Após uma reportagem do DIÁRIO DO RIO no último dia 15 de dezembro (veja aqui), a subprefeitura do Centro do Rio decidiu agir contra uma ‘nova moda’ que vem se tornando cada vez mais freqüente na região central do Rio, assim como em partes de Copacabana e Tijuca: camelôs, apontadores de jogo do bicho e fiscais de companhias de ônibus, ao terminar seu “expediente” (sic), acorrentam cadeiras, bancos, mesas e outros objetos metálicos a postes e placas de trânsito, para não terem que carregá-los, deixando os detritos nas calçadas, praças e logradouros públicos.
Uma grande operação foi conduzida pela subprefeitura do Centro para remover todo o lixo abandonado pela informalidade e pela contravenção nas calçadas e postes. A operação contou com a presença do subprefeito Leonardo Pavão, assim como homens da Comlurb e Guarda Municipal, contradizendo assim a desculpa que agentes da prefeitura vinham dando, segundo a reportagem, a síndicos e cidadãos, recusando-se a remover o lixo.
“A coisa tá feia pra todo mundo. Trabalhar sim. Mas, deixar a sujeira não. Leva a mercadoria. Mas, leva a vassoura e o saco de lixo junto.“, disse a leitora Patrícia Andrade após a publicação da reportagem, que foi uma das mais lidas da semana passada, demonstrando o alto nível de preocupação que o carioca tem com a Conservação e a Limpeza da cidade, o que corrobora o resultado de uma pesquisa feita pelo Instituto Rio 21, que mostrou ser esta uma das principais queixas do carioca sobre a Prefeitura. Para Alcy Junior, outro a comentar a matéria, “Essa administração está muito mais omissa que a anterior. Quando tudo for destruído eles colocam a culpa no outro, sempre no outro.“
A operação conduzida pela subprefeitura foi ampla, e acabou por remover uma imensa quantidade de detritos das ruas do Centro. Cadeiras destruídas, bancos abandonados, colchões imundos, milhares de quentinhas de isopor atiradas no chão por moradores de rua e até verdadeiros arremedos de ‘casas improvisadas’ nas calçadas e portas de estabelecimentos comerciais. Os representantes do Estado finalmente pegaram alicates de corte e fizeram o que a população carioca esperava há meses: “jogaram fora a lixarada acorrentada pelos camelôs preguiçosos que deixam nossa cidade imunda.“, nas palavras do sub-síndico do Edifício Villela Monteiro, na região da rua da Quitanda, Adriano Nascimento.
De fato, uma vistoria feita pela equipe do DIÁRIO DO RIO, antes da operação, mostrou quase 40 bancos quebrados, cadeiras arruinadas e até mesas, acorrentados a postes na região. Correntes com cadeados eram utilizadas pelos ambulantes. Agora, terão que catar lixo, comprar corrente e cadeados novos para voltar a enfeiar a cidade. Que venham novas operações.
Esse choque de limpeza falta chegar a Ipanema.
Nas calçadas do bairro também temos essas “instalações urbanas” (bicicletas e carrinhos de entrega) e falsas lixeiras na praia que guardam uma série de coisas de barraqueiros, quiosques e “academias”.