Apesar de achar que nossa cidade não é tão violenta como gosta de pintar parte da imprensa, o arrastão é uma mancha no nosso currículo. Seja em engarrafamentos, ou motos de bandidos fechando vias para cometer os assaltos, causa medo e insegurança em quem precisa sair de carro para ir até algum ponto de nossa cidade.
Na Veja o secretário Beltrame diz que não são arrastões, por ter menos vítimas. Nomenclatura… aqui no Brasil se acha normal jogar um objeto na cabeça de um presidenciável, dizer que é bolinha de papel e ficar por isso mesmo.
A questão é que o policiamento ostensivo, no asfalto, não existe mais. Da Zona Sul a Zona Norte, até a Barra que parecia não ter este tipo de ação, em fevereiro teve duas vezes, durante duas horas. As motos que deviam estar na Barra estavam em Bangu.
Acho que sou a única voz a criticar as UPPs, não pelo o que ela é, afinal é de parabenizar a retirada do tráfico armado de onde está presente. Só que as UPPs não estão inseridas em uma verdadeira política de segurança, é apenas uma ação. Não parece haver um planejamento para o depois.
O filme Tropa de Elite 2, que vem quebrando recordes de bilheteria, mostra claramente que o tráfico armado não é o único problema de segurança do Rio de Janeiro. E não é apenas a milícia. É engano pensar que um ex-traficante vai largar suas armas e partir para um trabalho honesto, claro que não.
Praticamente não há presos nas ações das UPPs, pelo menos não é dado destaque. Afinal, para onde vão todos os que ganham na economia do tráfico? Para suas casas repensar a vida do crime? Claro que não.
Assim como também erra o Governo do Estado em achar que a repressão não fará surgir novos bandidos. Política de segurança passa pela educação, incentivos ao esporte e a cultura.
Os anos de 2014 e 2016 estão chegando e o Rio está passando por um grande momento desde o Pan 2007. Espero que não quebrem isso apenas porque uma ação como a UPP é popular mas não é efetiva a longo prazo.