Quintino: O problema não é mais a segurança do Rio; é a sensação de segurança no Rio

Os índices de segurança no Rio de Janeiro tem melhorado ano a ano, mas a sensação de segurança tem piorado, por que será?

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Foto: Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro / Redes Sociais

Segurança e sensação de segurança são a mesma coisa? Claro que não. O carioca não se sente mais seguro hoje do que no ano passado, apesar da grande melhoria nas estatísticas oficiais (e reais). O Instituto de Segurança Pública vem demonstrando melhora em vários setores, ano a ano, como a redução nos roubos de rua em 2023. Mas nós sentimos isso no dia a dia? Somos bombardeados diariamente por matérias alarmistas nos jornais, no WhatsApp do bairro, páginas de bairro do Facebook, sempre falando sobre mais um assalto, mais uma morte… a sensação de insegurança é enorme, muito embora, há alguns anos a segurança não tenha parado de melhorar.

O Rio não é Copenhague, mas também não é Cali, nem mesmo a Cidade do México; ou uma das violentas capitais do Nordeste do país. Temos bolsões de criminalidade forte; eu mesmo fui vítima de um deles, resolvi ir de carro para Praça Seca, e fui assaltado. Nasci e cresci na região, sei no que ela se tornou, da mesma forma que sei que não posso ir para Cidade de Deus, regiões de Bangu, Campo Grande, Pavuna, ou subir favelas. Há áreas dominadas por poderes paralelos, onde o Estado não chega, mas isso não é o Rio de Janeiro todo.

Mas diferente do que tenta passar o Bom Dia Rio, eu posso andar de celular nas ruas da Freguesia, ou ali da Pequena Lisboa no Centro do Rio (proximidade da praça XV), também andaria bastante pela Barra se a Barra tivesse calçada. Dentro do carro, nestas regiões também estou seguro: em São Paulo os bandidos já usam pedras para quebrar a porta do vidro e roubar seu aparelho, levar seu relógio e outros bens. Ao contrário das páginas de bairro, não há um assalto a cada 15 minutos nos bairros mais seguros do Rio; ainda há, infelizmente, violência, tanto que gera comoção e… paranóia. A cidade é muito mais segura do que se fala, ainda que bem menos que o ideal.

Se repararem, o DIÁRIO DO RIO dificilmente comenta sobre violência – evitamos ao máximo, porque se falar de cada pequeno furto, ou de assalto esparso a farmácia ou posto de gasolina – coisa que ocorre em qualquer grande metrópole ocidental – isso prejudica totalmente a cidade. Falei da Pequena Lisboa; ali tem gente que diz que é perigoso, mas não é – a região que tem Travessa do Comércio, Rua do Ouvidor e as Rua do Rosário e Mercado, no horário comercial, não tem histórico de violência nem aparece na chamada “mancha criminal”, mas havia sensação de insegurança. O que teve de fazer o Quinto Batalhão da Polícia Militar? Colocou patrulha fixa após a saída do Centro Presente. A região vive cheia por conta dos bares e do agito cultural dos vários museus e centros culturais, e basta que seja minimamente vigiada, como de fato vem sendo.

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A quantidade de mendigos e viciados numa região também contribui para a sensação de insegurança; mesmo que os mendigos e cracudos maltrapilhos não sejam do tipo que aborda transeuntes, a maioria das pessoas evita locais onde estejam presentes; passam pra outra calçada. É natural do ser humano fazê-lo, e mais: saem falando que aquele local é perigoso, mesmo sem ter visto crime algum. É óbvio, o que vale é a sensação de segurança, e lugar cheio de mendigos afasta passantes.

E aqui talvez possa ajudar a melhor a imagem da cidade e do estado, a Polícia Militar deveria ter uma equipe especializada na luta armada, que brutaliza seus homens. O dia a dia contra o narcotráfico é um dos maiores absurdos das últimas décadas, não pode o mesmo homem que luta contra um bandido de fuzil, ser o que atende e trata de um pequeno furto; do problema de vizinhos… este policial precisa de uma especialização, de um acompanhamento psicológico, e de ter todo o aparato do Estado em sua defesa. E tem de ser uma parcela pequena do efetivo da PM, o restante é que deveria usado no patrulhamento das ruas, do cidadão comum, que não é assassino sanguinário empregado de um dos desprezíveis poderes paralelos que existem no Rio.

