A pandemia parece que vai dando adeus, as pessoas começam a voltar a seus antigos hábitos, economia e o turismo se recuperando. Mais da metade da população vacinada (no momento 65%) é mais que motivo para se relembrar que existe uma vida fora do home office e por detrás das máscaras. Eu imaginava que todos iriam celebrar este momento, mas infelizmente isso não está acontecendo.
O prefeito Eduardo Paes e o governador Claudio Castro, junto de seus comitês científicos, decidiram que é hora de tirarmos as máscaras, com a queda no contágio, de internações, proximidade do verão e mais outros fatores. Veja bem, foram os especialistas que decidiram, aqueles mesmos que escolheram o momento do distanciamento social e lutaram para implementá-lo. Mas, infelizmente, parece que alguns querem se manter em casa (na verdade, muitos relutam em voltar ao trabalho e dizem se preocupar com a COVID, mas enquanto estão em home office vão à praia e ao barzinho todo dia, sem se preocupar com aglomeração ou uso de máscara) e outros afirmam que ainda não seria hora de tirar máscara. Vejam bem, “ACHAM”, são tão especialistas em saúde, quanto eu sou em física quântica.
Claro, há debates entre os especialistas de verdade, cientistas e infectologistas, alguns prefeririam que fosse em um momento com uma maior parte da população vacinada. Quando se trata de encontrar unanimidades, a coisa é sempre complicada. Mesmo que psicologicamente a população não aguente mais, eu que sou um grande defensor das máscaras, e pretendo continuar usando em alguns momentos, já não aguento mais. E mesmo com o distanciamento social, voltei a frequentar bares e restaurantes, de preferência em locais abertos. Cinema e teatro, bem, confesso ainda ter um certo receio de ir.
Nem vou entrar na questão das “duas cidades”. Longe da Zona Sul e da Barra, a vida já é quase normal há meses. No insta, é comum ver vídeos de gente malhando na academia, por exemplo, sem máscara, na Zona Norte ou em Bangu. Já em Copacabana, se baixar a máscara correndo na esteira, em 30 segundos alguém dá um berro. A mesma coisa ocorre em eventos.
Mas como disse Roberto Medina, “A vida se vive ao vivo“, as reuniões e eventos online foram ok para o período que nem podíamos nos abraçar. Mas nada substitui o contato pessoal, um show nunca vai ser o mesmo na sua casa, mesmo que tenha gasto milhares de dólares em equipamento de som. Um workshop online pode ter os maiores especialistas do mundo, mas não terá a mesma oportunidade de fazer o network que se faz no presencial.
Infelizmente o Covid-19 parece ter vindo para ficar, o secretário de saúde Daniel Soranz espera que toda a população do Rio tome uma dose de reforço em 2022. Será que apenas no próximo ano seria o momento para podermos voltar a respirar e nos encontrar? Com certeza não: a melhor hora é agora.