Rio das Artes: Madeiras moldam os 100 anos de Zanine

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Foto: João Pequeno

Centenária madeira

O período em que dados do governo apontam alto crescimento de queimadas florestais coincide com a mostra de um estilo de arquitetura moldado para chamar a atenção do subaproveitamento da madeira no país, que, por consequência, contribui para aumentar o desmatamento. Trata-se de um mais importantes ramos da atuação José Zanine Caldas (1919-2001), cujo nascimento completou um século no último 25 de abril e que é tema de exposição em cartaz até novembro no do Museu de Arte Moderna.

É uma “Coincidência em data bem oportuna”, destaca Tulio Mariante, especialista em design do MAM e curador de “Zanine 100 anos – Forma e Resistência”, que transforma o foyer (térreo) do museu em uma sala de estar com 18 peças feitas entre as décadas de 1960 e 1980 pelo arquiteto e paisagista, todas – inteiramente ou parcialmente – em madeira.
Zanine 100 anos – Forma e Resistência – MAM Rio

Definidas como “móveis-denúncia”, elas vão de mesas a uma “namoradeira” (espécie de poltrona dupla, passando por sofá e base para rede – o “Redário”. Por se tratar de design de móveis, o conceito utilitário é levado a sério: ao contrário da regra comum em exposições, o visitante pode não apenas tocar como se sentar no mobiliário de madeira, que, afinal, foi feito para isso.

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Foto: João Pequeno

Mas como denunciar o desmatamento… usando peças feita de madeira? O curador explica:

“Você pega uma árvore grande e, até chegar à lâmina que se usa para fazer móveis, joga fora um monte de galhos, cascas e demais pedaços que não são compridos”, ressalta, sobre a forma de extração que, segundo ele, causa desperdício e leva ao aumento do desmate, pela necessidade de, então, se cortar mais árvores do que se essas partes fossem aproveitadas.

“O Zanine combatia isso e uma das maneiras que ele usava para tornar as pessoas conscientes disso era fazer peças com restos de madeiras gigantes que eram jogados fora. Com esses restos, ele fazia móveis, esculturas e, com isso, queria chamar a atenção para como esse descarte levava ao desmate abusivo das nossas florestas”, acrescenta. 

Somente uma peça da exposição é do próprio MAM. As demais “são de casas de colecionadores e da família Zanine, que é a produtora da exposição e quem conseguiu praticamente todo o acervo”, detalha o curador.

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O artista e seu trabalho (reprodução)

Uma das principais fontes da mostra são os anos 1970, quando Zanine, após se firmar como maquetista dos principais arquitetos do modernismo, como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, foi morar em Nova Viçosa (BA). “Ele foi inclusive o urbanista da cidade e usava, profissionais locais especializados em fazer barcos a mão”, explica Tulio Mariante, que o credita por abrir consciência em relação ao maior aproveitamento da madeira, sendo considerado, ainda, um pai do design brasileiro. “Hoje,m no universo dos designers existe uma consciência grande em relação a esse desuso das madeiras e à possibilidade de utilizar esses restos. Conheço vários artistas e designers que utilizam restos de madeiras recolhidos em marcenarias, que não querem. E fazem coisas super criativas”, garante.

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Zanine 100 anos – Forma e Resistência

Museu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo (altura do Castelo). Tel.: 3883-5630. Terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Até 17 de novembro. Entrada: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia). Grátis às quartas-feiras.

das 9h às 21h. Entrada gratuita.

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(João Pequeno)


Darwin: Origens e Evolução

Estreia nesta sexta (30), com 295 peças que vão de acervos históricos a obras de arte atuais, mostrando a trajetória do naturalista inglês Charles Darwin até a Teoria da Evolução das Espécies, incluindo sua passagem pelo Brasil, em 1832. Museu do Meio Ambiente. Rua Jardim Botânico, 1008. De terça a domingo das 10 às 18 horas (com entrada até as 17 horas). Até 30 de outubro. 

