Ano eleitoral é sempre difícil, sobretudo para os cariocas. São inúmeras as promessas não cumpridas, as mentiras que se espalham, os ânimos que se acirram e o debate acalorado que acontece, mesmo dentro das famílias. Mas fiquem tranquilos, não entrarei nessas polêmicas que dividem o Brasil – falarei de outra, mais próxima ao seu dia-a-dia.
No seu bairro, já apareceu vereador, candidato a deputado e por vezes até um Prefeito prometendo recuperar o asfalto, a calçada e tudo da vizinhança, certo? Acontece mesmo, sobretudo em ano eleitoral. Não surpreende, portanto, que tenha acontecido isso em uma das praças mais famosas do Rio de Janeiro: a Afonso Pena, na Tijuca. Teve evento anunciando a reforma completa, com diferentes políticos presentes. Sites repercutiram, a população ficou esperançosa, animada
Os moradores relatam que as obras avançavam lentamente, até que ficou mais perto das eleições em si e tudo acelerou. Ficou “pronta” a tempo: a obra foi terminada e as placas relacionadas foram retiradas. “Tudo certo”, certo? Só que… não. Vejamos a qualidade do que foi entregue à população (fotos no final do artigo):
1. Pinturas recentes da quadra e da pista estão desmanchando em poucas semanas.
2. Ao lado da pista, enormes áreas onde a água empoça e gera queda dos idosos.
3. Bueiros seguem entupidos mesmo após a “obra”.
4. Ao lado de onde as crianças brincam de pula-pula, está aberta e abandonada uma vala.
5. No “canteiro de areia” das crianças, o que existe é lama, sujeira, poças e desníveis profundos.
6. Ao lado da quadra, onde brincam crianças diariamente, há brita abandonada.
Ah, e outro ponto surreal:
7. O “parcão” para cachorros tem o “rodapé” de um lado, mas do outro não. Os cachorros fogem por baixo da grade.
A impressão que fica, ao menos pra mim, é: o voto é urgente e tem prioridade, a qualidade do serviço nem tanto. A consequência disso tá aí, pra todo mundo ver. Será que em breve aparecem de volta para anunciar a reforma da reforma? Em 2024, quem sabe…
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.