Duas movimentações nesta semana deram tilt na cabeça da esquerda. O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro saiu das cordas e pôs-se a assumir-se político, inclusive de forma mais descontraída e menos formal. Ex-estrela da Lava-Jato, Deltan Dallagnol renunciou ao Ministério Público e vai ingressar nas fileiras da urna. Os dois caçaram Lula, que nada tem de inocente. Enfrentaram o sistema para isso. Fizeram muito mais do que o ofício exigia e pagaram caro por isso. O sistema quer verbinha do estado, o sistema quer tudo como estava antes, a engrenagem dos esquemas funcionando. E o sistema está, de novo, assustado.
Está assustado por uma razão simples: Moro partirá de mais de 20 pontos em 2022; Bolsonaro, de mais de 25 pontos. Lula não chegará a 30. Numa matemática simples, estando Bolsonaro e Moro do lado da narrativa de que Lula é, de fato, um ladrão, basta fazer as contas e verás que o segundo turno pode massacrar o petista, com Bolsonaro ou Moro lá. Isso sem esquecer que Ciro e outros possíveis postulantes da esquerda, diante de Lula, permanecerão esvaziados.
Moro é mais um tijolo na reaglutinação dos conservadores. E mais: um tijolo do Sul do Brasil. Uma região que costuma valorizar os seus. Nos últimos 30 dias, uma grande perseguição do establishment de esquerda ao jogador de vôlei Maurício Souza reafirmou e reaproximou todas as vertentes de direita, especialmente as incongruentes. Do MBL aos radicais bolsonaristas, estão todos lá, numa marcha atual de quase 3 milhões de seguidores no Instagram, perto de outro suposto jogador, o dancinha de tik tok Douglas Souza, seu algoz.
A renovação dos quadros políticos para 2022 dá uma ideia do que pode ser uma nova onda antiLula, a mesma que dizimou o PT em 2018. É por isso que os esquerdas se desesperam. Atacam a honra dos caras que os caçaram sem dó, criminalizaram um monte, fizeram corruptos devolverem bilhões e bilhões de reais ao estado, em confissões múltiplas. Enquanto, em 2021, os que os agridem estão mamando, direta ou indiretamente, nas tetas do estado em presenças paralelas e submundas.
Deltan, do lado dos conservadores, e Zé de Abreu, dos petistas, são apenas alguns dos novos personagens que surgirão em 2022 no front. A atriz e youtuber Antonia Fontenelle, por exemplo, deve ser uma campeã de votos no Congresso, caso se candidate. Uns sairão para a entrada de outros pesos-pesados. Vai acontecer uma troca de atores, mas os valores e princípios, de ambas as partes, seguirá firme.
Portanto, para quem acha que a direita está morta e enterrada e que Bolsonaro está fora do jogo, desanime-se. Vai ter pólvora para tudo que é canto. Moro pode, em 2022, abdicar da candidatura presidencial para tentar uma cadeira ao senado ou ao à Câmara dos Deputados. Assim como o General Mourão, nome listado ao governo do estado do Rio, mas que deve ninguém sabe o que pretende fazer. Provavelmente esperará até o último instante para entender o quadro. Não se pode descartar, por exemplo, que a qualquer momento vire o presidente da República, diante da confusão em que se meteram Bolsonaro e seus filhos.
Independentemente disso, não cola a rasteira narrativa da mídia comprada de que Moro e Deltan sempre foram políticos, sempre agiram como agentes que tornaram Lula o “chefe da quadrilha”. Os brasileiros, em todas as pesquisas qualitativas realizadas país afora, assimilaram que Lula não é inocente. E isso, no momento adequado, começará a ser julgado concretamente pelo eleitorado.
Não podemos esquecer, jamais, em hipótese nenhuma, como Fernando Collor se cacifou para vencer as eleições presidenciais em 1989. O “Caçador de Marajás” iniciou sua trajetória sozinho, isolado, com 1 ponto percentual, como um antisistema: ganhou apelo popular rapidamente e jogou Lula no abismo. Esse é o quadro que podemos ter em 2022, um caçador de corruptos, um antisistema, cujas decisões foram revertidas no STF, a instituição que mais apanha do povo.
Bater no Moro, como a imprensa amiga dos cofres públicos, está fazendo, é muito bom para o juiz. Ele ganha mais notoriedade, arruma sua narrativa nas bases, atrai bolsonaristas arrependidos e eleitores de centro e transforma-se de verdade no personagem de 2022. Quanto mais apanhar da esquerda, mais subirá.
A esquerda, aliás, é o fermento perfeito. Quanto mais seus representantes na classe artística, na imprensa e nos registros criminais escolhem uma vítima, mais a vítima cresce.
Moro é a vítima. E em 2022 não esperem que fique acuado. Ele será o terror dos que se locupletaram e se locupletam do estado. O martelo está batido. Não o da Justiça. Mas o da sucessão eleitoral.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
mais um bolsonarista dando seus pitacos,ou seja falando muita merda,e como futuro sempre repete o passado agora vem o marreco de Maringá como salvador da pátria, mesmo filme de 1989 estrelado por Collor,ei povo vai cair nessa como sempre caiu nas armadilhas e artimanhas da direita burguesa,meus pêsames.
Moro e Deltan na Política é o Bolsonarismo sem Bolsonaro.
Simples assim!
Não à toa que são alguns arrependidos e antipetistas que estão animados.
Fascistas e caolhos. Melhor dizendo.
Vamos eleger o Doutor Sergio Moro Presidente! Faço até campanha de graça!
Buda dizia:
“não siga ninguém”
No entanto, no Brasil há uma idolatria a certas pessoas que chegam a fechar os olhos.
Isso tanto esquerda quanto direita.
Também com relação aos pensamentos não foram poucas as lições deixadas no pali que mesmo no budismo parecem ignoradas. Uma delas é a do apego às tradições.
Ora. Se tudo é transitório. Pelo princípio da impermanência, as tradições, a imposição de padrões nada mais são que contrariedade àquele.
Assim existem ainda pessoas nos dias de hoje que defendam ferozmente o conservadorismo de ideias e tentam impor um sociedade como lhes convém.
O povo tem julgado mais pela emoção de ver alguém lutar contra a roubalheira generalizada nos governos da República Brasileira, mas falta discernimento e memória para enxergar o quão falsa é a narrativa de caça aos corruptos e marajás, se não há estratégia político administrativa sólida, fundamentada em decência.
Caçar corruptos e criar novas oligarquias patrimonialistas corruptas, todos os ex-presidentes souberam fazer…
Assim, fazer de Joaquim Barbosa, Moro e outros famosos, estadistas que se preocuparão em evoluir o povo e acabar com a farra em Brasília, não passa de balela e discurso demagógico.
A decência deveria ser obrigação e não uma bandeira retórica.
Quero ver é a competência e a coragem de um presidente para encarar um STF, um MP, uma OAB, Ministérios, escolas, universidades e um Congresso, todos aparelhados pelo caos esquerdopata e viciados em dinheiro público, e mesmo com tantos dando o contra, ainda conseguir fazer algo pelo Brasil e menos por Brasília…
Me Engana que eu gosto. Dois carreiristas que se utilizaram da violação criminosa do sistema judicial processual para fins pessoais e políticos partidários. “Inimigos do Sistema” que sempre ambicionaram o poder… no sistema. A Vaza jato que o diga.
Adorei o texto, fico-lhe agradecido. É bastante animador para nós, conservadores.