Pesquisadores da Uerj utilizam drones para monitorar descarte de lixo em áreas remotas do Rio de Janeiro

Estudo da Uerj usa drones e inteligência artificial para monitorar o descarte ilegal de lixo em áreas de difícil acesso no Rio de Janeiro, com uma eficácia de 92% na identificação de detritos

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Imagem criada por Inteligência Artificial

O descarte ilegal de detritos é uma triste realidade em diversas áreas do Rio de Janeiro, agravando-se em locais de difícil acesso, como terrenos baldios, margens de rios e áreas florestais. Além de prejudicar o meio ambiente, esse tipo de lixo torna-se um risco potencial para os profissionais de limpeza. Em busca de soluções, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com financiamento da FAPERJ, estão desenvolvendo uma tecnologia inovadora que utiliza drones e inteligência artificial para monitorar o descarte de resíduos sólidos em áreas remotas.

Coordenado pelo engenheiro Marcelo Musci, do campus Zona Oeste da Uerj, o estudo foi publicado recentemente na Revista de Gestão Social e Ambiental. A pesquisa foca no uso de drones equipados com câmeras de alta resolução e GPS, combinados com inteligência artificial para identificar automaticamente os locais de descarte de lixo. Segundo Musci, o problema é mais crítico em áreas onde a coleta de lixo é deficiente, levando moradores a descartar detritos em encostas e regiões de difícil acesso. Além da poluição, esse lixo agrava a proliferação de pragas urbanas e aumenta os riscos de deslizamentos de terra.

“Os drones, com sua mobilidade e capacidade de capturar imagens de alta resolução em tempo real, oferecem uma alternativa eficiente e de baixo custo, diminuindo a exposição de equipes humanas às áreas de risco”, acrescenta Musci. No entanto, não basta apenas capturar as imagens; o grande desafio é processar a enorme quantidade de dados gerados, considerando o relevo e a extensão territorial do Rio de Janeiro. Por isso, o estudo utiliza aprendizado de máquina para interpretar automaticamente as imagens, eliminando a necessidade de análise manual.

A pesquisa teve como foco regiões da Zona Oeste do Rio, incluindo os arredores do campus universitário. Os drones identificaram e rotularam automaticamente imagens contendo vestígios de descarte irregular, com uma eficácia de 92%. De 4.169 objetos detectados, apenas 338 não foram identificados pela máquina.

“Ainda estamos refinando a técnica, mas esperamos propor parcerias com a GEO-Rio, responsável pelo monitoramento de encostas, para expandir o uso dessa tecnologia”, afirma Musci. A equipe também considera adaptar o sistema para monitorar a poluição de resíduos sólidos em corpos d’água, como a Baía de Guanabara.

Essa tecnologia inovadora promete revolucionar o monitoramento ambiental no Rio de Janeiro, oferecendo uma solução eficaz e sustentável para um problema crítico de gestão de resíduos.

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