Uma fábrica clandestina de azeites foi descoberta pela Polícia Civil no bairro de Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. A investigação revelou um esquema sofisticado de falsificação onde os criminosos retiravam os rótulos de garrafas de azeites de lotes com ordem de recolhimento emitida pelo Ministério da Agricultura e os substituíam por rótulos de uma marca fictícia. Além disso, o conteúdo das garrafas era adulterado com óleo de soja antes de ser distribuído para supermercados.
Entre as marcas fraudulentas identificadas pelos agentes está a “Ouro de Alantejo”. O método de falsificação envolvia misturar 70% de óleo de soja com azeite de baixa qualidade, criando um produto que era então embalado com novos rótulos e garrafas.
No local, a polícia encontrou maquinário industrial, grande quantidade de garrafas vazias, materiais para envase e rotulagem, além de inúmeros rótulos removidos de garrafas dos lotes condenados pelo Ministério da Agricultura.
Quatro pessoas foram detidas durante a operação, mas foram liberadas após pagamento de fiança. O delegado responsável pela investigação explicou que a quadrilha possui ramificações em outros estados do Brasil e frequentemente muda de localização para evitar a detecção pelas autoridades. Os investigadores estão atualmente rastreando os CNPJs das empresas que compravam e revendiam o azeite falsificado, com o objetivo de desmantelar toda a rede de distribuição.
Fraude
Recentemente, em outubro deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária emitiu um alerta de risco aos consumidores sobre 12 marcas de azeite desclassificadas por fraude. As marcas são: Grego Santorini, La Ventosa, Alonso, Quintas D’Oliveira, Olivas Del Tango, Vila Real, Quinta de Aveiro, Vincenzo, Don Alejandro, Almazara, Escarpas das Oliveiras e Garcia Torres.
As amostras foram analisadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária. Os testes físico-químicos desclassificaram os produtos por não atenderem os padrões de identidade e qualidade, sendo considerados impróprios para o consumo.
As análises do laboratório detectaram a presença de óleos vegetais não identificados na composição dos azeites, comprometendo a qualidade e a segurança dos produtos, além de representarem risco à saúde dos consumidores, devido à falta de clareza sobre a procedência desses óleos.