O DIÁRIO DO RIO conversou com exclusividade com o Alexandre Bianchini, presidente da Águas do Rio, concessionária que assumiu a operação hídrica em 27 cidades do estado do Rio, incluindo a Capital Fluminense. Segundo ele, há um plano para construir grandes coletores para evitar que o esgoto caia na Baía de Guanabara.
Bianchini citou como exemplo a Lagoa de Araruama e disse que ela é encarada como um modelo reduzido da Baía de Guanabara.
“Quando eu era moleque, eu ia muito a Iguabinha e aquela lagoa era uma piscina de tanto peixe. Eu sou de uma geração que viu essa lagoa morrer. Ela não tinha mais vida, não tinha mais pesca, turismo, não tinha mais nada. Virou uma grande lagoa de esgoto. Foi feito um grande cordão de isolamento, que é exatamente o mesmo projeto que nós temos que fazer na Baía de Guanabara nos próximos cinco anos, e retornou a vida da Lagoa de Araruama: a lagoa hoje está viva, está limpa, tem pesca, turismo, voltou a ser aquela lagoa de antigamente“, contou.
Ele ainda completou: “A gente olha para a Lagoa de Araruama como um modelo reduzido da Baía de Guanabara. O mesmo projeto que foi aplicado lá, vai ser aplicado aqui. Então, o efeito vai ser o mesmo. Esse cordão de isolamento corrige tudo? Não, mas ele melhora bastante as condições”.
Segundo Bianchini, o processo ainda vai ser demorado e precisa ser um trabalho coletivo, partindo não apenas da Águas do Rio.
“A questão do esgoto sanitário só vai ficar resolvida mesmo em 2033, com toda a rede separativa que vai ser feita em toda a área de concessão. Mas é muito importante dizer que a poluição da Baía de Guanabara não é só de esgoto sanitário. Existem vários órgãos que precisam trabalhar bastante para ajudar nesse trabalho. A questão do lixo é muito importante, a questão da ocupação irregular é muito importante, tem uma série de ações que são necessárias serem feitas. A gente não vai também só cuidar da parte de esgoto e ficar parado. Nós queremos assumir realmente o protagonismo na limpeza da Baía de Guanabara, então a gente vai realmente provocar todo mundo e chamar a sociedade“, explicou.
O objetivo da empresa, de acordo com Bianchini, é mais que simplesmente coletar e tratar esgoto: “Vamos fazer mais, vamos provocar a sociedade, vamos provocar o Estado, os municípios, provocar todo mundo porque não adianta a gente ter a Baía de Guanabara com águas claras e com sofá boiando lá, não vai fazer sentido… então já que a gente vai investir tanto dinheiro, realmente tem que ter o efeito e isso se torna sem dúvida nenhuma o maior projeto de meio ambiente do mundo. A Baía de Guanabara é uma joia do planeta que, quando retomada, a gente tem plena certeza de que vai reverberar para o planeta inteiro“, concluiu.
Confira:
Desde a década de 1980 quando morei ai no Rio estou ouvindo essa conversinha mole de despoluir a baía. O dinheiro que veio do Japão para despoluir, desapareceu e até agora não foi encontrado! Pobre Rio de Janeiro, cidade maravilhosa. Todos os problemas desta cidade se resume em seus políticos, verdadeiras tranqueiras que consomem todo o dinheiro público e não fazem nada em benefício do povo, este, aliás, é apenas um detalhe.
Pois é, o dinheiro japonês era para construir uma rede de esgotamento sanitário pela CEDAE, de modo que poluindo menos, a baía regenerar-se-ia. Não foi feito totalmente o plano e o dinheiro sumiu. Não sei se na CEDAE ou no Gov Estado ou se os japoneses fecharam a torneira quando viram com quem estavam lidando…
Bom, aqui não faz mais que a obrigação: ninguém mandou se candidatar ao leilão, era apenas um dos encargos contratados, já que a CEDAE era incompetente demais para fazer. Mãos à obra!