Não seria exagero afirmar que vivemos números de pandemia quando o assunto são mortos e feridos em acidentes de trânsito no Rio de Janeiro nos últimos anos. Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que, em 2023, 22.738 pessoas passaram por essa situação no estado. Uma média de 62 casos por dia. Esse número representa um aumento de 20,9% em relação ao mesmo período de 2022. Dos mais de 22 mil incidentes no ano passado, 1.341 resultaram em morte.
Gráfico: ISP/ISPTrânsito
A maior parte desses acidentes ocorridos em 2023 aconteceu na capital (10.808 registros), seguida por Niterói (1.257) e Duque de Caxias (1.061).
Em relação aos locais exatos onde mais ocorrem acidentes no Rio de Janeiro, a Avenida Brasil lidera o ranking do ano passado com 714 ocorrências, seguida pela Avenida das Américas, com 458, e pela Rodovia Amaral Peixoto, com 352.
O período da tarde, entre 12h e 18h, concentra as maiores incidências. No entanto, quando há vítimas fatais envolvidas predomina o intervalo entre 18h e 0h.
“Essas estatísticas são muito importantes para auxiliar na criação e aprimoramento de políticas públicas estaduais. O painel mostra a importância de iniciativas do Governo do Estado como a Operação Lei Seca e os programas de prevenção do Detran.RJ”, frisa a diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública, Marcela Ortiz.
Gráfico: ISP/ISPTrânsito
Neste ano de 2024, o levantamento analisou os três primeiros meses. Em janeiro aconteceram 102 acidentes com vítimas. Fevereiro (121) e março, 101.
Na capital as causas são facílimas de enumerar, todas relacionadas a impunidade, ou seja, a incompetência do estado e da prefeitura: motos e bicicletas na contramão, motos ( e também carros) ignorando sinais de trânsito, carros caindo aos pedaços rodando tranquilamente, sinais de transito dessincronizados irritando os motoristas e induzindo ao avanço dos mesmos.
Carros velhos são um crime pelo risco potencial de acidente e poluição. O sistema de Vaga Certa, com preço congelado há VINTE E DOIS anos é outro atrativo para estes veículos decrépitos.
Bicicletas , elétricas ou não, com pais irresponsáveis levando e “ensinando” seus próprios filhos a desobedecer todas as regras básicas de transito. a começar pelo uso de capacete.
Aparentemente, corrigir tudo isso gera impopularidade, com efeito nas urnas eleitorais, mas as consequências estão lá ,nos hospitais e cemitérios.