Marques: a saga do Mico Rei, que abraçou o King Kong e aliados de ocasião

O mico rei, solitário, à parte desse mundo, vivendo nas sombras, de repente vê as portas da esperança se abrirem

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Foto: Ria Sopala - Pixabay

O mico rei, solitário, à parte desse mundo, vivendo nas sombras, de repente vê as portas da esperança se abrirem. Acostumado às intempéries do reino, onde pouco era ouvido, enxergou nas entrelinhas de uma crise o futuro. E participou, bem no escuro, das arquitetações de um novo reino, mais esperto e mais amigável com os poderosos da floresta.

O rei Leão, de repente, estava aos pés do Mico Rei. Não só o Rei Leão. Mas todo o reino animal. Afinal se começaria tudo do zero, tudo novinho. Incluindo a comida que abasteceria todo o reinado.

Logo a floresta ficaria em polvorosa. Como um Mico Rei teria tanto poder assim em tão pouco tempo? A resposta estava clara na testa do miquinho. Ele tinha ao lado alguns gorilões gulosos, que ofereciam grandes migalhas aos menores em troca de apoio. Logo a floresta inteira estava comendo nas mãos do Mico Rei.

Era festa todo dia. Galhos quebrados eram queimados, os rios, negociados com populações desérticas, terrenos inteiros eram consertados para melhorar a mobilidade. Não restava dúvida: o reino de Mico Rei era um sucesso.

Havia, entretanto, um enorme problema. O King Kong. O rei dos reis, o monstro destemido, estava também acuado e alijado da gestão de Mico Rei. Logo, KK iniciou sua estratégia para retomar o reino. Primeiro, reuniu em torno de si personagens até então antíteses. Anjos e demônios, gatos e ratos, escorpiões e sapos, bambis e tigres, cobras e peixes.

Por meses eles se aturavam naquele reino de odor questionável. Mas sabiam que estavam se preparando para o grande ataque. Até que, numa noite, King Kong anunciaria o plano de morte de Mico Rei. Para tanto, traçou passo a passo a estratégia de retomada do reino.

Nos domínios de Mico Rei, já se sabia do provável ataque. Para manter-se vivo, Mico Rei chamou aos seus aposentos Rato e Gato Mestre. Ambos foram enviados às terras de King Kong para formatar uma trégua e uma união.

King King era muito guloso. Mas Mico Rei também. Gato e Rato Mestre receberam as demandas do grande monstro: rios, terras, comidinhas, montanhas, até árvores frondosas KK queria.

Negociadores natos, tais como Rato e Gato Mestres, eles perguntaram a King Kong como ele faria para manter em paz anjos e demônios, gatos e ratos, escorpiões e sapos, bambis e tigres, cobras e peixes.

No que King Kong respondeu: “Enquanto eles estiverem bem alimentados, eu também estarei”.

“Mas e no caso de um motim, de uma grande guerra de vaidades, ó Gigante das Selvas”, perguntou Rato Mestre.

“Bem, aí sentaremos à mesa de negociação novamente”, devolveu King Kong.

Amedrontados, Gato e Rato Mestre voltam ao Reino de Mico Rei e relatam a conversa com King Kong. Que os responde com clareza:

“Primeiro eliminamos suas ameaças. Depois eliminamo-os. Quanto mais perto, melhor”.

“O senhor não tem medo de o reino ser destruído, ó Excelência Mico Rei”?, perguntou Gato Mestre.

No que Mico Rei sentencia:

“O reino já está destruído, mas ninguém sabe ainda. Eu quero apenas passar por ele sem perigo”.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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