Concordo plenamente com os versos cantados pelo nosso saudoso Tim Maia. Com certeza não há nada igual! Mas o Rio de Janeiro possui características que vão muito além das belezas cantadas sobre nossa cidade e que devem ser conhecidas, melhoradas e resgatadas. O estado do Rio, apesar de territorialmente pequeno frente a outros de nossa federação, possui um interior muito importante para a nossa realidade, que também produz, encanta, revela e ajuda a manter a nossa atividade econômica.
Desde a atividade turística e de pesca familiar na região de Paraty até o potencial de energia solar no Norte Fluminense, o interior do Rio é bem diverso. Temos um pólo industrial forte no Sul Fluminense, com a presença de várias montadoras, siderúrgicas e algumas indústrias de base, que aproveitam a localização privilegiada para o restante do sudeste. A Região Serrana, com seu infindável potencial turístico, também é um polo de agricultura familiar, fornecendo hortaliças e produtos alimentícios variados para mercados importantes e com o setor de tecnologia cada vez mais forte. O Noroeste Fluminense, também com potencial para agricultura familiar, mas com foco em inovação e em tecnologias agrícolas. A Região dos Lagos, com sua extração de sal marinho e com atividade turística. Macaé, com a presença da indústria de óleo e gás, e, um pouco mais à frente, em São João da Barra, com o Porto do Açu, um grande potencial industrial para a região toda.
Sem falar da nossa Baixada Fluminense, região que por vezes, infelizmente, é ligada a mazelas da sociedade, mas que na verdade abriga uma série de virtudes. Desde seus habitantes, um povo que trabalha e corre atrás, até a diversidade de suas características, seja por abrigar indústrias, comércio, turismo, agricultura e possuir uma forte e diversa cultura.
Conhecer o estado é fundamental para potencializar nossas caraterísticas e resolver os problemas por aqui. É impressionante como não temos ideia de como os municípios menores se adaptam para seguir no dia a dia. Do ponto de vista da gestão pública, muitos deles têm uma arrecadação pequena e quase não recebem verbas da União, além dos repasses, dependendo de emendas parlamentares. Muitos possuem, por exemplo, problemas com fornecimento de energia e necessitam de ajuda para resolução com as distribuidoras. Muitos possuem escolas e universidades fechadas por falta de verbas e não conseguem força política para resolverem. Muitos possuem polos produtivos que padecem por falta de infraestrutura, por má gestão pública ou pela burocracia.
Neste ano pude intensificar a presença do meu mandato no interior do estado. Os problemas que encontramos por vezes são tão básicos que, certamente, com maior apoio e vontade política do governo, vários deles seriam resolvidos. São projetos simples, como a adaptação de vias para melhoria de fluxos, asfaltamento de estradas vicinais, pequenas burocracias para a realização de negócios que travam toda a cadeia produtiva e a rotina das pessoas. Temos problemas maiores, como concessões de rodovias, oferta de serviços de saúde, infraestrutura de saneamento, que com uma coordenação melhor do governo, trariam melhorias significativas para a população.
Essa experiência no nosso interior também foi importante para perceber o quanto nossa realidade na política se parece com uma bolha. Toda essa polarização e disputa de narrativas passa longe da realidade de muitos pelo estado.
Escutando a população do interior, pude perceber que as pessoas estão muito mais preocupadas em trabalhar, em estudar e em como serão atendidas em caso de saúde do que com o que o presidente falou ou deixou de falar. A população valoriza muito mais o trabalho que é feito em prol da região, mas que infelizmente depende muito da política no estado e que infelizmente é uma das piores pelo Brasil.
A corrida eleitoral de 2022 já mostra vários clãs políticos do estado se movendo em troca de apoio e ao lançamento de candidaturas, levando a crer que os reais interesses da população ficarão realmente de lado até lá. Vemos um governador já costurando alianças, mudando secretários em troca de apoio, deixando muita coisa a resolver de lado.
Contudo, a responsabilidade não fica apenas com o Executivo. O trabalho de um parlamentar pode ajudar, e muito, neste mesmo contexto. Aliás, essa aproximação com o estado deveria ser uma das principais atividades de todo mandatário. Como tenho percebido, a população valoriza bastante quando percebe que alguém da política trabalha efetivamente para resolver os problemas de sua região. O trabalho de um deputado federal não deveria focar-se apenas em produzir leis. Acompanhar a vida em seu estado, fiscalizar, entender os problemas, ajudar a resolvê-los junto aos executivos estadual e federal e demais instituições, colocar emendas parlamentares em projetos que se propõem de fato a resolver problemas, são atividades muito valiosas e que de fato podem ajudar a melhorar a realidade das pessoas. Minha experiência no interior tem sido muito positiva neste sentido.
A vida acontece nas cidades e o futuro de nosso estado passa pelo interior. Temos que valorizar a rotina, o dia a dia das nossas cidades e trabalhar para que o desenvolvimento aconteça da melhor forma possível. Os municípios precisam de autonomia para que aproveitem suas características. Ao mesmo tempo, temos que dar apoio para que todo o potencial seja aproveitado da melhor forma. Temos uma realidade riquíssima no estado do Rio e não podemos desperdiçá-la.
Deputado, se houvesse a liberação do gás que está sendo reinjetado nos poços fluminenses por meio de mais infraestrutura gaseeira no estado do RJ – o preço do m3 cairia de tal forma que a AGENERSA seria obrigada a repassar isto para as distribuidoras. O RJ já teve indústrias e estas hoje padecem com energia elétrica caríssima. #ficaadica