Deixe a grande luta contra o tráfico de drogas e armas ser combatido nas fronteiras pela Polícia Federal: nossos homens de Azul têm de ter sua vida protegida para que defendam o cidadão que paga seu salário e que encontram na farmácia, nos bares e padarias: frequentam os mesmos lugares. Que a mídia do Rio pare de agir como urubus agourentos que só criticam a cidade, esperando a cada dia que a Dona Maria seja furtada para dar na primeira página, quando temos tido grandes vitórias em tantas outras frentes da segurança pública.

Um coach diria que é hora de mudar o mindset, talvez seja isso. É hora de revermos nossos conceitos. O que sentimos – as aparências às vezes enganam – não é necessariamente uma imagem clara e precisa do que efetivamente está se passando numa cidade cujos índices de criminalidade têm baixado constantemente em parte relevante de sua geografia.

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16 COMENTÁRIOS

  1. Quintino acho que você deve estar vivendo em alguma bolha ou trabalhando de home office.
    Nem a Zona Sul que são os olhos do mundo no Rio tem mais tranquilidade.
    Botafogo abandonada, você tem ido a praia? Convido a uma ida a Ipanema no domingo com uma corrente.
    Isso sem falar dos espancamentos em Copacabana para roubarem o celular.

    O Rio está abandonado e óbviamente os culpados somos nós, que colocamos governadores despreparados, só interessados em subtrair.

  2. Morando 15 anos no Grajaú, fui assaltado à mão armada duas vezes na porta de casa recentemente. Nunca o tinha sido antes naquele bairro. Será que mudar de mindset vai evitar eu ser assaltado novamente na porta de casa??

  3. Realmente o Rio é uma maravilha para o narcotráfico e a narcomiília. O Rio de Janeiro é a Medelim brasileira. Isso apesar da policia carioca( civil e militar) serem bastante combativa e as melhores do brasil. Pois só o Rio de Janeiro vive em situaçao de guerrilha urbana. Aredito que o articulista não anda de ônibus e Trns pelos varios ramais e não circula por todos os bairros do Rio de Janeiro, seja de dia e pior a noite, após as 22 horas.

  4. Realmente o Rio está uma maravilha, só que, para ladrões de residência, aqueles que roubam carga nas estradas, e em todas regiões da cidade, traficantes, bandidos apelidados de milicianos, contrabantistas, ratos de praia, golpistas que atuam na internet, e contra os aposentados do INSS. Tudo isso, sem falar nas integrantes da pior ORCRIM do pais, (a petista), musa inspiradora e incentivadora desses criminios que passou a atuar intensamente por aqui nos ultimos 4 meses.

  5. Para quem mora e trabalha no Centro e zona sul pode até ser, mas dizer que os índices de segurança melhoraram em uma zona norte ou oeste dominada por facções de milicianos e traficantes (sempre em guerra) é querer gozar com a cara do cidadão carioca!

  6. Gosto muito do site, mas me desculpa, mas eu ri com essa matéria…

    Adivinhem pq os índices de criminalidade caem no Rio… Ou o bandido tira férias ou o cidadão cansa de registrar de tanto que sofre com a violência, pq não dá em nada (Qdo não é abusrdamente mal atendido nas delegacias).

    Os índices não caem por ação da polícia, isso é mais certo do que a luz do sol. Não se iludam… Não adianta viatura imóvel na rua com a dupla no celular o tempo todo enqto passa na frente uma moto sem placa, com ou sem garupa. Ou como vi esse fim-de-semana em Copa, 3 viaturas uma atrás da outra na pista fechada para lazer. O cúmulo da inutilidade.

