Moradores de Paquetá cobram ‘respeito’ de novo consórcio responsável pelas barcas no Rio de Janeiro

A transição para a nova gestão começa nesta sexta-feira e seguirá até o dia 11 de fevereiro de 2025

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Foto: Divulgação/CCR Barcas

Na manhã desta sexta-feira (10/10), o Governo do Estado assinou o contrato com o novo consórcio responsável pelas barcas no Rio de Janeiro. Composto pelas empresas BK Consultoria e Serviços, Internacional Marítima, Sudeste Navegação e Innovia Soluções Inteligentes, o Rio Barcas assume as a operações das linhas marítimas a partir do próximo mês, com contrato de cinco anos, prorrogáveis por mais cinco. O valor do acordo é de aproximadamente R$ 1,9 bilhão e substitui o Grupo CCR, que até então administrava as linhas que transportam mais de 40 mil pessoas por dia, incluindo os trajetos entre Praça XV-Arariboia, Charitas, Paquetá, Cocotá e Ilha Grande–Mangaratiba-Angra dos Reis.

Moradores de Paquetá, que dependem totalmente do serviço das barcas para suas rotinas fora da ilha, se posicionaram sobre a mudança.

“Se você me pergunta o que os moradores de Paquetá esperam com a mudança de concessão das barcas, a lista de reivindicações é gigantesca! Mas a gente pode resumir em uma palavra: respeito. Respeito aos moradores de Paquetá que não têm outra alternativa que não sejam as barcas para chegar ao Centro do Rio e de lá se deslocarem para qualquer destino“, declarou Denise Viola, moradora de Paquetá e parte da diretoria MORENA (Associação de Moradores da Ilha de Paquetá).

A transição para a nova gestão começa nesta sexta-feira e seguirá até o dia 11 de fevereiro de 2025. Durante esse período, o Governo do Estado garante que o número de viagens será mantido e que não haverá reajuste na tarifa, que atualmente é de R$ 7,70. A promessa foi confirmada pelo governador Cláudio Castro, que destacou a importância de ajustar os horários das embarcações para melhorar a eficiência do serviço. “Temos hoje horários extremamente deficitários, barcas enormes que carregam dez pessoas, cinco pessoas. A partir de agora, vamos poder olhar para esse modal e definir melhor a alocação das embarcações, com projetos de embarcações sociais para locais onde há grande demanda, mas que, economicamente, são inviáveis”, afirmou o governador.

Os horários irregulares são uma das principais reclamações de moradores da ilha de Paquetá em relação ao serviço das barcas.

“Me lembro que na ocasião da privatização do transporte aquaviário na Baía de Guanabara, em 1998, o principal argumento que seduzia a todos os usuários era o tempo de viagem. Na época, era inconcebível uma embarcação levar 70 minutos num trajeto que poderia ser feito em 45 minutos! Pois é… mais de 25 anos se passaram e as barcas que atendem aos moradores de Paquetá e aos turistas levam cerca de uma hora e meia em média. E como é a mesma barca que faz Rio-Paquetá e Paquetá-Rio, esses atrasos viram uma bola de neve – atrasam para sair, atrasam para chegar – comprometendo o cumprimento de qualquer compromisso com hora marcada. O trabalhador precisa sair de casa mais cedo e chega mais tarde. Se a pessoa tem uma consulta médica às 16h, por exemplo, ela tem que pegar a barca de 11:30 da manhã, porque se pegar a de 14:30h não chegará a tempo da consulta por causa dos atrasos constantes. Chega a ser desumano”, pontuou Denise Viola.

Recentemente, a MORENA – Associação de Moradores da Ilha de Paquetá – entregou à Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (AGETRANSP ) um abaixo-assinado com mais de 1.600 assinaturas contra os atrasos das barcas e exigindo que ela cumpra seu papel de agência reguladora do transporte aquaviário. Quase metade da população da ilha assinou a mobilização.

A qualidade das barcas também é uma queixa frequente e antiga de quem vive em Paquetá: “As embarcações que fazem o trajeto são as piores – sem ar-condicionado e com pouquíssima circulação de ar com suas janelas altas, com bancos desconfortáveis e danificados, banheiros muitas vezes interditados ou com funcionamento precário, bebedores sem água nas estações e nas embarcações, sem lugar para carregar o celular, sem sinal de Wi-Fi, com motores extremamente barulhentos… e lentas! Os atrasos têm prejudicado enormemente a vida dos moradores“, afirmou Denise.

“Nosso recado para a CCR, mesmo ao apagar das luzes, para a BK Consultoria e Serviços, para a AGETRANSP e para o Governo do Estado do Rio de Janeiro é: Respeitem Paquetá!”, finalizou Denise.

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