Quitandinha: Moradores acusam Sesc de má administração do Condomínio

Recursos em caixa seriam provenientes de condomínios há anos devidos pela entidade e que finalmente foram pagos, mas estariam sendo empregadas em obras indiscriminadamente

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Foto: Antonio Pinheiro

Um dos palácios mais icônicos de todo o Rio de Janeiro, o Quitandinha, em Petrópolis, tem se tornado motivo de preocupação para os proprietários dos apartamentos desde que o Sesc passou a administrar e ocupar o local. O velho hotel hoje é um complexo multiuso. Enquanto os apartamentos são de vários donos, as antigas partes comuns do velho hotel pertencem hoje ao Sesc. A instituição deveria pagar, desde 2016, o condomínio do espaço, onde hoje funciona um centro cultural e é alugado inclusive para casamentos. A taxa condominial também vem sendo paga pelos responsáveis pelos 426 apartamentos, de vários tamanhos e tipologias, do edifício.

No entanto, segundo os moradores, o Sesc, que perdeu na justiça e foi obrigado a pagar os retroativos em 2022, tem realizado uma manobra considerada por eles “superfaturada”, fazendo apenas obras e não repondo a receita do condomínio. “O que esperar disso? A primeira advogada que defendeu o Sesc foi justamente a ex do Sérgio Cabral, condenada a 13 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Adriana Ancelmo, por volta de 2016. Agora, temos R$ 18 milhões em conta, por enquanto, pois já gastaram R$ 3 milhões em obras que saltaram de valores como R$ 295 mil para R$ 963 mil em apenas um ano. E a empresa que realiza esses tipos de demanda, simplesmente, foi aberta há 45 dias antes da concorrência. Ainda vamos desembolsar mais R$ 5 milhões em tubulações, mas nem brigada de incêndio tínhamos em 2022. O dinheiro está escoando“, alerta um dos proprietários dos apartamentos.

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Exuberante Palácio Quitandinha, em Petrópolis, hoje é administrado pelo Sesc e tem causado revolta de proprietários pela falta de pagamento de condomínios Foto: Divulgação

Além dos problemas internos, conforme a coluna Bastidores do Rio, publicada nesta quinta-feira no DIÁRIO DO RIO, o Quitandinha ainda convive também com o problema externo da favelização nos arredores, um mal que aflige Petrópolis na conturbado gestão do controverso prefeito Rubens Bontempo. Inclusive, a comunidade foi uma das atingidas na última grande tragédia na cidade, causada principalmente pela porca gestão de recursos públicos na Cidade Imperial.

Cartão-postal da cidade, o Palácio Quitandinha foi construído em 1941 para ser um hotel-cassino, o maior da América do Sul. Pelos salões, além de celebridades nacionais como Carmen Miranda, passaram reis e até Walt Disney. Com a proibição de jogos de azar, o proprietário iniciou a venda dos apartamentos em 1963 e, atualmente, mantém a arquitetura rococó hollywoodiana com a fachada em normando-francês, uma grande referência da cidade que recebeu a colonização alemã.

Em nota, a assessoria do Sesc alegou que o Condomínio do Edifício Hotel Quitandinha recebeu uma quantia proveniente de uma ação de cobrança de cotas condominiais, recursos esses, portanto, pertencentes única e exclusivamente ao Condomínio. Por força de uma decisão de assembleia realizada em setembro de 2022, parte desses recursos ficou destinada para execução de obras necessárias no empreendimento, com a devida planilha demonstrada e aprovada no citado encontro. Dessa forma, a atual administração possui o dever jurídico de dar cumprimento ao que fora aprovado, promovendo as obras deliberadas dentro das atribuições estipuladas na legislação.

O órgão ainda negou que houve aumento de valores das obras em um ano e completou que “a administração obteve até reduções significativas frente ao projetado, o que vem contribuindo para uma saudável economia em razão dos valores que foram afetados para as contratações. Há um planejamento organizado, devidamente apresentado na última assembleia“.

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VIAAmanda Raiter
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Formada em Comunicação Social desde 2004, com bacharelado em jornalismo, tem extensão de Jornalismo e Políticas Públicas pela UFRJ. É apaixonada por política e economia, coleciona experiências que vão desde jornais populares às editorias de mercado. Além de gastar sola de sapato também com muita carioquice.

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