O projeto Núcleo de Vida Marinha da cidade do Rio de Janeiro, resultado de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e o AquaRio, foi anunciado nesta terça-feira (08/06), dia Mundial dos Oceanos, e tem como objetivo monitorar as espécies mais ameaçadas dos 246 quilômetros de extensão da costa litorânea carioca.
O projeto Núcleo de Vida Marinha representa uma sinalização rumo ao Rio+30 Cidades, evento que será realizado no Rio no primeiro semestre de 2022, e que tem como proposta a discussão do papel dos centros urbanos nas mudanças climáticas mundiais. O Rio+30 Cidades, por sua vez, conflui com a Década dos Oceanos, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que vai de 2021 a 2030, cujo intuito é alertar a comunidade internacional sobre os impactos da ações humanas sobre o ambiente marinho.
Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Núcleo de Vida Marinha, com o apoio técnico do AquaRio, deverá firmar parcerias com universidades, sociedade civil e terceiro setor para desenvolver projetos científicos e políticas de proteção ambiental. A gestão do Núcleo ficará a cargo da doutora em biologia marinha pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Simone Pennafirme.
Para o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere: “É muito simbólico que, na Década dos Oceanos da ONU, pela primeira vez, a Prefeitura do Rio crie um núcleo dedicado às questões oceânicas e vida marinha. A cidade tem uma relação íntima com o mar e vamos apresentar na Rio+30 estratégias de conservação desses ecossistemas.”
Biodiversidade ameaçada
A costa da cidade do Rio é composta por arquipélagos e praias arenosas, mas sua biodiversidade marinha ainda é muito desconhecida. Nesse ecossistema existem inúmeras espécies ameaçadas de extinção. Mamíferos, como as baleias jubarte, por exemplo, precisam de cuidados especiais durante a sua a rota migratórias pelas águas do litoral do Rio, segundo a secretaria de Meio Ambiente.
As ilhas Cagarras, arquipélago localizado a cinco quilômetros da orla de Ipanema, é um refúgio da biodiversidade marinha afetado por mudanças climáticas, que podem levar ao branqueamento e morte dos seus corais. esse fenômeno pode alterar o funcionamento desse ecossistema, que tem uma capacidade ambiental até superior ao da vegetação da Amazônia, pela quantidade de espécies e em termos de eficácia na fixação do carbono