Promoters de eventos e moradores de Santa Teresa estão em conflito devido aos eventos promovidos na Casa Aprazível, localizada na Rua Aprazível nº5, próxima ao Largo do Guimarães. O imóvel histórico, que funciona como uma espécie de salão de festas, tem sediado eventos que desagradaram a parte mais tradicional do bairro carioca.
Entre as festividades está o Santo Samba, que atrai cariocas e turistas para suas rodas de samba mensais. O evento é realizado no jardim da casa, que oferece vistas para a Região Central da cidade e parte do bairro. As rodas de samba têm datas definidas e são anunciadas nas redes sociais, com a última edição ocorrendo no último domingo (10/11), quando as portas foram abertas às 14h. O acesso ao evento é controlado por ingressos, disponibilizados antecipadamente de forma gratuita e cobrados simbolicamente no dia do evento.
Para os moradores, os problemas começam na rua, com a movimentação de flanelinhas que atuam ilegalmente nas vias do entorno. Após as festas, o cheiro de urina na região é um dos pontos de reclamação constante dos moradores, como relatado ao DIÁRIO DO RIO. Além disso, há informações sobre camelôs que pintam na entrada do casarão para vender bebidas e alimentos – algo desmentido pelos realizadores.
Mesmo com as denúncias, que segundo os organizadores são realizadas pelo mesmo grupo de moradores, os eventos continuam sendo autorizados pelos órgãos municipais. Há alguns meses, o DIÁRIO DO RIO noticiou as rodas de samba na Casa Aprazível, que vinham atraindo cariocas e turistas para o bairro, considerado o mais charmoso do Rio.
A redação do DDR entrou em contato com a organização da Casa Aprazível e do Santo Samba para entender o número de denúncias. Por telefonema, Maré Martins, um dos organizadores, afirmou que a Casa é uma grande impulsionadora da economia do bairro e mantém uma boa relação com 90% dos moradores do entorno. “Teve gente que até conseguiu vender um imóvel encalhado há anos após o início dos eventos. 90% da vizinhança nos apoia. As denúncias sempre vêm de um grupo que é contra qualquer iniciativa no bairro”, disse Maré.
Segundo os realizadores, o Santo Samba não possui um alvará definitivo — assim como todos os outros estabelecimentos do ramo na área —, pois o bairro está localizado em uma Área de Proteção Ambiental (APA), o que exige uma análise mais complexa de outros órgãos municipais, como o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. No entanto, o evento possui o “Alvará Transitório”, com vistoria periódica dos Bombeiros, que atestam a capacidade de atender até 999 pessoas. A checagem de pessoas é realizada pela Guarda Municipal, que também fiscaliza a área com frequência. O DIÁRIO DO RIO tentou confirmar a presença dos agentes com a GM-RJ, mas não obteve resposta da assessoria. A Secretaria de Ordem Pública (Seop) encaminhou a demanda para a Subprefeitura do Centro, que informou que os eventos do Santo Samba foram autorizados pelo Carioca Digital através de um pedido de CPE, seguindo todas as exigências necessárias e estabelecidas pela Prefeitura. “Esse é procedimento padrão para que a Prefeitura possa aprovar a realização desses eventos. É isso que nós exigimos para procedermos com as autorizações. Até a presente data, todos os eventos foram aprovados via sistema, seguindo todas as exigências necessárias e estabelecidas pela Prefeitura” informou a administração regional.
Desde julho, o Santo Samba tem sido realizado mensalmente na Casa Aprazível, sempre aos domingos, e tem movimentado o bairro com seu sucesso nas redes sociais. Os eventos, segundo a gestão, não ultrapassam as 22h.
O sucesso do Santo Samba reflete o redescobrimento de Santa Teresa pelos cariocas. O antigo reduto da elite carioca tem registrado recorde de visitantes nos finais de semana, com suas ladeiras e ruas tomadas por pessoas. O Largo do Guimarães, polo gastronômico e turístico do bairro, ganhou recentemente novos estabelecimentos que complementam a área, incluindo micro-estabelecimentos e feirinhas que ocupam antigos imóveis com ateliês e pequenos bares.
Artigo me parece tendencioso e com viés, não apresentando uma visão adequada dos diferentes pontos de vista. Por fim, rotula alguns dos envolvidos.
Eduardo Paes só quer $$$$$$. A desvalorização de determinados bairros é um grande negócio. Assim como a zona sul.
Essa é a política nefasta do Dudu que teima em confundir entretenimento com cultura. Enquanto, ele joga pão e circo para a população que não sabe diferenciar o que é uma Área de Preservação Cultural e Patrimônio como o bairro de Santa Teresa, por debaixo do pano está fazendo negócio para atender o empresariado das Construções Civil que aos poucos vai desvalorizando a identidade, a peculiaridade e a história do bairro.
Realmente fica um inferno essa área nos dias do evento, é uma bagunça danada e nunca vi GM nenhum por lá, muito menos PM. Vejo muito comércio de drogas a olhos vistos, sem pudor algum. Mas quem liga? É o RJ, a bagunça virou regra.
A felicidade alheia e sempre um problema quando não somos felizes, os eventos de Santa gera emprego, ajudam a economia da região e oferece o melhor da a nossa clássica cultura popular. Sou frequentador de todos os eventos que acontecem na região, graças a essa movimentação os assaltos tem diminuído bastante, por que os lugares não ficam mais desertos