Quintino – Pedro Paulo, o vice inevitável de Eduardo Paes

A verdade é que se for votar em Eduardo Paes em 2024, só Pedro Paulo garantirá o mesmo trabalho e a popularidade do prefeito garante uma chapa puro sangue

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Divulgação

Embora o prefeito Eduardo Paes (PSD) nunca tenha declarado abertamente, é de conhecimento geral que ele nutre o desejo de ter como vice em 2024 seu maior parceiro e aliado, o deputado federal Pedro Paulo (PSD). A parceria entre os dois remonta aos tempos em que Paes ocupava o cargo de subprefeito da Barra e Jacarepaguá, totalizando quase 30 anos de colaboração. Um período considerável na política, onde a traição é mais comum do que a lealdade.

Pedro Paulo, de fato, trilhou os mesmos caminhos de Eduardo Paes. Ele assumiu como Subprefeito da Barra em 2001, durante a 2ª gestão de Cesar Maia. No ano seguinte, ocupou a posição de secretário de Meio Ambiente. Entre 2007 e 2011, exerceu o cargo de deputado estadual, e desde 2011 vem sendo eleito deputado federal. Além disso, desempenhou papéis-chave no governo de Paes, sendo secretário de Governo nas primeiras gestões e de Fazenda e Planejamento no terceiro. No último caso, mesmo contrariado, aceitou a responsabilidade, uma vez que o prefeito necessitava de alguém em quem confiasse, mesmo que isso significasse abrir mão de seus planos em Brasília.

Candidatura a prefeito

Respectivamente, Pedro Paulo, secretário municipal de Fazenda e Planejamento, e Eduardo Paes, prefeito do Rio
Foto: Paulo Johas/PCRJ

A parceria entre Paes e Pedro Paulo atingiu seu ápice quando este último foi indicado como o candidato de Paes à sua sucessão em 2016. Amparado pelos recursos e pelo prestígio dos Jogos Olímpicos do Rio, a expectativa era de uma campanha de grande sucesso. No entanto, mesmo com esses elementos favoráveis, Pedro Paulo ficou em 3º lugar nas eleições, obtendo 488.775 votos, o que representou 16,12% do total. A disputa foi para o segundo turno, com Marcelo Crivela (PR) e Marcelo Freixo (PSol) se enfrentando, sendo Crivela eleito posteriormente. Esse resultado certamente foi um desafio inesperado para a dupla, evidenciando a imprevisibilidade da política eleitoral.

Quatro motivos são dignos de nota para Pedro Paulo não ter conseguido avançar. Houve a divisão de candidatos de centro e direita. Além do candidato de Paes, havia Indio da Costa (PSD), Carlos Osório (PSDB) e Flávio Bolsonaro (PSC). A queda da Ciclovia Tim Maia, sem dúvida, também foi uma mácula na gestão Paes, atingindo diretamente a campanha do MDB. Vale ressaltar que a própria campanha teve erros crassos, como a ausência do prefeito no início, o que pode ter interferido para que Pedro Paulo pegasse tração.

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Pedro Paulo Bate em Mulher Quintino - Pedro Paulo, o vice inevitável de Eduardo Paes

Violência Doméstica

O principal fator que contribuiu para o insucesso de Pedro Paulo foi um episódio de violência ocorrido em 2010, que ressurgiu em 2015 e não recebeu uma resposta adequada. O incidente teria ocorrido em 7 de fevereiro de 2010, quando o deputado federal teria agredido sua então esposa, Alexandra Marcondes, após ela questioná-lo sobre fios de cabelo castanho e um sutiã encontrados no quarto.

Após o ocorrido, o casal se divorciou, e o caso se arrastou por seis anos na polícia e no Ministério Público. No entanto, em agosto de 2016, a Procuradoria Geral da República solicitou o arquivamento da denúncia contra Pedro Paulo por falta de provas, uma decisão acolhida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.

Mas aí era tarde demais, a campanha do candidato a prefeito não respondeu bem. Em um momento, havia admitido que o incidente ocorreu; em outro, negava. Nas redes sociais, surgiu o meme “Pedro Paulo bate em mulher“, e ele próprio reagia de forma ríspida nos debates quando o tema era abordado. Assim, parecia que sua vida política para cargos majoritários tinha acabado.”

O Marido de Tati Infante

Nosso Camarote Tati Infante e Pedro Paulo Quintino - Pedro Paulo, o vice inevitável de Eduardo Paes

Porém, na política, não existe essa tal de morte. Pedro Paulo se juntou com a comediante, atriz e influenciadora Tati Infante, que, com um talento sem igual, parece ter apagado as denúncias anteriores contra o político. Em suas redes sociais, sua vítima preferida é o marido, com piadas de duplo sentido ou sobre uma rotina sem glamour, indo além do que se espera de uma mulher ligada a um político.

