As pessoas necessitam de um líder. Os grupos humanos giram em torno de uma boa ou má função de liderança. Entre o líder e o liderado há o sentimento de dependência. Aí reside o grande problema! O bom exercício da liderança recai no saber dosar o limite de uma dependência que prolifera no encontro do líder com seus liderados.
A dependência é um sentimento arcaico que habita o desejo mais íntimo do ser humano. Ele quer ser amado, cuidado, ser tomado como único por este ou aquele que se faz líder.
Você já nasce dependente dos cuidados maternos. Cresce a partir de uma suposição de saber que recai no lugar que o pai ocupa na estrutura familiar. Por isso você pode ser fisgado pelo desejo de um líder que rememora seus sentimentos infantis de desproteção, alimentando uma idealização: do pai, do chefe, do religioso, do político, do professor, do amigo. Acredita-se que o outro tem o que lhe falta, para torná-lo completo, feliz.
Você se separou de seus pais, realmente? Deixou para traz sua infância, ou carrega no adulto a criança que você foi?
Quando a criança ainda está muito viva em sua vida, você pode depender de pessoas, de remédios, de bebidas, de drogas, até mesmo de fracassos, para alimentá-la.
Por isso, você procura alguém como líder, para responder pelos seus pontos de impotência, de fragilidade, de fracasso. Há alguns que se investem da posição de e alimentam essas esperanças. São as muletas imaginárias que lhe permitem viver a vida como ela é.
Você, para viver o seu cotidiano, vai necessitar de um líder, como um verdadeiro oxigênio em sua vida, para não se questionar.
O que importa e fundamenta a boa pertinência do líder é como a função de liderança será tomada em seu bom sentido, quer dizer, no exercício de fazer progresso, e que venha ter seu valor de lei. Por isso mesmo, como situar os parâmetros de uma dependência tolerável, nesta tênue linha que separa o líder de seus liderados? Não há um sem o outro, não existe o desejo de liderar sem o desejo de se fazer liderar. De todo modo, isso não caminha de maneira linear, tranquila, sem um certo transtorno. Há, nesta relação, um ponto de tensão, que pode ser uma bússola para o melhor. O que brota no meio do caminho?
O amor tem em sua raiz o ódio. Daí nascem sentimentos interessantes, que se atualizam a partir das particularidades, tanto do líder quanto de seus liderados. Sentimentos adormecidos, que jazem na mente humana e que entram em cena, por vezes muito agressivos ou dóceis demais. Os excessos sempre encaminham para o pior. Amor excessivo, desejo de ser querido e amado a todo custo, subserviência, desejo de humilhação, ódio, raiva, inibição, rivalização, ciúmes, inveja.
O mais grave frente à uma liderança é a obediência cega, passiva, sem questionamentos. Este fato é também verificável nas relações familiares e nas escolas.
Há o bom líder, isso existe! Saber exercer uma liderança, requer uma certa posição ética, que se aproxima do exercício da função paterna. O bom líder, tal como um bom pai, é justo aquele que não se deixa tomar pela função que ele exerce. Um e outro, também se submete a função que o edifica. Uma função está sempre um passo à frente da pessoa que a encarna. Quando um líder se apropria da figura de líder, é um desastre, ele infantiliza seus liderados. Um pai que quer se identificar com a função paterna adoece seus filhos. acaba com a saúde mental de seus filhos.
Há o bom líder, isso existe! Saber exercer uma liderança, requer uma certa posição ética, que se aproxima do exercício da função paterna. O bom líder, tal como um bom pai, é justo aquele que não se deixa tomar pela função que ele exerce. Um e outro, também se submete a função que o edifica. Uma função está sempre um passo à frente da pessoa que a encarna. Quando um líder se apropria da figura de líder, é um desastre, ele infantiliza seus liderados. Um pai que quer se identificar com a função paterna adoece seus filhos. acaba com a saúde mental de seus filhos.