    • E o que o Sr sugere que seja feito com a moto sem placa? Antes de responder, pesquise as atribuições de cada setor pra confirmar que a minha suspeita de que o Sr desconhece o fato de que quem cuida do trânsito é a GM. Se o PM tá no celular é pq não pode trabalhar. Se aborda é uma gritaria danada. Ao se adiantar a possível problema é chamado de arbitrario. Não multa, não prende…

      • Se eu tiver que concordar com vc, serão dois falando besteira… Atribuição da GM é contribuir no ordenamento da cidade. O trânsito está entre elas, mas não é exclusivo à GM.

  7. Seus vermes esquerdistas, votaram no ladrão de 9 dedos e agora vão pagar imposto até na compra de capinhas de celular. Bem feito, assim vocês aprender a não acreditar em tudo que sai da imprensa imunda. Mas quem votou nesse bebum devia levar uma coça em praça pública. Bando de alienados, espectadores da #RedeEsgoto, que só tem caca na cabeça.

  8. Essa reporgatem infelizmente creio que seja feita pensando mais na realidade do asfalto.

    Eu confesso que sob a última gestão, de Witzel / Castro, de quem vcs são tão fãs, a segurança pública aqui onde eu moro (Quintino), no asfalto, melhorou, realmente. Ainda que as pessoas não percebam tanto isso, melhorou sim.

    O mesmo não se pode dizer das favelas, quem mora no Fubá, Campinho, Saçu, não tem paz faz mais de 1 ano, ininterruptamente. Toda semana praticamente tem tiroteio. Ta demais! E o Governo não tem um plano pra resolver isso, que não existia nessa magnitude nos governos anteriores.

    Então, sim, eu chego e saio em casa com menos medo de ser assaltado, mas tenho muito menos segurança para ir visitar meus amigos que moram da Rua Souto ou da Rua Lemos Brito pra dentro, quanto mais pra dentro, pior.

  9. O Bom Dia Rio ate suaviza a violência, nosso Balanço Geral ou o Cidade Alerta mostram muito mais da cidade dos complexos. Mas o Diário do Rio minimizar assuntos sobre violência de certa forma quer mostrar um Rio que dá certo, mas a proposta acaba refutada de acordo com a reportagem. E quanto a sensação de segurança, sugiro uma enquete com a população. Pena que nenhum instituto de pesquisa ou jornalístico se arrisque a faze-lo. O resultado pode ser demolidor.

