Na manhã desta terça-feira (10/09), a Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), deflagrou a Operação Queda contra um grupo suspeito de abastecer comunidades controladas pelo Terceiro Comando Puro (TCP) no Rio de Janeiro, além de envolvimento com tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro.
A operação conta com a participação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e cumpre sete mandados de busca e apreensão em Parada de Lucas, Cordovil e Vila da Penha, na Zona Norte do Rio, além de Itaboraí, na Região Metropolitana, e no município de Lima Duarte, em Minas Gerais.
De acordo com a PF, ao todo, 10 pessoas são alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça fluminense. As investigações revelaram que a quadrilha movimentou R$ 9 milhões nos últimos anos. A Justiça do Rio também determinou o sequestro de valores em nome dos investigados, de interpostas pessoas e de empresas de fachada, totalizando quase R$ 7,5 milhões.
A investigação começou após a queda de um helicóptero em 20 de maio de 2021, que transportava 164 kg de crack e cocaína e pousou sem autorização em um canavial na zona rural entre Paraguaçu Paulista e Lutécia, no estado de São Paulo. Em 29 de julho do mesmo ano, 50 kg de cocaína foram apreendidos com um motorista em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ambos os casos estão relacionados ao mesmo grupo criminoso, e em cada ocorrência os responsáveis pelo transporte foram presos em flagrante.
Segundo a denúncia do Ministério Público, a organização fornecia e abastecia a comunidade da Vila do Pinheiro, no Complexo da Maré, controlada pelo Terceiro Comando Puro (TCP). O líder da quadrilha coordenava seus comparsas na obtenção de veículos e “mulas” para o transporte dos entorpecentes, além de gerir “batedores” de carga ilícita e laranjas para ocultar o patrimônio obtido ilegalmente.
Nos últimos anos, os criminosos movimentaram mais de R$ 9 milhões, lavando o dinheiro por meio da compra de uma fazenda em Minas Gerais e de empresas de fachada. Os crimes investigados incluem organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de capitais, com penas que podem somar mais de 30 anos de prisão.
No total, dez pessoas foram denunciadas por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Também houve o bloqueio de contas de pessoas físicas e jurídicas, além da suspensão da autorização de um dos denunciados para pilotar helicóptero. Entre os denunciados está Robson Martins dos Santos, conhecido como Douglas Castro, identificado como o líder da quadrilha e fornecedor de drogas para o TCP. Condenado em 2019 a 14 anos de prisão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ele fugiu para Lima Duarte, onde adquiriu a fazenda Rochedo, que passou a servir como depósito para o transporte das drogas para a Maré.
A operação recebeu o nome de Queda Livre, em referência à queda do helicóptero que transportava cocaína em São Paulo. Na ocasião, Fábio Rosa da Silva e Felipe Chadi Mendes foram presos em flagrante e também denunciados pelo Gaeco.