Quintino: Com eleição de Bacellar, Cláudio Castro cresce politicamente

Rodrigo Bacellar é o primeiro presidente da Alerj na história recente do Rio a ser eleito devido a ajuda do governador, o que torna Castro fortíssimo

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Cláudio Castro e Rodrigo Bacellar

A eleição da Mesa Diretora da Alerj, na última quinta-feira, (02/02), parecia uma temporada da série política House of Cards, mas, com personagens mais feios e um roteiro mais surreal. Tudo estava certo, acordado e fechado, para uma chapa única do até então secretário da Governo de Cláudio Castro, Rodrigo Bacellar (PL). Ele era a mesma pessoa dos últimos anos, nada indica que houve uma mudança em sua personalidade nos últimos dias. Só que de uma hora para outra, um de seus aliados, Jair Bittencourt – secretário de Agricultura e um homem de confiança do presidente do PL do Rio, Altineu Cortes – se lançou candidato.

A surpresa foi geral, afinal, Bittencourt se tornou candidato com o apoio da maior parte da bancada do PL do governador, incluindo outro secretário de Castro, Dr. Serginho. E angaria apoios importantes como do prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD), do ainda presidente da Alerj André Ceciliano (PT). Essa disputa começou a ameaçar a vitória, quase garantida, de Bacellar. A desculpa era que não gostaram da chapa de Bacellar, era governista demais, como se o núcleo da 2ª chapa não fosse governista, e não teriam gostado de ver Rodrigo Amorim (PTB) como futuro presidente da Comissão de Constituição e Justiça. A realidade? Queda de braço pelo poder!

Castro acabou fazendo pressão entre seus aliados, com a máquina na mão, isso ajudou, claro. Bacellar a seu lado tinha um núcelo duro que incluía, entre outros, além do próprio Amorim, o deputado Jorge Felippe Neto. Contudo, o que foi a pá de cal na candidatura de Bittencourt foi quando os deputados de esquerda deram para trás, afinal, se Bacellar era Castro, Bittencourt era Bolsonaro, como alertou o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá. A campanha de Bacellar até ameaçava colocar Rodrigo Amorim como presidente da Comissão de Direitos Humanos, e isso acabou fazendo com que PSol, PT, PDT, PSB decidissem pela abstenção. Sem estes votos, acabou a chapa de Bittencourt, coube então a chapa ser retirada e Dr. Serginho, um dos que “traíram”, em um sinal de paz, virar líder do Governo.

Bobeira quem acha que a paz reinará entre os dois grupos, pois as feridas já foram abertas, sangram, e não cicatrizam. Altineu Cortes, que é uma águia da política, saiu derrotado, verá seu espaço no governo ser diminuído, não pode acontecer de outra forma e terá que aceitar. Bittencourt vai virar uma sombra, os próprios colegas da Alerj o evitarão, a política adora a traição, mas odeia o traidor. O Diário Oficial não sairá recheado, as mudanças serão aos poucos.

Só que algo foi espantoso, inclusive para quem voz escreve, talvez, especialmente, para o crescimento político de Cláudio Castro. É a primeira vez na política recente do estado do Rio de Janeiro que um governador faz o presidente da Alerj um aliado seu, um aliado de verdade, todos os outros já eram políticos cascudos e era o governador que devia favores a eles, não o contrário. Politicamente, o Chefe do Executivo era mais fraco que Chefe do Legislativo, mesmo com a caneta na mão, vivia com medo de ter contas rejeitadas, não conseguir passar o orçamento e o horror dos horrores, o impeachment.

Talvez Castro, um vereador júnior que se tornou governador por acaso, se reelegeu em 1º turno apesar de vários analistas políticos terem dito que seria impossível, seja o governador mais forte desde a fusão. Conta com a lealdade total do presidente da Alerj, não tem outros líderes políticos que possam fazer frente a ele, já que Paes tem de pensar em 2024 e não pode, nesse momento brigar com o governador, o próprio presidente Lula não se interessa em picuinhas com Castro e vice-versa. Resta o problema com uma ala poderosa do Ministério Público, mas isso o seu chefe de gabinete, Rodrigo Abel, será capaz de resolver.

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3 COMENTÁRIOS

  1. A galera do Diário do Rio não tá se aguentando vendo seu candidato todo pimpão.

    Esse apoio do presidente da Câmara será importante quando o negócio da Ceperj estourar.

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