No Centro, nova cracolândia esvazia comércio da Frei Caneca e gera temor e insegurança

Enquanto partes do Centro, como a Praça XV, se revitalizam e florescem, o abandono e o crime ocupam áreas como a Cruz Vernelha e o entorno do Hospital Souza Aguiar

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Reprodução

A cada dia quem passa ou trabalha no Centro do Rio pode atestar os efeitos deletérios do aumento da população de rua e dos usuários de crack em certas ruas da região. Enquanto regiões como a Praça XV e a Praça Mauá têm melhorado e se tornado modelos de revitalização, outras partes da região não tem a mesma sorte, e o que é ruim, infelizmente, sempre pode piorar. Nas proximidades de pontos importantes, como o Hospital Municipal Souza Aguiar e o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, surgiu uma nova cracolândia, que está gerando problemas a comerciantes, moradores e pedestres. O antes pujante comércio de material de construção da rua Frei Caneca sofre.

No local, mendigos e usuários de drogas, que ocuparam vários pontos da calçada, montaram uma tenda e ainda derrubaram parte de um muro de uma edificação. O amontoado de gente produz lixo, degradação e medo em quem passa pelo local. Situação semelhante ocorre na rua Teixeira de Freitas, na Lapa, e em partes da Avenida Graça Aranha.

O vice-presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindlojas), Roberto Cury, disse ao Balanço Geral da Rede Record que a Rua Frei Caneca já sente os efeitos da presença de usuários de crack e mendigos na localidade.

“Ali tem a Rua Frei Caneca, que é um polo comercial muito forte de venda de madeira e material de construção. E, realmente, está prejudicando muito o comércio. Onde tem cracolândia e moradores de rua prejudica muito o comércio”, disse Roberto Cury em entrevista ao veículo.

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“Nós tínhamos aqui cinco mil estabelecimentos comerciais. Agora, uns quatro mil estão fechados. E não há recuperação nenhuma”, disse Cury, apontando a sensação de insegurança como um dos fatores para o declínio do comércio local: “Tem muitos cracudos roubando tampas de passagens de águas fluviais. Eles roubam tudo aqui no Centro. Agora, eles estão entrando pelos telhados. Há roubo de tudo em todos em todos os locais do Centro.” afirmou o vice-presidente do Sindlojas.

Um levantamento realizado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) verificou que, em 2023, o número de furtos a pedestres em toda a cidade aumentou em 7% em relação a 2022, com o Centro do Rio registrando 3.466 ocorrências. No Centro, porém, a queda neste tipo de crime foi de 35%. Os índices, levantados tanto pelo batalhão do bairro quanto pelo Centro Presente, ainda mostram impressionante queda em 66,6% no número de mortes violentas na área, que inclui pontos como a Central do Brasil e Zona Portuária, além de mais de 35% de redução no roubo a pedestres, em comparação a dezembro de 2022. O roubo de veículos também recuou 65,5% na área do batalhão e a PM comemora um decréscimo de 67% nos furtos de automóveis em toda área sob os cuidados do Centro Presente.

A diferença entre a sensação de insegurança passada por conta da presença de cracudos e mendigos nas ruas e os índices efetivos de criminalidade, porém, é gritante. “Isso só prova que a mera presença dos cracudos e mendigos já afasta clientes e investimentos, destruindo qualquer região.”, explica Wilton Alves, da Sergio Castro Imóveis, que administra vários imóveis na micro-região.

Procurada pelo Balanço Geral, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) informou, por meio de nota, que intensificou o patrulhamento na região. Com a medida, os lojistas esperam atrair o maior número de consumidores para o local.

Em um estudo feito até novembro pelo comandante do batalhão local Silvio Pekly, mostra que o índice de reincidência de todos os tipos de crime entre presos, na área do 5º BPM, atingiu 57% e o coronel aproveitou a reportagem do DIÁRIO DO RIO para tentar engajar a população a registrar qualquer tipo de delito e combater evolução para crimes mais sérios como latrocínio, roubo seguido de morte. Para o comandante, só com o registro de todos os delitos é possível entender a verdadeira mancha criminal na região. Cada delito não detectado acaba impedindo o policiamento de suprir as lacunas necessárias para reduzir a criminalidade, explica.

