O Museu Virtual Rio Memórias e a Cinemateca do MAM se reuniram para promover, em paralelo ao Congresso Mundial de Arquitetos, a Mostra Rio Desaparecido, a ser realizada em julho, de forma totalmente gratuita.
Três documentários serão exibidos, um deles inédito, e haverá debates com historiadores, arquitetos e cineastas de renome sobre as transformações urbanas ocorridas no Rio de Janeiro. Os filmes estarão disponíveis entre os dias 15 e 25 de julho na plataforma Vimeo e os debates serão realizados nos dias 19, 20 e 21 do mesmo mês, com transmissão simultânea no www.youtube.com/mamrio e no www.youtube/riomemorias.
“A ideia é que as imagens em movimento de um passado que ainda não era ruína possam dialogar com o tempo presente, evidenciando as transformações urbanas ocorridas até aqui e como queremos caminhar para o futuro”, revela a diretora e curadora do Museu Virtual Rio Memórias, Livia de Sá Baião.
Inédito e histórico, o documentário ‘Nossos Soberanos no Brasil’ acompanha a legendária visita dos reis belgas aos trópicos, em 1920. “O filme é de uma riqueza ímpar para o conhecimento do Brasil de um século atrás, na época atravessado por inúmeros conflitos, mudanças e desafios. O que se espera, com a divulgação da obra, digitalizada e restaurada especialmente para a mostra em 2K, é o interesse cada vez maior de estudiosos e do público em geral em descortinar o passado de uma realidade não tão distante assim, do nosso país”, conta o gerente da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner.
Além do filme, produzido pelo Service Cinématographique de l’Armée Belge (S.C.A.B.), que faz parte do acervo da Cinemateca Belga, a Mostra Rio Desaparecido vai trazer ao público mais dois documentários com imagens de um Rio que não existe mais: “Crônica da demolição” (2017), dirigido por Eduardo Ades, “O desmonte do monte” (2018), de Sinai Sganzerla.
Agenda de debates
Dia 19 de julho, às 18h | ‘Nossos Soberanos no Brasil’ – Filme que retrata a visita da família real belga ao Brasil, entre 19 de setembro e 15 de outubro de 1920, mostrando imagens inéditas do Brasil e do Rio. O filme – realizado em 1920 pela S.C.A.B. – Service Cinématographique de l’Armée Belge – é um documento histórico e praticamente desconhecido do público brasileiro. Nele se pode ver as grandes cidades brasileiras da época (Rio de Janeiro, Petrópolis, Santos, São Paulo e Belo Horizonte), com direito a planos aéreos e recheadas de paradas, desfiles, exercícios militares.
Mediador: Hernani Heffner (Cinemateca do MAM)
Historiadores: Heloisa Starling (UFMG) e Frederico Coelho (PUC Rio)
Arquiteto: Luiz Fernando Janot
Dia 20 de julho, às 18h | ‘Crônica da demolição’ – Ao investigar a controversa demolição do Palácio Monroe, o antigo prédio do Senado Federal no Rio de Janeiro, decretada pelo presidente Ernesto Geisel no período militar, o documentário revela os jogos de poder que determinam os destinos da cidade até hoje.
Mediadora: Livia Baião (Rio Memórias)
Historiador: Antônio Edmilson Martins (PUC Rio e UERJ)
Arquiteto: Nireu Cavalcanti
Cineasta: Eduardo Ades
Dia 21 de julho, às 18h | ‘O desmonte do monte’ – Aborda a história do Morro do Castelo, seu desmonte e arrasamento. O filme é um mergulho em algumas das características específicas do processo de urbanização carioca, como o embelezamento à francesa, a expulsão dos pobres das zonas valorizadas da cidade e a corrupção das elites dirigentes. “O desmonte do monte” fala também como as noções de patrimônio histórico e justiça social passaram ao largo das principais preocupações dos reformadores da cidade.
Mediador: José Quental (Cinemateca MAM)
Arquiteta e Historiadora: Evelyn Furquim (UNIRIO)
Arquiteta: Ceça Guimarães (UFRJ)
Cineasta: Sinai Sganzerla