Quintino: O Rio não depende só da Prefeitura para crescer, mas também de você

Cada um pode contribuir por um Rio de Janeiro melhor, nem que seja cobrando o Poder Público mas nem tudo é obrigação da Prefeitura e do Governo

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Lapa dos Mercadores

Sempre que se fala sobre problemas em uma praça, a culpa é atribuída à Prefeitura, e dizem que o prefeito não faz nada. O mesmo ocorre com o abandono de regiões, prédios, ruas e qualquer outra coisa, a culpa é do Cesar Maia, Conde, Maia, Eduardo Paes, Crivella, Eduardo Paes de novo. Bem, sejamos sinceros, muitas coisas foram culpa do Crivella, e nossos governantes às vezes não ajudam, mas será que a culpa é apenas deles? Ou melhor, será que é culpa deles?

Nossa responsabilidade com a cidade não termina no momento do voto, e apenas comentar no Facebook e Instagram não ajuda muito. E não estou dizendo que basta respeitarmos a lei, isso é uma obrigação. Bem, nem todos a cumprem, trabalhei na 3ª gestão Cesar Maia, e aprendi muito com ela. Lembro-me de uma liderança dizendo que cada carioca precisava ter um Guarda Municipal e um Policial Militar ao seu lado para que a cidade pudesse funcionar corretamente, exageros à parte, ela estava certa.

Isso também não acaba no pagamento de impostos, mesmo que sejam excessivos, como ISS, IPTU, Imposto de Renda, ICMS e tantas outras taxas e serviços obrigatórios. Mas reclamar deles adianta alguma coisa? Como Benjamin Franklin já disse, neste mundo, nada é certo, exceto a morte e os impostos. Portanto, podemos reclamar para que sejam reduzidos e para que o melhor seja feito, mas eles continuarão existindo.

Isso nos leva à reabertura da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, liderada pelo presidente do DIÁRIO DO RIO, Claudio André de Castro. A obra não recebeu um centavo de dinheiro público, foi realizada por voluntários que doaram dinheiro e tempo para limpar a igreja, encontrar documentos, restaurar e cuidar de tantos outros detalhes de um patrimônio de mais de 350 anos que estava fechado e em risco de desabar. Em menos de 5 meses, ela foi devolvida ao Rio de Janeiro.

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E o que o Poder Público fez? Fez a sua parte, sem a necessidade de dinheiro. A Prefeitura do Rio, o Governo do Estado e a União, por meio do Iphan, ajudaram com os devidos processos legais, indicando o que deveria ser feito para que essa joia do passado colonial pudesse contribuir para a revitalização necessária do Centro do Rio. Isso é muito importante, alguns podem questionar por que não investiram dinheiro, mas há outras necessidades na cidade e no próprio Centro que precisam de recursos.

O mesmo se aplica a nós e outras regiões da cidade. Eu faço a minha parte através deste jornal, que começou como um blog tantos anos atrás. Mostramos o lado positivo do Rio de Janeiro, aqueles que nos acompanham devem ter percebido que raramente falamos de crimes, evitamos ao máximo falar mal da cidade, no máximo apontamos a desordem e criticamos os políticos por suas ações, mas também os elogiamos quando merecem. Isso gera confusão para alguns, pois estão acostumados com o jornalismo bajulador ou o jornalismo de oposição, mas não somos nenhum dos dois, somos movidos pelo amor ao Rio.

E como você pode ajudar o Rio? Cada um tem sua forma de contribuir. Até mesmo colocar o lixo dentro da bolsa ou do bolso já é um apoio. Você também pode se envolver mais na política da cidade e do estado, estamos perdendo relevância há anos, muitas vezes porque não cobramos nossos vereadores e deputados. Reclamar sobre iluminação e buracos é responsabilidade do serviço 1746, enquanto vereadores e deputados devem ser abordados sobre políticas públicas, como habitação, educação e outras áreas.

Embora seja um clichê, a frase de John F. Kennedy: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país“, também se aplica a uma cidade. E o que você tem feito pelo Rio?

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2 COMENTÁRIOS

  1. Finalmente um discurso que sai um pouco da vala comum “se as coisas estão erradas, a culpa é dos políticos”. Dizem que a classe política de um país é reflexo fiel do seu povo. Eu acredito (e muito) nisso. Se temos gestores públicos que viram as costas para o país e para o povo e preferem entregar o patrimônio do país para gatunos milionários (e fazem isso para “levar o seu” e depois usufruir do dinheiro no estrangeiro), é porque, bem lá no fundo, é o que a maioria esmagadora de nós faria se estivesse no lugar deles.
    Não adianta nada reclamar que paga impostos demais e que os impostos têm que acabar – se isso acontecer, o Estado acaba também, seus tolos! – É preciso botar a cabeça para funcionar e definir quem paga impostos, quanto se paga e para quem. Em outras palavras: uma reforma tributária de verdade. É preciso também definir onde a receita oriunda dos impostos será aplicada e quem se beneficiará. Vamos continuar direcionando dinheiro público para quem já é rico, através de isenções, empréstimos “de mãe”, artimanhas financeiras, liquidação de aparelhos públicos a preço de banana despencada, e outros favorzinhos sujos? Ou vamos promover uma verdadeira justiça social e investir maciçamente em quem mais precisa, as camadas mais desfavorecidas da população?
    Já disse isso aqui e repito sempre: quem acredita que empresário privado está interessado em desenvolver o país e melhorar a vida por aqui, veio para este mundo sem muito cérebro. Ou então é tão mal intencionado como os abutres capitalistas.
    Empresário privado tem que pagar seus impostos e cumprir as leis determinadas pelos interesses do povo. O resto é caô de pilantra.

  2. CERTÍSSIMO! MUITO BEM!
    Uma das poucas vezes que concordo integralmente com algum texto deste site.

    Não adianta apenas resmungarmos e reclamarmos em redes sociais ou com amiguinhos, em palavras ao vento, precisamos formalizar nossas reivindicações.

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