Com a máquina na mão e um caminhão de recursos advindos do loteamento da Cedae, o governador do estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), tende a crescer nas pesquisas de intenção de voto, caso consiga distribuir esse dinheiro em cidades-chave – e abrir conversa. É visível também seu foco na segurança pública, problema que permanece no topo da demanda dos fluminenses, o que pode fortalecê-lo na capital. Porém, há uma silenciosa manobra que pode até estagnar a posição de Castro. Algo nunca mais visto desde as eleições de 1998, quando Anthony Garotinho, prefeito de Campos, alçou o posto de governador com apoio de um punhado de colegas do interior e Baixada, um movimento de comandantes municipais começa a ganhar corpo para ter um representante próprio na candidatura ao governo do estado em 2022.
Os resultados eleitorais de muitos prefeitos, na Baixada, na região metropolitana e no interior, elevaram o patamar da negociação entre prefeitos e governo do estado. A eleição de Castro, portanto, passa pela capital – cuja candidatura de Eduardo Paes ainda é uma incógnita – pela Baixada, com as cidades de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Mesquita, Belford Roxo e São João de Meriti, por Niterói e São Gonçalo, e por Campos dos Goytacazes e Macaé. Esses municípios detêm a hegemonia eleitoral e uma vitória de Castro passa necessariamente por eles.
O movimento dos prefeitos, que analisa passo a passo, com pesquisas marotas e o chapéu na mão com um número já consolidado de quanto vão pedir ao governador Claudio Castro, segue silencioso, mas virulento. Já teve conversas objetivas com bolsonaristas importantes, enviados do presidente que buscam alternativas a Castro.
A Castro resta ter habilidade nas negociações, com um pé nos Bolsonaro, outro nos prefeitos e outro na Alerj. Sabendo que é provável que o presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), vá roer a corda da parceria com Castro, indo ao encontro das aspirações presidenciais de seu partido, o PT.
É desejo de Lula, inclusive, que Ceciliano seja um dos coordenadores nacionais de sua campanha, se não for O COORDENADOR. O distanciamento natural de Ceciliano do governador Cláudio Castro implodiria as cordiais relações com os deputados bolsonaristas, que lutam para se alinhar a Bolsonaro e seguir como escolhas naturais do eleitorado do atual presidente. Direção que pode mudar com um simples aceno de Bolsonaro a outro candidato.
Prefeitos reeleitos com mais de 80% dos votos correm na frente por essa possível representação. Waguinho (Belford Roxo), Jorge Miranda (Mesquita) e André Português (Miguel Pereira) carregam esse status momentâneo. Logo abaixo vêm Rogerio Lisboa (Nova Iguaçu) e Washington Reis (Duque de Caxias). Washington Quaquá (ex-prefeito de Maricá) e Rodrigo Neves (ex-prefeito de Niterói) buscam uma unidade da esquerda, aliança que parece descartada com Marcelo Freixo (PSOL). Freixo insiste numa candidatura psolista própria, mas como cabeça de chapa da esquerda fluminense.
Anthony Garotinho, por sua vez, deve se candidatar a deputado federal e sai da disputa. Castro, portanto, terá duas negociações a fazer, ou uma que valha por duas: pelo caminhão de votos de Garotinho e pelo reduto de Campos, comandado por seu filho Wladimir.
Há muitos caciques em busca da melhor partida para a disputa. Mas não é de se surpreender que o candidato dos prefeitos seja um nome menos badalado, mas com a ficha limpa, perfil que o presidente Jair Bolsonaro busca em suas parcerias estaduais.
A eleição ao governo do estado do Rio de Janeiro está absolutamente aberta. E será, decerto, a que vai exigir dos candidatos um olhar ainda mais complexo sobre o jogo das candidaturas.
Esse é aquele q colocou a pesquisinha fajuta do Datafolha?
Não lerei nada,q esse cara escreve. .não perco tempo lendo fakenews!!!Depois daquela “matéria “…kkkkkkk
Mas uma dessas é paro de ler esse jornal!
Não entendi seu descontentamento, a analise faz todo o sentido.