Prefeito Eduardo Paes é acusado de expor servidores ao risco em ação contra barricadas

Polícia Civil e parlamentares criticam decisão da prefeitura de enviar funcionários sem apoio das forças de segurança

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro acusou o prefeito Eduardo Paes (PSD) de expor servidores municipais ao risco ao ordenar a remoção de barricadas do tráfico na região de Jardim Sulacap, na Zona Oeste, sem o apoio das forças de segurança. Segundo a própria declaração do prefeito, criminosos armados chegaram a apontar armas contra os funcionários públicos durante a ação.

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A corporação repudiou a atitude da prefeitura e afirmou que Paes utilizou politicamente o episódio, o que gerou forte reação também na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Polícia Civil critica ação da prefeitura

Em nota oficial, a Polícia Civil condenou a decisão do prefeito e destacou que, caso a prefeitura estivesse realmente preocupada com a segurança, deveria ter buscado uma atuação integrada com as forças de segurança.

“Se estivesse preocupada com a segurança pública, a prefeitura teria procurado as forças de segurança para atuar de forma integrada, visando o bem da população”, afirmou a instituição.

A polícia ressaltou que já havia um planejamento estratégico em andamento para a remoção das barricadas, com análise de inteligência e estudo de terreno. Segundo a corporação, a ação da prefeitura colocou os servidores em risco desnecessariamente e interferiu no planejamento da operação, que já estava prestes a ser executada.

Vídeo de Paes provoca mal-estar entre forças de segurança

A polêmica ganhou força quando, na quarta-feira (29/01), Paes publicou um vídeo em suas redes sociais ironizando um ofício da Coligação de Policiais Civis, que solicitava a remoção de barricadas próximas à sua sede campestre, na Taquara. O prefeito sugeriu que as forças policiais teriam pedido “segurança” à prefeitura.

A Polícia Civil reagiu duramente, afirmando que o prefeito sabia que a área era controlada por criminosos e, mesmo assim, não acionou a polícia antes de enviar os servidores, colocando-os em risco. A corporação classificou a atitude como “irresponsável e politicamente eleitoreira”.

Câmara Municipal propõe moção de repúdio

A repercussão negativa do episódio não ficou restrita às forças de segurança. Na Câmara Municipal, o vereador Poubel (PL) anunciou que protocolará uma moção de repúdio contra Paes pela decisão de enviar servidores a uma área dominada pelo tráfico sem coordenação com as polícias.

“Lamentável o prefeito colocar em risco a vida de servidores por pensar unicamente nele e em seu projeto eleitoral. E, mais uma vez, aplaudo o grande trabalho realizado pelas forças de segurança do Estado do Rio no combate aos criminosos das ruas e dos gabinetes”, declarou Poubel.

Outro vereador, Fernando Armelau (PL), também criticou a postura do prefeito:
“Eduardo Paes distorce a realidade para criar uma narrativa e enganar a população. Ele não faz seu trabalho como prefeito e ainda debocha da segurança pública do Rio de Janeiro.”

Deputados da Alerj também criticam Paes

Na Alerj, parlamentares de diferentes partidos se manifestaram contra Eduardo Paes. O deputado estadual Filippe Poubel (PL) acusou o prefeito de usar a segurança pública para fins políticos.

“Agora que quer ser governador, o prefeito do Rio descobriu que existem barricadas na cidade. Além de cínico, mente descaradamente ao dizer que policiais civis pediram segurança à prefeitura. O que foi solicitado foi a desobstrução da via pública, algo que a prefeitura não faz”, afirmou Filippe Poubel.

O deputado Renan Jordy (PL) também atacou Paes, criticando a atuação da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP):
“O que Eduardo Paes conhece de segurança pública através da SEOP é bater em camelô e ambulante. Ele não sabe trabalhar em conjunto com as verdadeiras forças de segurança porque só pensa em sua candidatura ao governo em 2026.”

Até parlamentares de outras legendas criticaram o prefeito. O deputado Rodrigo Amorim (União) classificou Paes como “hipócrita” e cobrou mais atenção ao ordenamento urbano.

Oposição vê ação como parte de estratégia eleitoral

A postura do prefeito tem sido interpretada como parte de uma estratégia para viabilizar sua candidatura ao governo do estado em 2026. A forma como conduziu a remoção das barricadas gerou forte desgaste entre as forças de segurança e no meio político.

Diante das críticas, Eduardo Paes ainda não se pronunciou oficialmente sobre a nota da Polícia Civil e as moções de repúdio anunciadas na Câmara Municipal e na Alerj.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Se a Prefeitura permite por cancelas , quem desvia seu caminho e morre , é assaltado a Prefeitura vai indenizar as vítimas ? Pode quem não paga nada ao ente público , assinar pedido para fechar rua aberta ? Isso é um atentado a quem paga impostos e quem tem a obrigação de impedir o crime , recebe o pedido e apoia !!! Isso é um escárnio e o MP não faz nada , Camara dorme ,Alerj coça o sábado e quem paga imposto perde seu patrimônio para alguém comprar com um valor depreciado ..neste caso a Prefeitura potencializa os crimes …e após por cancela vem a extorsão. O que não se deveria permitir é um gestor público aceitar o jogo sujo que estão executando.

  2. Óbvio que foi uma jogada política do Eduardo Paes, e o grupo político do governador (PL) acusou o golpe e bateram cabeça nas críticas:

    – um critica que a Policia Civil não foi acionada, sendo que a demanda partiu de uma associação de policiais civis (ou seja, o próprio corpo de servidores da Policia Civil tem medo e pediram ajuda a prefeitura).
    – a Policia Civil aponta que havia um planejamento estratégico para remoção das barricadas, sendo que o deputado aponta que isso é competência da prefeitura. Ou seja, a própria Policia Civil fez o planejamento estratégico e esqueceu de avisar a prefeitura.

    O Eduardo Paes vai esfregar na cara da população durante 2 anos o problema da segurança pública do RJ que foi a principal promessa de Witzel e Claudio Castro. Alguém vai trazer que trazer um fato novo pra esse jogo político virar. Mas ainda tem muita coisa pra acontecer.

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