Para o vice-presidente do Sindlojas tem que haver uma política para recuperar o efetivo da Polícia Militar e da Guarda Municipal para que o Centro do Rio volte a crescer novamente ”.

O Balanço Geral também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) para falar sobre a nova cracolância. A SMAS afirmou que o combate à venda de drogas é de responsabilidade da Segurança Pública.

A secretaria lembrou ainda que existem, na região, centros de referências para a reabilitação de moradores de rua e viciados em drogas.

Informação: Balanço Geral da Rede Record

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11 COMENTÁRIOS

  1. Tudo isso é fruto de uma sucessão de governos incompetentes que tivemos na última década na cidade. Mas, o (des) governo Dudu Paes literalmente abandonou a cidade do Rio de Janeiro, com exceção de alguns poucos pontos de seu interesse – o Porto Maravilha por exemplo!
    É o que eu digo: O Rio de Janeiro está literalmente, principalmente no Centro da cidade, apodrecendo – isso mesmo já tá podre – e já cheira mal! Só o Dudu não sabe?
    Qual será o futuro do Rio de Janeiro? Teremos?

  2. A população SEMPRE vê o problema nascendo e crescendo aos poucos…já as autoridades fingem não ver quando nasce e cresce…aí, quando fica enorme alegam que não sabiam e que não tem como controlar…INCOMPETÊNCIA é o nome da coisa e atinge tanto a esquerda como a direita.

  3. Que título mais tendencioso e negativo. Vocês deveriam exaltar os índices impressionantes do Instituto de Segurança Pública (ISP) sobre as quedas nos crimes, roubos e furtos no bairro, diferente do resto da cidade. Eu vivo há 60 anos no centro, nasci no saudoso Hospital da Cruz Vermelha e infelizmente a Rua Frei caneca sempre foi complicada, mas os comerciantes tradicionais ainda resistem na região. A praça da Cruz Vermelha tem muitos moradores em situação de rua, mas não é uma Cracolândia. O Centro Presente está mais aparelhado e ostensivo. É um bairro muito antigo e com muitos problemas, com certeza, mas em contrapartida os imóveis do centro da cidade e da Lapa estão cada vez mais valorizados e a demanda só aumenta.

  4. Que título mais tendencioso e negativo. A matéria deveria exaltar os índices do Instituto de Segurança Pública (ISP) com as impressionantes quedas nos crimes, roubos e furtos no bairro, diferente do resto da cidade. Tenho 60 anos de centro da cidade, nasci no Hospital da Cruz Vermelha e infelizmente a Rua Frei Caneca sempre foi uma região complicada e muitos comerciantes tradicionais permanecem até hoje. A Praça da Cruz Vermelha abriga muitos moradores em situação de rua, mas não são cracudos. A foto da matéria mostra moradores em situação de rua e ninguém fumando craque. Hoje, vemos o Centro Presente reforçado e circulando muito mais pela região.

  5. Moro em Itaboraí mais trabalho no centro do Rio a 21 anos tenho acompanhado de muito perto todas essas mudanças e bagunça total no centro do Rio. Outro dia cheguei no centro indo de viação Mauá linha 100 passando pela praça Mauá fiquei impressionado com a quantidade de pessoas consumindo drogas no entorno do local como se fosse algo natural sem nenhuma repressão de quem se dis ser autoridade, aliás o antigo choque de ordem que no governo municipal que em um de seus mandatos passado funcionava foi abandonado pelo mesmo prefeito da época Dudu Paes boêmio aquele mesmo que disse que Maricá é feio está aí comando essa bagunça. O ditado já dis né cada um tem o governo que merece temos um país que é governado por bandidos então combater Cracolândia não é prioridade para muitos políticos infelizmente.

  6. “A SMAS afirmou que o combate à venda de drogas é de responsabilidade da Segurança Pública.”
    Só que o ‘STF’ quer decidir qual a quantidade de intorpecente que o cidadão pode portar sem caracterizar crime. Será que já pode-se comprar, cocaína, maconha, crack e etc…, de forma lícita, inclusive com nota fiscal e selo de qualidade do produto? Enfim, perece que essas decisões não passam de politicagem barata e nós cidadãos assistindo o caos e flagelo alastrando pelas cidades desse país.

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