Cheguei em Portugal no mês de fevereiro para realizar alguns estudos e trabalhos de jornalismo cultural. De repente… Ok, não tão de repente. O coronavírus já vinha se espalhando, mas não imaginávamos que seria dessa forma. Assim, em pouco tempo, o mundo teve que tomar novas medidas com urgência. Portugal, por exemplo, percebeu as mortes crescentes em países como a Itália e a vizinha de porta, Espanha, e se fechou. Situação e oposição se uniram e o Estado de Emergência foi decretado oficialmente em 18 de março, mas já vinha sendo ensaiado e estimulavam o isolamento. Quis o destino que eu acabasse ficando sozinho e isolado fora do meu país de origem; sem o calor do Rio de Janeiro e preocupado com minha cidade natal, meus familiares e amigos.
As notícias que chegam são desanimadoras. Como estará a cidade no momento em que eu puder retornar? Em uma reportagem do Diário do Rio, escrita por Quintino Gomes Freire, mais um baque: uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) mostra um cenário complicado para acontecer em breve. A estimativa é que 10% dos estabelecimentos gastronômicos da cidade feche. No momento em que escrevo, pelo menos 20 mil pessoas do setor de gastronomia já estão desempregadas e pode ficar pior, chegando a 30% dos bares e restaurantes da cidade definitivamente fechados, mesmo após o fim do isolamento.
Cristo Redentor, e agora? Sabemos o quanto o setor gastronômico move a economia da cidade, o carioca adora sair para comer, conversar e tomar aquele chope gelado ou um suco de laranja refrescante. Porém, há esperança, porque tem gente pensando nisso. Tenho informações de novas iniciativas e empreendimentos que surgirão buscando renovar e fortalecer a cidade, muitos, inclusive, vegetarianos e veganos, chegando a partir da preocupação com o consumo de animais e os problemas e doenças que pode acarretar. São pessoas que pretendem utilizar o dinheiro que guardaram para injetar sangue novo na cidade e movimentar os comércios.
Enquanto isso, em Portugal, tudo bem parado e aqueles que podem buscam respeitar o isolamento. Dessa forma, o país está conseguindo manter a propagação do coronavírus sobre controle e começa a criar estratégias para os próximos meses. Claro, a cultura carioca é bem diferente, é da rua, dos bares, da reunião. O povo gosta de sair e aproveitar o ar livre. Liberdade. Faz falta, não é? Sem dúvidas, o clima convidativo de céu azul e calor estimulam ainda mais isso. Em países e cidades onde o frio é maior, os seres humanos acabam ficando mais em casa naturalmente. Lembro até daquela velha canção de Adriana Calcanhotto, um clássico que diz que cariocas não gostam de dias nublados. Pois é, agora está tudo nublado por uma pandemia que provoca o mundo a refletir valores e pensar em solidariedade e altruísmo. Todavia, antes de tudo, temos que nos cuidar e sobreviver, respeitando ao máximo as medidas sugeridas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para que haja novos carnavais.
Álvaro,
Quero enviar um áudio
Música que fiz inspirara em Muriã, da nação Pataxó
Muriã significa Areia Branca
Ela deixa a tribo por ter se apaixonado pela capoeira.
Envie seu e-mail ou número WhatsApp
Jorge Rocha – 65 anos, seu admirador.
Prof de Educação Fisica, trabalha há 38 anos com reabilitação de crianças com deficiência e idosos com CA
Músico amador, cantor do grupo Carência Afetiva em 74/75. Orquestra da Escola de Música de Brasília 77/80. Musicas gravadas em 2019 pelo grupo Camerata Caipira – DF, no projeto “Cadê o Bicho que estava aqui” – FAC