    • Meu caro Quintino vc com esses trajes, trás até um aspecto dê nostalgia, mais não é passa do aspecto pois os tempos nostálgicos, já não mais existem, digo isso com o coração esfacelado, como um cidadão quê carioca nativo, ultrapassou várias décadas,e quê não se trata dê saudosismo, ainda quê não têm nenhum demérito ser um saudosista, não têm nada mais irritante em meu sentimento, quando assisto ou escuto,um forasteiro falar mau do Rio dê janeiro, pois acho quê não cabe a eles julgar o estado quê além deles não conhecerem a fundo,a não ser talvez pôr visitação, não viverem o dia a dia dessa cidade, e meu caro Quintino nada me dói mais quê dá um depoimento, quê vai contra o seus comentários, claro quê com todo respeito, mais nos meus mais dê 60 anos como carioca nativo sem nunca ter saído do Rio dê janeiro,a não ser nas redondezas do próprio estado,eu nunca vi o Rio dê janeiro tão violento em proporções até apocalípticas, como estou vivenciando dê alguns anos pára cá, amigo a coisa parece quê está fora dê controle,e com toda sinceridade, não vislumbro reversão no estágio atual,a não ser uma mega operação, dê caráter emergencial, com mudanças dê mentalidades, objetivos, operacionalidade, como exemplo fazer uma medida provisória, mudando os modelos operacionais dás forças dê seguranças,em quê nesses momentos, estamos vivenciando uma verdadeira guerra urbana quê além das várias modalidade dê crime, temos os narcos traficantes, quê podemos comparar com os mais perigosos grupos terroristas, além das milícias quê são compostas pôr gentes dê vários seguimentos dê forças dê seguranças, quê foram excluídos dê seus quadros dê atuação profissional, e não tendo campos dê trabalho, são captados pôr esses grupos milicianos, com todas às defesas e mimos quê vc faz aos policiais, acho até coerente, mais quando o cidadão civil se propõe a fazer um concurso pára qualquer área dás forças dê seguranças, ele teria quê ser doutrinado, capacitado, e orientado, quê suas atribuições serão dê total destemor, pôr isso, temos forças policiais distintas, como é ás polícias,do BOPE tropa dê elite e a CORE outra também tropa dê elite dá polícia civil, e não temos quê e não temos quê mimar os policiais quê suas atribuições são dê não paternalismo,atuar com dureza, e usar forças proporcional ao caso necessário, e quê nesses momentos dê guerra urbana, como falei em uma medida provisória, pára quê fossem suprimidas essas atuais escalas dê serviços das áreas dê segurança,e provisoriamente, ás transformar,em coisa parecida com a CLT, ainda quê provisórias, pára os policiais pudessem trabalhar oito horas diárias,com uma folga semanal, até quê ás coisas se normalizasse, esses casos pontuais relatados pôr vc, não vejo muitas coerência s, são lugares pontuais quê pôr qualquer motivo vc têm a sorte dê não observar nenhum ilícito, e como comentou um cidadão acima, RJ manhã, balanço geral, tanto dá tarde quanto o dá noite exprime a mais pura realidade, do quê está acontecendo com o Rio dê janeiro,me dói muito falar isso mais é real, como vc comentou quê oriundo das áreas dá praça seca, quê pôr coincidência também tenho parentes na praça seca e não posso visitá-los exatamente pôr não ter como entrar no local onde ele reside, além do pagamento das taxas dê segurança, e vc assistir execução dentro dê shopping, assaltos em portas dê estabelecimentos bancários e comerciais,como assim meu amigo, vc dizer quê o nosso estado do Rio dê janeiro não está em guerra urbana, é não querer vê a realidade, amigo tú vê bandidos assaltando em todas às ruas dê todos os bairros, tú só não vê patrulhamento ostensivo nas ruas, amigo com todo o respeito quê vc merece, como um carioca quê é, também permita-me como também carioca nativo quê sou discordar totalmente dê suas opiniões, pois o quê se vê no dia a dia, é totalmente o contrário do quê vc vê, desculpa me alongar, mais a causa é justa

  10. O Bom Dia Rio ate suaviza a violência, nosso Balanço Geral ou o Cidade Alerta. Mas o Diário do Rio minimizar assuntos sobre violência de certa forma quer mostrar um Rio que dá certo, o que é refutado nesta reportagem. É uma grande divergência. E quanto a sensação de segurança, sugiro uma enquete com a população. Pena que nenhum instituto de pesquisa ou jornalístico se arrisque a faze-lo. O resultado pode ser demolidor.

  11. O Rio tem um problema muito específico que é essa questão do controle armado do território e muitas vezes você precisa mobilizar grandes contingentes de múltiplos batalhões para fazer operação em complexos de favelas, apesar de interligados assaltos e furtos “na pista” e operações nas favelas são coisas diferentes. Para melhorar essa sensação de segurança tem que ter policiamento ostensivo, tecnologia, monitoramento, planejamento, tudo o que não existe no Rio, fazer operações e matar 48 bandidos pode ser midiaticamente ótimo pro governo ficar fazendo seu teatrinho e os policiais se acharem o rambo mas isso não muda nada, não adianta fazer 1 operação e matar 500 e depois ficar 3 meses sem fazer operação por causa da péssima repercussão.
    O Witzel foi um péssimo governador mas ele havia dado a luz pro caminho que deveria ser seguido, fazer operações diárias sem parar asfixiando o tráfico, usando somente o batalhão local + o BOPE, tirando barricadas e não permitindo os traficantes ficarem desfilando por aí, eu nunca tinha visto os vagabundos do cpx do Alemão ficarem tão acuados dentro da favela como nessa época que durou pouco. É uma pena que hoje em dia isso é impossível com o ADPF das favelas.

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