Infante realizou pelo companheiro e agora marido o que nenhum marqueteiro no mundo seria capaz de fazer: limpar a imagem. Foi um trabalho impecável, que, se feito de forma profissional, lhe garantiria uma carreira internacional no marketing político. Isso permite que no próximo ano Eduardo Paes possa pensar em Pedro Paulo como seu vice sem medo de perder votos devido ao episódio trazido à tona em 2015.

O Vice que será Prefeito

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Centro Administrativo São Sebastião (Cass), sede da Prefeitura – Rafael Catarcione/Prefeitura do Rio

De acordo com a pesquisa Prefab Future divulga nesta sexta-feira 24/11, 47,2% dos cariocas aprovam o governo de Paes e apenas 34,5% o rejeitam. Para efeito de comparação, o governador Cláudio Castro é rejeitado por 59,8% dos cariocas. Já na pesquisa para prefeito do Rio em 2024, Eduardo aparece com 34,8%, vencendo no 1º turno, o 2º lugar está com o deputado do PSol Tarcísio Mota, que tem 6,2%, seguido por Otoni de Paula, MDB, 6,1%, Marcelo Queiroz (PP) e Alexandre Ramagem (PL), surgem com 4,5% e 2,7%.

Parece que não há ameaças a Paes, ou seja, nenhum partido tem como pressioná-lo a escolher um candidato a vice. Pelo contrário, eles desejam estar ao lado do vencedor, e a expectativa é que algumas candidaturas sejam retiradas para se unirem a Paes. Claro, essa união seria acompanhada de discussões sobre cargos no primeiro escalão, mas não necessariamente envolvendo a posição de vice, que nunca foi tão importante como agora.

É que em 2026, haverá eleição para governador, e Castro não é candidato à reeleição, nem é um poderoso eleitor. Espera-se que Eduardo Paes seja candidato para a vaga e um dos favoritos, para isso, terá que renunciar. O cargo de vice, então, se tornará o prefeito do Rio a partir de abril de 2026, com chances de reeleição em 2028. Portanto, será usado já nesta campanha como trunfo e alvo de ataques por parte de adversários.

Basta ver como foram os ataques ao nome de Marcelo Freixo como vice de Paes. Neste caso, a rejeição ao candidato do PT no Rio é tão grande que poderia levar esta eleição para o segundo turno e até mesmo resultar em sua derrota. Outro nome que não seja do grupo pode evitar que Paes renuncie, como aconteceu com Cesar Maia em seu terceiro mandato. Ele teve Otávio Leite (PSDB) como vice, impedindo que Maia concorresse ao cargo de governador em 2006.

O Vice Inevitável

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Pedro Paulo (Foto: arquivo)

É verdade, para quem não acompanha a política de perto, pode parecer que as eleições estão distantes, mas, na realidade, falta menos de um ano, e os debates já começam a esquentar. A perspectiva de Pedro Paulo como vice de Eduardo Paes se solidifica, especialmente se a campanha se basear na ideia de que o bom trabalho deve ser mantido, como evidenciado pelo tom de um vídeo promocional da Prefeitura do Rio. Nesse cenário, parece inevitável que o escolhido seja alguém do grupo do prefeito e, principalmente, alguém em quem haja extrema confiança. Pedro Paulo emerge como o nome mais provável para essa posição.

Claro, ainda no círculo de confiança há o primeiro-ministro Eduardo Cavalieri. Se precisar de votos e carisma, o secretário de Saúde, Daniel Soranz, ou alguém um pouco mais fora do círculo, para demonstrar boa vontade com os vereadores, o presidente da Câmara, Carlo Caiado. No entanto, mantidas as Condições Normais de Temperatura e Pressão, parece que o favorito para a posição é o marido de Tati Infante, que se tornaria o vice em 2024, enquanto ela assumiria o papel de Primeira-Dama em 2026.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Não será o Pedro Paulo. Os resultados de 2016 mostram que, se aquela campanha do “bate em mulher” fez barulho, imagina hoje em dia, com muito mais pessoas compreendendo o feminismo brasileiro.

    O escolhido será o doutor! Pode anotar!

  2. Bom, de acordo com a sua vontade, PP não bate em mulher, e, ainda, de acordo com sua vontade, não virá Freixo como vice (o que vc não quer de jeito nenhum, por isso a reportagem)

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