Referência em atendimento na Baixada Fluminense, o Centro de Atenção em Saúde Funcional Ramon Pereira de Freitas (Casf), em Nova Iguaçu, tem sido alvo de reclamações de pacientes por conta da redução dos atendimentos e fechamento da oficina que fornece próteses, conforme foi veiculado pelo RJ1, da Rede Globo, nesta segunda-feira (27).
De acordo com a emissora, as mães de crianças atendidas pelo Casf relataram que os problemas começaram, em 2018, quando a instituição, que funcionava na Associação Assistência à Criança com Deficiência (AACD) – entidade sem fins lucrativos, passou a ser administrado pela prefeitura de Nova Iguaçu
Ainda de acordo com a emissora, uma das pacientes que faz acompanhamento com fisioterapia e fonoaudiologia e estava consulta marcada, teve o atendimento desmarcado. Segundo a mãe da paciente, uma funcionária da unidade teria afirmado que a desmarcação seria em decorrência da falta de cloro na piscina dedicada ao tratamento dos usuários da unidade. A paciente tem 20 anos e sofre de paralisia cerebral. As constantes falhas no atendimento a prejudicam, uma vez que ela necessita de tratamento contínuo para não sofrer atrofia muscular.
Ao RJ1, a técnica de enfermagem Natália de Souza, mãe do Cauã, de 8 anos, disse: “As crianças estão perdendo movimentos por conta do afastamento da fisioterapia. A criança regride, perde tudo.” Cauã teve paralisia como sequela da meningite.
Os usuários do Casf relataram ainda que a instituição fornece cadeiras de rodas, próteses e muletas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que o centro de reabilitação deveria produzir o material, uma vez que abriga uma oficina pública de órteses e próteses. Os pacientes, então, ficam à espera que o material enviado pelo SUS chegue à unidade, o que demora a acontecer. Há pacientes que aguardam por uma prótese há 3 anos.
Segundo a emissora, um grupo de mães chegou a fazer um abaixo-assinado, com o intuito de melhorar os serviços e preservar os profissionais que lá atuam.
“Agora eles estão com a história de colocar Organizações Sociais (OSs). A gente vai perder os profissionais, a gente não quer perder, porque são pessoas com qualificações. A gente quer ter um tratamento digno. É o que a gente quer: tratamento digno para nossos filhos. Tem amputado que está há cinco anos esperando uma prótese. Isso é falta de humanidade,” disse a dona de casa Gilcimeire Alves da Silva ao RJ1.
O jornal O Globo reportou que a Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu informou ao G1, que as reclamações dos pacientes sobre alta precoce não procedem, sendo que a unidade atende mais de 600 pacientes. Segundo a secretaria foi realizada uma licitação para cadeiras de rodas e os pacientes delas necessitados estão sendo avisados. A Secretaria admitiu, no entanto, que há atraso de dois anos na entrega muletas, próteses e órteses. A instituição pediu desculpas pelo transtorno e disse que está estudando como disponibilizar o material aos usuários.
As informações são do jornal O Globo, do G1 e do RJ1, da Rede Globo.