Verde se transformou com o tempo em espaço frequentado pela comunidade de intelectuais locais e de toda a região.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Livraria mais antiga do Brasil, em Campos, no Norte do RJ, completa 179 anos com risco de fechar as portas
lapa dos mercadores 2024 Livraria mais antiga do Brasil, em Campos, no Norte do RJ, completa 179 anos com risco de fechar as portas

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui