Quando era mais novo, sempre sonhei em trabalhar no Centro. Ouvia falar de como a vida era agitada, de como existia um mundo de escritórios, lojas, bares e restaurantes.
O Centro me parecia um território que reunia diversas tribos, gente de todos os bairros e cidades vizinhas circulando durante toda a semana. A vida continuava aos fins de semana com os restaurantes, as feiras ao ar livre, os museus cheios de vida.
Hoje eu trabalho no Centro, na Cinelândia para ser mais preciso, um local que há pouco tempo vivia rodeado de milhares de pessoas diariamente. Infelizmente, o cenário já é outro no Centro do Rio – ou na Cidade, como muitos cariocas se referem carinhosamente -, consequências da crise social e econômica que atravessa o Rio, agravada ainda mais pela pandemia. Foi transformado em um cemitério de lojas, restaurantes e escritórios. Suas ruas vazias lembram filmes de terror do passado.
O Centro ainda é o coração econômico e financeiro da cidade, mas as sucessivas crises impactaram fortemente a região. Uma pesquisa do Programa Centro Para Todos (IPP, IRPH, PGM) realizada entre 2017 e 2018 aponta que, durante essa época, pelo menos 20% dos imóveis do Centro estavam vazios ou subutilizados. Em 2020, as vendas do comércio caíram mais de 30%, com fechamento de quase 800 empresas, segundo levantamentos do Clube de Diretores Lojistas do Rio e da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro.
Até os passageiros estão em falta no principal meio de transporte da região. O VLT, criado para interligar as ruas do Centro, viu o número de usuários cair pela metade, segundo dados da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp).
Para revivermos o Centro do Rio, será necessário um plano de ação para solucionar o problema dos terrenos vazios e subutilizados, públicos e privados, que não contribuem para o desenvolvimento e qualidade de vida da cidade. Com o abandono, vem a desordem urbana e a falta de segurança.
O que vemos no Centro hoje são consequências de um problema herdado há décadas.
Em 1976, um decreto da Prefeitura proibiu o uso residencial em todo o Centro, o que causou o afastamento de moradores da região. Foi revogado em 1994, mas o dano foi feito e a imagem de uma região não-residencial se perpetua até hoje.
Estamos próximos da revisão do Plano Diretor do Rio de Janeiro, momento mais que oportuno para alterar normas que não fazem mais sentido para a cidade e estruturar novas dinâmicas que possibilitem o desenvolvimento sustentável do Rio -a começar pela reocupação da sua área central com gente morando, trabalhando e aproveitando suas horas livres nos diversos equipamentos culturais. Além da II R.A., abrangida pelo Reviver Centro, o novo Plano Diretor pode articular uma ideia de centralidade expandida, integrando os bairros do entorno e a Zona Norte a essa proposta de promover moradias mais acessíveis e próximas ao trabalho das pessoas, aumentando a qualidade de vida da população carioca.
O Programa Reviver Centro, apresentado pela Prefeitura, é o início desse movimento. Ao buscar a vitalidade da área central, incentivando o uso residencial e misto (habitação + comércio + serviços), o programa busca a transformação do uso de imóveis vazios ou subutilizados através de benefícios fiscais, flexibilização de normas de construção, programas de aluguel social e investimentos diretos na recuperação do espaço público.
Para que o programa dê certo, é essencial a articulação entre poder público e iniciativa privada. É necessário atrair a atenção do mercado imobiliário para a região central, e isso se faz afinando benefícios, permutas, cálculos que garantam um valor final de metro quadrado que seja acessível aos novos moradores e vantajoso para o setor de construção.
Vejamos o exemplo de São Paulo. Em 2015, a capital paulista contava com 2 mil moradias populares. Na época, a revisão do Plano Diretor optou por ampliar a participação da iniciativa privada, e esse número saltou para 25 mil em apenas três anos.
Não basta um projeto bonito no papel. Um projeto como este precisa ser otimizado para entregar os melhores resultados possíveis, e só conseguiremos isso com o envolvimento da população, do setor público e da iniciativa privada.
Que o sonho de trabalhar no Centro seja complementado com o sonho de morar no Centro do Rio e voltar para onde tudo começou.
Infelizmente foi o que os Governadores prefeitura anteriores e atualmente, fiscalização de obras, trânsito, que fazem vista grossa as irregularidades quanto a também poluição sonora que as construções do supermercado guanabara fez em campo grande na estrada rio da CMO testada para Vítor Alves, local residencial, colocaram grupo de geradores virado para as residências vizinhas com idosos ACAMADOS, as chaminés soltam fuligens, trazendo problemas de saúde principal neste período de pandemia.
Este prefeitura contínua nada a fazer fiscal faz o mesmo. “brasil” que enquanto não for limpo de vez ficará sem respeito.
O esvaziamentos dos centros financeiros não é um fenômeno só brasileiro, e veio para ficar. Os nômades digitais migraram para cidades médias e pequenas, não muito distantes das grandes, o tele trabalho é uma realidade. Em busca de qualidade de vida as pequenas e medias cidades serão a solução, alugueis mais baratos e ambientes menos poluídos. A precária infraestrutura de saúde e educação nestas cidades será suprida em parte pelas tele consultas e cursos à distância. Não vejo bom prognóstico a curto e médio prazos para os centros de grandes cidades. Resta essa tentativa de atrair uma população de baixa renda para o centro, tarefa dificílima tendo em vista o custo de um retrofit. Mas claro, sempre há um BNDES logo ali, com bilhões disponíveis e aí, se micar, a Caixa compra tudo, não é Cedurp?
A maior ironia do destino nesse caso é que justamente o prefeito que causou a desgraça no centro do Rio foi eleito novamente e agora aparece na mídia como se não tivesse nada a ver com isso. Procurem pesquisar quem foram os secretários de transporte do “nervosinho” que arruinaram o centro, acabaram com os pontos finais dos ônibus, iniciaram um processo de criminalização massiva dos estacionamentos, nem os táxias podeima parar, o que se via eram bandos de guardas municipais multando todos que se atreviam a ir de carro ao centro para fazer compras, compraram esse tremzinho inútil que leva do nada a lugar nenhum, que todo mundo sabia que não funcionaria! Mas hoje sabemos que muitos incentivo$$$$$$ foram dados ao nervosinho para acatar qualquer sugestão dos empresário$$$$$$$$$, ainda que fossem as mais estapafúrdias, como o BRT, por exemplo. Hoje quem vai ao centro do Rio? Nem os táxis gostam de ir, é um tumulto inacreditável devido ao VLT, obras mal-feitas, estreitamento de ruas, ausência de pontos de ônibus, entre outras. O fechamento da Av. Rio Branco foi um crime!!!!!!!!!! Andem os senhores pela Praça Tiradentes, que tinha um comércio pujante, mas estreitaram as ruas do entorno e criaram uma praça gigantesca pra ninguém andar!!!!! O nervosinho, novamente, achava que iam proliferar as cafeteries, os bares e restaurantes com mesas e cadeiras nas praças, como acontece na europa, para ele o centro deveria ser ponto de encontro de bêbados, sambistas e turistas à procura de prostituição. As lojas fecharam, os sebos outrora magníficos, não aguentaram a falta de público, foram 8 anos de obras intermináveis impedindo a entrada dos clientes, hoje dá vontade de chorar de ver tudo abandonado, e o culpado de tudo isso tem nome e sobrenome: Eduardo Paes.
Ler “uma superação do conservadorismo”, “uso de drogas recreativas”… São argumentos? São coisas que trouxeram o centro nesse ponto?! Não foram desvios de verbas? Péssimas políticas de segurança pública? Bandidolatria? Impostos e altos encargos? Como se um usuário fosse perseguido e preso! Isso não existe! Uma pessoa que culpa uma política conservadora a qual não NUNCA aconteceu desde Brizola que proibiu o efetivo combate ao tráfico nas favelas e fortificou às facções. Negacionimo, mentiras, meia verdade, são os protagonistas do Rio: políticos! Como Eduardo Paes que fechou a cidade e foi pego sem máscara e aglomerado… ou investigado por corrupção… agora querem pegar o dinheiro do carioca e “investir” junto da iniciativa privada (onde sabemos que esse dinheiro público certamente será desviado) ao invés de realizar o dever de casa que é bem simples: desburocratização e baixa de impostos ao invés de aumentos como no IPTU. Políticos e filósofos, nunca viveram a realidade do cidadão carioca… por isso a decadência irá aumentar até ninguém suportar viver mais no Rio… parabéns pelo ótimo trabalho! Vocês acabaram com o Rio de Janeiro, minha terra natal a qual estou indo embora igual há vários outros amigos. Um abraço e fiquem com seus projetos de cracolandias legalizadas, anarquia generalizada e muita corrupção!
Perfeito, concordo plenamente.
Concordo plenamente! ???
Exato Thales!!!
Tem imbecil cuja a única preocupação é o “uso recreativo”de drogas!!!Kkkkkk mimadinhos ao cubo!!!Só pensam no próprio umbigo,e culpam todos q puderem para satisfazerem seus caprichos!!!Coisa da geração Toddynho!!!O idiota é tão “inteliquitual”,q ainda culpa a religião !!!!Kkkkkkk Um idiota desses,não fosse a religião, que permitiu o avanço da sociedade,ainda estaria na idade da pedra lascada,tragando um cigarrilha de estrume!!Sabe naaaaaada da história da civilização, o jumento!!!
Eu não moro no Rio de Janeiro, mas já estive no Centro da cidade algumas vezes. Me causou profundo impacto negativo a quantidade de pichações e camelôs. Parece uma região largada. Santa Tereza, por exemplo, tem pichações até nas placas de trânsito. A cidade não merece isso, pois é lindíssima.
A questão no centro do Rio é mais complicada e profunda do que a apresentada. No Centro, desde o primeiro governo do Paes, ou melhor, desde o do César Maia, tenta-se o processo de gentrificação, mas há o morro da providência e seu entorno, por exemplo, que não é uma questão simples de uso ou preço do solo urbano, mas da territorialidade do tráfico de drogas. A violência urbana é um instrumento de desvalorização importante, que impediu o renascimento da região da Lapa, por exemplo.
Com a realidade do home office, que é um processo irreversível e só foi acelerado pela pandemia, os edifícios comercias do Centro teriam que ter um grande incentivo do estado para um processo de retrofit para unidades habitacionais.
O Centro tende a virar um bairro fantasma. Ou seja, não é uma questão de fica em casa ou gentrificação, sem uma política de superação do conservadorismo, atualmente com bandeira neopentencostal, que criminaliza o jogo e o uso de drogas recreativas, vamos ficar presos ao anacronismo da Chicago dos anos 20 com a Lei Seca, por décadas.
Mas discutir este tema exige conhecimento histórico, econômico e antropológico, o que os tios Whatsapp e do Facebook definitivamente não têm.
A questão do home office que vc colcocou é importante, mas pra mim o principal foi que o Eduardo Paes impediu as pessoas de irem ao centro, queiram ou não os acadêmicos do chopinho no Leblon, o povão só anda de ônibus, não é de metrô nem trenzinho fantasma, as pessoas gostavam de ir ao centro para fazer compras e resolver problemas, o Saara era pujante, a praça Tiradentes, as lojas de eletro/eletrônicos da Rua República do Líbano, os sebos da Tiradentes, as lojas da carioca, fecharam todas por falta de acesso, pois acabaram com os pontos de ônibus, aqui não é europa, os filósofos de botequim não aprenderam que existe vida além do copo de cerveja.