O deputado federal Otoni de Paula (PSC/RJ) faz parte daquele grupo mais conhecido pelo que fala do que pelo que faz. Ele que fez aquela dancinha homofóbica quando da votação na Câmara de Vereadores para chamar a Tribuna da Casa de Marielle Franco, então recentemente assassinada. Ele foi o único voto contrário entre todos os vereadores, mostrando que há algo de ruim em seu coração.
Isso é confirmado com a última declaração de Otoni de Paula no Twitter, ao comentar sobre o projeto do deputado estadual Chico D´Angelo (PT) de mudar o nome da Ponte Costa e Silva, a Rio-Niterói, para Ponte Ator Paulo Gustavo.
Meu saudoso pai diria: “o que o c* tem a ver com as botas?” Dizer que a esquerda está usando a morte do ator de palanque eleitoral? Ele morreu por cauda do Covid-19, talvez se o deputado perdesse menos tempo em batalhas pseudo-ideológicas, que morreram em 1989 na Queda do Muro de Berlim, talvez ele e outras centenas de milhares de brasileiros estivessem vivos.
Antes que venham me chamar de esquerda, sou de direita, não sou bolsonarista, mas até votei nele. E assumo que sou sortudo de ter nascido homem, branco e hétero em um Brasil que diz não ser racista e não ter preconceitos. Sou conservador, burguês e de acordo com alguns leitores, higienista, mas isso não sou. Sou Católico Apostólico Romano, e preferia o Papa Bento XVI ao Papa Francisco, e acho que não houve golpe militar em 1964 e sim um movimento contra-revolucionário. Por outro lado, a continuidade dos militares foi um atentado à Constituição que eles próprios juraram defender.
Isso dito, acho justo, mais do que justo, justíssimo, que mudem o nome da ponte. O presidente Costa e Silva tinha suas qualidades, disso não tenho dúvida, mas para uma parcela grande da população do Rio de Janeiro ele não representa coisas boas, muito pelo contrário. Enquanto Paulo Gustavo lembra a alegria, lembra Niterói onde filmou seus principais filmes da série “Minha Mãe é Uma Peça“. Ele falava do subúrbio do Rio, andava na Zona Sul, era a alegria carioca em excência.
Você critica dar o nome de Paulo Gustavo à ponte porque a vida dele vale tanto quanto a das 400 mil vítimas do Covid, a qual diziam seus aliados ser uma gripezinha, e nada fez contra isso. E, realmente, vale, claro que vale, mas ele se torna um exemplo do que a dor causou em tantas famílias, como a de Paulo Gustavo que ficou despedaçada, sua mãe a quem amava e era amado, mesmo quando assumiu ser gay (você continuaria amando seu filho, deputado?). Tinha dois filhos e um marido que eram um exemplo de família (você acha que eles eram um exemplo de família? Provavelmente não).
Paulo Gustavo disse em uma entrevista à Revista Cláudia: “Minha mãe sempre me criou de um jeito legal e tolerante. Ela sempre disse que mais importante do que seguir uma religião é se conectar com Deus. Tem um monte de beata ranzinza por aí. Umbanda, igreja católica, já fui a tudo. Não importa a religião, o importante é rezar e ser do bem. Ficar preso a uma doutrina e não levar os valores de verdade, dentro de você, é bobo, é vazio.” E tem toda razão, ele é um cristão melhor do que, e mil vezes melhor do que você Otoni di Paula.
Paulo Gustavo ganhava bem, mas seguia o preceito cristão de dar aos mais pobres. Enquanto pessoas morriam sem oxigênio na Amazônia, doou cilindros. Enquanto pessoas que trabalharam com ele passavam fome, doou dinheiro para se manterem. Doou R$ 1,5 milhão para as obras da Irmã Dulce. Nada disso foi noticiado, fazia o bem porque era bom. Nós podemos dizer o mesmo? Sei que não posso.
