Essa eleição do Rio está cheio de emoções, na mesma semana que Anthony Garotinho (PRP) passa a figurar em 2º no Ibope e com viés de alta, o TSE decide, por unanimidade, barrar sua candidatura, confirmando a decisão do TRE. O ex-governador do Rio foi condenado em 2ª instância por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito ao desviar R$ 234 milhões do projeto “Saúde em Movimento”. Ou seja, já era esperado pela Lei da Ficha Limpa que sua candidatura fosse barrada.
Claro que Garotinho já disse que é golpe, que é inocente e que vai e no vídeo divulgado em sua página, que a razão de barrarem sua candidatura é porque “pedra no sapato do esquema de corrupção no estado do Rio“. Ele também disse que irá à Brasília para tentar recursos para sua campanha, já que a decisão do TSE determinou ainda a proibição de a coligação de receber novos repasses de campanha. Além disso, está proibida de fazer campanha, principalmente de veicular propaganda no horário eleitoral no rádio e na TV.
Mas a questão mais importante agora, para nós eleitores, é como fica a situação da corrida para o Palácio Guanabara? Afinal, na pesquisa Ibope ele está com 16% e é o suficiente para mudar totalmente esse 1º turno, especialmente faltando apenas 10 dias para as eleições. O PRP não pode mais mudar de candidato, ou seja, os votos estão agora sem dono.
E não tem pesquisa próxima para saber como ficará o cenário, o Datafolha que ser divulgado amanhã ainda tem o nome de Garotinho, há uma pesquisa do Real Time Big Data, ligado a Record, e do GMR saindo à rua hoje, e talvez consigam fazer uma modificação e tirar o nome do ex-governador, mas a divulgação é só na terça-feira. Então só o que podemos fazer é chutar cenários.
A primeira impressão é que Romário (Podemos) que estava em viés de queda, inclusive poderia ser ultrapassado por Garotinho nas próximas pesquisas, é o que melhor aproveita a ausência do candidato do PRP. Além de consolidar em 2º lugar, os 2 tem perfis políticos próximos, ambos são populistas, seria esperado que boa parte dos votos migrassem então para o ex-jogador.
Mas campanha não é essa matemática simples, especialmente porque Garotinho conta com muito voto de políticos do interior e os eleitores que carregam com eles. E, com sua imensa capilaridade, Eduardo Paes (DEM) pode se aproveitar bastante disso e procurar agora esse pessoal que está órfão e podem correr para o colo do ex-prefeito do Rio.
Se isso acontecer, somado ao esperado aumento do voto nulo, já que muita gente ainda pode votar no 44 sem querer, não sabendo da inelegibilidade de Garotinho, pode aumentar em muito o voto nulo, aumentando as chances de que Paes seja eleito no 1º turno.
Ainda sobre Indio da Costa (PSD) que pode se aproveitar da ausência de Garotinho e procurar os votos que sobraram dele, até procurando uma reaproximação com Crivella (PRB), que apoiava o ex-governador, e tem consigo toda a máquina da Prefeitura e os votos dos membros da IURDE. Se conseguir isso, pode então ir para o 2º turno, especialmente se tiver os votos dos eleitores do Bolsonaro como ele espera.
A verdade é, que só teremos mais ou menos a ideia do que vai acontecer a partir da próxima 3ª feira, o TSE jogou uma bomba na campanha do Rio.