Uma chuva de menos de uma hora é capaz de inundar diversas vias da cidade, o que provoca transtornos para diversos bairros, prejudicando o deslocamento para diversas regiões de Niterói.
O fato da cidade ser litorânea poderia ser uma vantagem no escoamento das águas, mas na prática, com o adensamento urbano e a alteração no leito natural de córregos, além das mudanças na topografia original, as inundações são cada vez mais constantes.
Considerando o espaço construído da cidade, com poucas áreas de drenagem e escoamento, foi que em 2011 tomei a iniciativa de encaminhar à Secretaria de Projetos Especiais da Prefeitura de Niterói uma proposta para que fosse estudado a viabilidade de construção de um reservatório temporário de águas pluviais. Sob o número do processo SMPE 550/0202/2011, em 07 de fevereiro de 2011, a Secretaria Municipal fazia o encaminhamento ao então prefeito Jorge Roberto Silveira.
Este reservatório seria sob o gramado do Estádio do Caio Martins, local geograficamente adequado. -=
Importante destacar que esse tipo de obra não afetaria o estádio, na sua forma e função, ao qual conhecemos. Não se trata portanto de nenhuma intervenção que abriria precedente para que o estádio fosse demolido ou que a área sofresse alguma alteração de uso para que ali fosse erguido um shopping ou alguns edifícios residenciais. Nada disso. Não haveria razões para isso. Trata-se apenas do aproveitamento do subsolo do campo de futebol, única área desocupada do complexo esportivo, extensa o suficiente que permitiria a construção de um reservatório de alta capacidade de armazenamento da água de chuva e que permitiria que sobre a laje do reservatório fosse refeito o campo de futebol . Este reservatório aliviaria o sistema de micro e macrodrenagem da cidade que tornou-se obsoleto com o crescimento da população.
Quando fiz este encaminhamento à prefeitura de Niterói, busquei embasamento técnico a respeito, o que se deu por meio de um relatório assinado pelo engenheiro David Antunes Cabral, que tem ampla experiência em obras de macrodrenagem pluvial, tendo participado da construção do primeiro “piscinão” do Brasil, o do Pacaembú, em São Paulo.
Para garantir a eficácia dos “piscinões”, enquanto equipamento de infraestrutura para combate às inundações, a sua manutenção e limpeza são imprescindíveis.
Uma possibilidade interessante e pertinente em relação a este reservatório sob o gramado do Caio Martins seria a de reuso das águas captadas, porém, menos para uso potável.
Algumas informações explicitadas no relatório encaminhado à prefeitura informa que se considerarmos uma chuva de verão de 60mm, este reservatório teria a capacidade de colaborar no escoamento da água de uma área equivalente a 150.000 m². Normalmente os piscinões possuem uma altura de cerca de 9,00m e uma área de 10.000m². Sua capacidade de armazenagem é de 80.000m³ de água, que podem ser esgotados em até 8 horas, com uma vazão de 2,70m³ por segundo.
Talvez fosse o momento da prefeitura incluir essa discussão na agenda da cidade.