Prestes a completar 12 anos de muita alegria este ano, o bloco “Timoneiros da Viola”, assim com o “Escravos da Mauá”, dará adeus à festa pré-carnavalesca anual.
O bloco de Oswaldo Cruz, que é o maior do subúrbio carioca, tem como cofundador e anfitrião, o príncipe do samba, Paulinho da Viola.
O diretor-presidente do bloco, Vagner Fernandes, lamentou o triste fim da agremiação por conta de falta de apoio dos setores público e privado.
“Cansamos de lutar contra um sistema desigual em que o poder, o dinheiro e os acordos políticos são prerrogativas para se fazer carnaval. O que temos a oferecer é arte para pretos, pobres e sambistas”, desabafa Fernandes.
Nesta edição do Carnaval, o Timoneiros celebraria os 80 anos do padrinho, além de homenagear a cantora Clara Nunes, que gravou as canções “Coração leviano” e “Na linha do mar”, de autoria de Paulinho da Viola.
Segundo Vagner Fernandes, haveria um projeto político de desconstrução da cultura popular, especialmente a ligada aos blocos de Carnaval tradicionais.
“Fizeram o mesmo com o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, fundado por Candeia na década de 1970. Todo núcleo de resistência precisa ser desconstruído. É projeto político de destruição, com o apoio incondicional dos grandes empresários e da iniciativa privada”, lamenta Vagner.
Informações e imagem: Berenice Seara