A Alerj vota nesta quarta-feira (02/02), em segunda discussão, um projeto de autoria original do deputado estadual Waldeck Carneiro, em co-autoria com a deputada Mônica Francisco, que visa transformar o Mercadinho São José, em Laranjeiras, em Centro Público de Economia Solidária (EcoSol), uma ideia do parlamentar, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária da Alerj. A proposição autoriza a transferência do imóvel do Governo Federal para o Governo do Estado do Rio.
“O objetivo é favorecer a comercialização de produtos artesanais, agroecológicos, orgânicos e outros, produzidos com base nos princípios da economia popular solidária”, destaca Waldeck. Um dos polos culturais e gastronômicos mais famosos da Zona Sul do Rio de Janeiro, o Mercado São José das Artes, popularmente conhecido como Mercadinho São José, localizado na Rua das Laranjeiras, no bairro homônimo, encontra-se atualmente em estado de abandono. Fechado desde setembro de 2018, quando o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), proprietário do imóvel, conseguiu retomá-lo judicialmente, o estabelecimento permanece, desde então, com destino indefinido.
“Já levei a proposta ao chefe da Casa Civil, Nicola Miccione, e estou articulando a aprovação do projeto com o Líder do Governo na Alerj, Márcio Pacheco”, ressalta Waldeck. O estado vê com bons olhos a possibilidade de revitalizar o espaço, localizado próximo à sede do Executivo fluminense, e já abriu conversas com a Secretaria de Patrimônio da União. O intuito é implementar uma modelagem semelhante à planejada para a também decadente Estação Leopoldina.
História do Mercadinho São José
O Mercadinho São José foi inaugurado em 31 de maio de 1944, isto é, completará 78 anos de existência em 2022. Outrora senzala e celeiro de uma fazenda localizada no Parque Guinle, na época do Império, o local teve suas baias adaptadas para boxes em 1942, quando Getúlio Vargas decidiu transformá-lo em um mercado de hortifrutigranjeiros para abastecer a população com produtos mais baratos durante a guerra. Foi abandonado na década de 1960, revitalizado e transformado em centro cultural em 1988. Seu tombamento definitivo ocorreu em 1994, após longa batalha judicial, em que os moradores saíram vencedores.
Atração turística e histórica do bairro, o Mercado costumava receber ilustres frequentadores, como Tom Jobim, que foi homenageado no local, em 06/06/94, quando recebeu a medalha Pedro Ernesto. Também se deu ali, em 1995, a fundação do bloco carnavalesco carioca “Imprensa Que Eu Gamo”, que até hoje se concentra no local. “Sua reabertura, além de devolver à Cidade do Rio um equipamento que compõe perfeitamente a alma carioca, poderá desempenhar papel muito importante no desenvolvimento da economia popular solidária no município”, finaliza Waldeck.
Então… o INSS não conseguiu dar uso ao local, o Governo Federal também não… tentou vender o tal imóvel e ninguém quis… aí veio o Governo do Estado e livrou o Governo Federal desta bucha, vai assumir a despesa mensal do imóvel, vai gastar ali dentro e vai ter o quê de retorno para a sociedade?
A ideia aventada pelos deputados é muito bonitinha e tal, “alimentos orgânicos”, sai como veludo pros ouvidos de muita gente. Mas e aí? Se esse tipo de coisa se sustentasse, os próprios comerciantes já teriam aberto algo do gênero. Tou vendo é que vai ser mais um caso onde a sociedade fluminense vai custear um imóvel pra sempre pra que poucos lucrem pra sempre.
Tá sobrando dinheiro no caixa do Governo do Estado, não é mesmo?