A Prefeitura do Rio anunciou, nesta segunda-feira (27/11), um conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo que irá adotar para minimizar os impactos para a população das ondas de calor previstas para os próximos meses, com a aproximação do verão. Durante a coletiva, foi apresentado o mapa do calor do Rio, que reafirmou uma percepção histórica, registrada pelo senso comum: as principais ilhas de calor da cidade ficam na Zona Norte, em bairros como Complexo do Alemão, Complexo da Maré, Ramos e Pavuna, além de Bangu, na Zona Oeste. Áreas que historicamente possuem menor cobertura vegetal.
Para contornar o problema com o calor, a Prefeitura do Rio afirmou que vem investindo na implantação de parques urbanos e reflorestamento, em projetos que incluem soluções para ampliar o conforto térmico da população. Na Zona Norte, a Prefeitura vem implantando o Parque Pavuna, que terá 17 mil metros quadrados, uma praia artificial e uma praça molhada, além de horta e plantio de 320 árvores nativas da Mata Atlântica.
O poder público vem investindo ainda na construção do Parque Piedade, que além de áreas de lazer, quadras e centro cultural, esportivo e educacional, terá uma horta urbana, praça molhada com cachoeira artificial, numa área total de 18 mil metros quadrados. Já a nova Floresta da Posse passará pela ampliação da área de mata para 950 mil metros quadrados, o equivalente a 130 campos de futebol, com a recuperação dos mananciais e ações de proteção da fauna e flora nativa.
“A gente precisa focar nas áreas que mais sofrem com as ondas de calor, principalmente no verão. Focar na nossa capacidade de arborizar e reflorestar a cidade e como ampliar essa cobertura vegetal, seja por horta ou pela melhoria da qualidade ambiental. Nosso objetivo é ampliar os corredores verdes da cidade, unificando as unidades de conservação já existentes e criando novas ilhas verdes, que serão os parques que nós estamos implantando, e consolidando cinco áreas de corredores verdes: Centro, Irajá, Bangu, Campo Grande e Pedra de Guaratiba, bairros que mais sofreram com as ondas de calor dos últimos dias“, afirmou a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula.
Na Barra da Tijuca, a antiga Via Olímpica está sendo transformada no Parque Rita Lee, que terá 136 mil metros quadrados. A criação de um bosque e uma esplanada arborizada voltada para a Lagoa de Jacarepaguá prevê o plantio de 970 árvores e 32 mil arbustos, além de uma área molhada de 1,2 mil metros quadrados. Em Realengo, as obras do Parque Susana Naspolini preveem o plantio de 3,7 mil árvores, o equivalente a nove campos de futebol, um bosque com 11,2 mil metros quadrados, hortas e pomares, além de um espelho d’água e jardins aquáticos. O destaque do parque, que terá 77 mil metros quadrados, será um conjunto de torres que irão aspergir gotículas de água para espantar o calor. Em Inhoaíba, o Parque Oeste, que terá 234 mil metros quadrados, prevê o plantio de 11 mil mudas, reflorestamento de 61,8 mil metros quadrados, além da preservação do verde local. O parque terá ainda escada de águas e chuveiro cascata.
Em 2024, a Prefeitura do Rio irá implantar o programa “Cada Favela, uma Floresta”, que buscará promover um ambiente ecologicamente correto, com foco na construção de florestas e restauração no ambiente das comunidades. Vinte territórios da cidade serão beneficiados pela ação, que buscará prevenir e controlar a ocupação em áreas de risco e recuperar áreas degradadas, gerando melhorias no microclima das comunidades e na qualidade do ar e da água, além de incentivar a eficiência energética e promover a segurança alimentar.