A Autonomy Investimentos & Affiliates, que comprou o Moinho Fluminense, localizado na Zona Portuária do Rio, em julho do ano passado afirmou que pretende lançar no imóvel um projeto com vários empreendimentos. Ainda não foram divulgados maiores detalhes do plano, mas um espaço multiuso pode compreender áreas comerciais, como shopping, escritórios e hotel. Se houver área residencial, será uma novidade no portfólio dos investidores. A informação foi dada primeiramente pelo Diário do Porto.
A companhia , com sede em São Paulo, não estipulou uma data para o lançamento, mas afirmou que vem realizando a limpeza e manutenção das edificações protegidas, “de acordo com as diretrizes dos órgãos de preservação do patrimônio”. O Moinho completou 133 anos, neste 25 de agosto.
Especializada em adquirir prédios antigos para reformar, a empresa já realizou diversos projetos dessa natureza no Centro do Rio, como o da Standard Oil e o Ouvidor 107. Na região do Porto Maravilha, a Autonomy é dona do edifício comercial Vista Guanabara, vizinho do Moinho, na Avenida Venezuela. Nesse caso, porém, a obra foi erguida do zero.
Em setembro do ano passado, a Prefeitura autorizou a demolição das áreas do Moinho que não estão protegidas por tombamento. Em outubro, as partes começaram a ser derrubadas. O imóvel possui 53 mil m² de área construída em um terreno de 27 mil m², ocupando 4 quarteirões do Porto Maravilha, entre a Rua Sacadura Cabral e a Avenida Venezuela.
Cláudio Castro, diretor da Sérgio Castro Imóveis, uma das empresas do setor imobiliário mais importantes do Rio, comentou sobre a possibilidade de mais um investimento de grande porte no Porto Maravilha.
“O Moinho É a maior propriedade da região, com cerca de 25.000 metros quadrados de área, alem de ser um imóvel de rica história e símbolo da industrialização da cidade. Isso o habilita a ser o motor principal do desenvolvimento e revitalização daquela região. Qualquer projeto bem estudado que se faça ali será um retumbante sucesso imobiliário, desde que contemple o uso residencial de parte do complexo”.
História da fábrica Moinho Fluminense
Inaugurado em 25 de agosto de 1887, o Moinho Fluminense foi a primeira fábrica de moagem de trigo do Brasil e tem seu nome marcado na história não só do Rio, mas do país. Seu alvará de funcionamento foi concedido pela princesa Isabel no século 19. O local ainda serviu, por exemplo, como refúgio de Rui Barbosa, então ministro da Fazenda, durante a Revolta da Armada de 1893, quando marinheiros se rebelaram contra o então presidente Floriano Peixoto.
Além disso, o Moinho também foi cenário importante durante a Revolta da Vacina, em 1904. O povo montou barricadas em frente ao local para fugir da vacina obrigatória instituída por Oswaldo Cruz, então diretor-geral de Saúde Pública.
Só esquecem que ainda tem o bairro de Santo Cristo quase por completo para construção de residenciais.
Tomara que dê certo. O imóvel já é interessante e até icônico, principalmente essa ligação entre os dois prédios da foto. Se for bem usado, vai trazer mais vida à região. Na torcida.
O Porto Maravilha perde por não ter um shopping center de grande porte. Trabalho no Porto e sempre vejo nos fins de semana o Boulevard Olímpico com muitos visitantes e turistas, especialmente na Praça Mauá e na região do Aqua Rio e da Roda Gigante. Um shopping iria assegurar uma maior circulação de pessoas entre cariocas e turistas, além de trazer mais serviços, mais empregos e mais opções para o Porto do Rio que virou uma área turística no centro da capital