Vinte e dois dias após o instituto Prefab declarar sozinho, em meio a várias pesquisas daquela semana, o crescimento do governador Claudio Castro em ritmo de vitória em primeiro turno, o Ipec (ex-Ibope) registrou, nesta terça-feira o mesmo cenário. Naquela ocasião, o Ipec apontava um empate técnico entre Castro (21%) e Freixo (17%). Prefab, um dia antes, divulgava um quadro com Castro com 22,8% a 9,6%. Naquela semana, mais quatro institutos apresentavam também empate técnico entre Castro e Freixo.
O fato é que todos erraram. Desde a saída do ex-governador Anthony Garotinho do páreo, Castro vem crescendo de forma sólida, ganhando empurrão de uma estrutura político e financeira tratoral. Freixo, ao contrário, murchava, perdia cada vez mais sustância, especialmente e incrivelmente, na capital, onde estão 39% do eleitorado fluminense. A entrada de Castro nas classes mais baixas está decretando uma possível vitória em primeiro turno.
Prefab também registrou em agosto a virada de Bolsonaro em cima de Lula no estado do Rio. O Ipec, naquela ocasião, pôs Lula com 41% e Bolsonaro com 37%. Prefab decretou a virada de Bolsonaro, que registrou 38,5% contra 31,4%. Na pesquisa desta terça-feira, o Ipec dá empate técnico entre os dois, mas agora também com Bolsonaro na frente (39% a 38%).
Mas afinal, o que está acontecendo com os institutos de pesquisa? Muitas coisas: erros de amostra, omissão da enorme parcela de evangélicos e favelas na coleta, distanciamento do interior, pesquisadores desqualificados, entre outros. Mas o resultado que o Ipec apresenta hoje já existia 22 dias atrás, com números menores, checados e rechecados.
Números, aliás, que podem ter novos registros a partir da nova pesquisa Prefab, que vai a campo ainda esta semana com a maior amostra da série: 3.000 entrevistas, o dobro desta última do Ipec.
Com checagem de 80% da amostra, o instituto Prefab empreende um modelo rígido de coleta, com ex-profissionais do Ibope e pesquisadores próprios, treinados e reciclados mensalmente. Tudo isso reflete no resultado.
Institutos importados de outros estados como Quaest (Minas Gerais e Paraná Pesquisas (Paraná) parecem cegos em meio a um intrincado e complexo estado do Rio de Janeiro do ponto de vista econômico, social e comportamental. Seus resultados, ilógicos, contribuem mais para confundir do que esclarecer.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.