Na última semana desliguei-me da Prefab Future para me dedicar ao marketing político e à construção de campanhas e conceitos que implementaremos em 2022. E são muitos! O professor Henrique Serra vai me substituir na jornada. Serra já passou por vários institutos e é pós-graduado em Opinião Pública. Um exímio avaliador de cenários. Pois estamos aí observando as negociações dos bastidores. Essas negociações, aliás, têm a participação de muita gente. Menos do povo.
Vivemos um mundo digital, à parte. Aquela liderança que num passado recente garantia tantos votos ao tal candidato não existe mais. As pessoas não são mais teleguiadas. E será na internet que essa briga da conquista ao eleitor se dará. Enquanto isso, os principais players do momento seguem conversando, aliciando partidos e comprando apoios. Do jeito que a coisa está indo, vai faltar voto pra tanto apoiador. Daqui a pouco a matemática subverte.
As eleições no estado do Rio precisam ser lidas com um pouco mais de inteligência e um pouco menos de cegueira. O eleitor fluminense, desde 2018, está numa onda antisistema. E essa onda não acabou com a derrocada de Wilson Witzel, não, como creem muitos. Seguem firmes sentimentos antiSTF, antiPolítica velha, antinegociatas. Quem representa isso aí? Na cartela de candidatos apresentados, três de esquerda e dois de direita. Os de esquerda: Marcelo Freixo, Eduardo Serra e Cyro Garcia. Os de direita: General Santos Cruz e Gomlevsky. O ex-governador Anthony Garotinho, autor das denúncias antisistema contra Sérgio Cabral, deve sair a deputado federal.
Nas pesquisas qualitativas, e mesmo nas quantitativas, o desconhecimento do atual governador, Cláudio Castro, é imenso. Isso mostra claramente que tanto sua comunicação institucional quanto a pessoal não funcionam. Quando alguém diz que conhece o governador, não consegue citar uma só coisa que tenha feito em sua gestão. É tudo meio amador, meio desligado da realidade, meio mineiro, meio ingênuo. Não tem tinta de marketing.
O governador, porém, acredita no sistema. O mesmo sistema que o pôs ali. Acontece que o sistema quer a vaga de vice. E só esse movimento deveria alarmar o Guanabara. O vice, seja ele quem for, vai querer a cadeira do governador num futuro próximo, caso Castro seja eleito. A confusão em que Castro se meteu, olha… não sei se tem como sair, não…
Bem, enquanto eles estão lá em reuniões intermináveis sobre nacos do governo, nacos do loteamento da Cedae, o povo segue sem conseguir botar gasolina, comprar carne e frango e cumprir o vencimento de seus boletos. De alguma forma, o governo federal aquece as contas da população e lhes dá o mínimo, suficiente para aquecer a economia. Mas ainda é pouco: o povo tem expectativas de que tudo mude.
E essa mudança pode passar longe do que imagina o sistema.
O mundo inteiro me pergunta se eu já fui ao Marinho. E de tanto me perguntarem eu vou lá conhecer, com o talher de ouro do amigo Robert Halfoun, que acaba de trazer sua marca gastronômica “Sabor” para dentro do “Diário do Rio”. Marinho é um bar-restaurante ao lado do hotel Fairmont, em Copacabana. As pessoas falam muito bem do Marinho, do restaurante e do dono que dá nome ao restaurante. Meus amigos me dizem que lá é o happening da cultura, da informação e da política. Sentirei-me em casa.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.