Então, ele merece todas as homenagens possíveis. Um bom samaritano, um exemplo de alegria e de bondade, levado cedo porque o Brasil virou um território prolífico ao Covid-19 devido a erros de um governo que agora sofre uma CPI sobre o mesmo tema. Certamente se continuasse entre nós, Paulo Gustavo continuaria fazendo o bem, e muito mais em 1 dia do que o deputado Otoni Di Paula vai fazer em toda sua vida.
Quintino, seu texto é de grande lucidez. Parabéns por dizer a verdade. O problema é que ideias novas na cabeça de um fanático religioso ou fanático político têm pouca penetração. O ponto sobre o qual escreveu que talvez discorde é em relação a 1964. Mas é bom ler ideias diferentes. Talvez, nesse ponto, a verdade esteja com você e não comigo. O distanciamento histórico, ou seja, o passar dos anos, é que definirá o que de fato ocorreu em 1964.
Edivaldo, obrigado. É bom deixar claro a opinião para não achar que discordo do deputado por questões ideológicas, apenas por razões humanas e intelectuais.
Não preciso dizer mais nada. A Cristina disse tudo que eu queria dizer. Apenas queria chamar atenção para o fato de que queriam mudar o nome da rua Coronel Moreira César e Presidente Artur da Costa e Silva pelo nome dele. Freud explica a escolha de nomes de militares.Querem mudar a história, acabar com tudo. Que se dê o nome a um teatro!
Não sei vocês mas eu parei de ler no “acho que não houve golpe militar em 1964”
Obviamente, vc não era nascido na época para falar isso!!Quintino tbm não deveria ser nascido,mas pelo menos ele deve ter se informado da história real,e não da estória da carochinha q te contaram 20 anos em livrecos de história prá lá de suspeitos!!
Ficar renomeando as coisas existentes, aliás, a preocupação em nomear coisas mostra a visão da coisa pública de que quem sugere isso: uma grande Sucupira. Sr. Quintino, vá escrever mais, trabalhar mais e não dê gás pra polêmicas. Polêmica é algo que o Estado do RJ e esta Cidade do RJ não precisam. Já temos que chega.
Me poupe!!!Concordo com vc q Paulo Gustavo devia ser uma pessoa boa,alegre e tudo o mais.
Mas o q tem uma ponte a ver com ele?
Pelamordedeus!!!
Um teatro onde ele se apresentou seria muito mais condizente!!
Porque tem q se trocar nome de tudo?Construam algo e homenageiem ele,isso sim!!!
Com essas trocas,a história vai se perdendo….
Não seria uma homenagem, pois ninguém chamaria a ponte de outra coisa,q não RIO-NITERÓI!!!
Isso é um oportunismo ridículo!!!
Um ator tem q ser homenageado num TEATRO…Cacilda Becker,Cecília Meirelles, VilaLobos ,Ziembinsky!!Artistas tem q ser lembrados nos ambientes em q foram aplaudidos…..perde totalmente o sentido um aeroporto ser chamado de Tom Jobim…ainda chamo de Galeão!!
DEIXEM E QUERER APARECER COM A MORTE DOS OUTROS!!
Concordo em gênero, número e grau com o q vc falou,e Costa e Silva era uma pessoa boníssima tbm…
Quanto as vacinas,não querendo defender o Bolsonaro,q fala as burrices q vem na cabeça dele,sem filtro,vou sempre pesquisar diariamente qto q se está dando vacinas mundo afora. ..vou no OUR WORLD IN DATA….diariamente…e o Brasil é o QUINTO país em número de doses já dadas…está dando um banho nos paisecos europeus….A UE é uma vergonha…conheço gente q mora lá e estão até agora sem receber a segunda dose da Pfizer…tripudiaram da Astrazeneca pelo simples fato de não terem recebido as vacinas prometidas..Tenho parentes no Canadá, e aquilo lá está uma VERGOOOONHA total!!!População ínfima, mal gerenciamento…um horror!!
Os únicos países com boa vacinação são os produtores…
Então, apesar de tudo (e contando com a Coronavac),o Brasil está muuuuito bem no quesito VACINA!!AS pessoas deveriam ver os DADOS REAIS ao invés de só se informarem pelas globonews da vida!!!