Ai Weiwei – Raiz

Uma imensa instalação com mil bicicletas em frente ao cultural dá as boas vindas à exposição do chinês, que inclui uma imersão pela cultura brasileira em seu método de trabalho. CCBB. Rua Primeiro de Março, 66, Centro (em frente à Candelária). Tel.: 3808-2020. Até 4 de novembro, de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h.

Diversas

Animais coloridos, lendo livros, são o mote da mostra que Augusto Herkenhoff expõe até 12 de novembro no espaço Zagut (Shopping Cassino Atlântico. Av. Atlântica, 4240, loja 315, Copacabana-Posto 6). Tel.: 2235-5946. Das 10h às 13h e das 14h às 18h, de segunda a sexta. Sábado, das 10h às 13h. Até 12 de novembro.

Carlos Vergara – ProspectivaMuseu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo (altura do Castelo). Tel.: 3883-5630. Terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Até 12 de janeiro de 2020. Entrada: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia). Grátis às quartas-feiras.

Cinema

Filmes que estrearam na última semana:

Projeto Gemini

10 de outubro de 2019 / 1h 57min / Ação, Ficção científica

Com Clive Owen e Mary Elizabeth Winstead, no elenco, o novo thriller de ficção científica dirigido por Ang Lee traz a decadência do melhor assassino do mundo, vivido por Will Smith. Velho e menos confiável, ele passa a ser o alvo, quando seus chefes decidem eliminá-lo, criando um clone mais forte e jovem, que tem a missão de matá-lo.

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O Pintassilgo

10 de outubro de 2019 / 2h 30min / Drama

A vida de  Theodore Decker (Oakes Fegley) sofre uma reviravolta a partir de um atentado terrorista no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, no qual sua mãe é morta e ele acaba levando consigo um anel com o brasão de sua família e o quadro “O Pintassilgo”, que estava em exposição. Com Nicole Kidman e direção de John Crowley.

Morto Não Fala

Daniel de Oliveira é Stênio, plantonista de um necrotério que possui o dom de se comunicar com os mortos, até que, em uma das conversas, o cadáver revela segredos sobre a própria vida dele.

A Princesa de Elymia

Animação com a história de Zoé, uma menina de dez anos, cuja vida muda quando ela encontra o portal para o Reino de Elymia, na Pedra da Gávea, e precisa aprender a usar a magia para derrotar bruxos, dragões e monstros.

Amor Assombrado

10 de outubro de 2019 / 1h 31min / Drama

A escritora Ana Clara (Vanessa Gerbelli) vive em conflito com seus próprios contos, que eles se misturam com sua vida real, da adolescência à idade adulta. 

Em Guerra

Liderados por seu porta-voz Laurent Amedeo (Vincent Lindon), os 1,1 mil empregados de uma fábrica se revoltam quando seus donos resolvem fechá-la totalmente, descumprindo um acordo feito dois anos antes.

Greta (Brasil, 2019)

Enfermeiro de 70 anos, Pedro (Marco Nanini) sequestra Jean (Démick Lopes), paciente recém-chegado ao hospital público onde trabalha, em Fortaleza. Ele o abriga em sua casa, a fim de abrir uma vaga para receber sua melhor amiga, Daniela (Denise Weinberg), artista transexual que enfrenta graves problemas de saúde. Direção de Armando Praça.

Luna (Brasil, 2019)

Luna (Eduarda Fernandes) e Emília (Ana Clara Ligeiro) se conhecem no primeiro dia de aula do último ano do colégio e se tornam grandes amigas, até que uma foto íntima da primeira é vazada nas redes sociais. 

(Locais e ingressos online em links nos nomes de cada filme)

Teatro

Folhas de vidro

No texto de Philip Ridley, com direção de Michel Blois e Alexandre Varella, membros de uma família tentam dar sentido a suas vidas após morte de seu patriarca, cujas lembranças os atormentam.

Teatro Poeira. Rua São João Batista 108, Botafogo. Tel.: 2537-8053. Quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h. Entrada R$ 60 (inteira) / R$ 30 (meia). Até 3 de novembro.

Mojo Mickybo

Diego Morais dirige a peça de Owen McCafferty, em que Pedro Henrique Lopes e Cirillo Luna interpretam dois meninos que, pertencendo a lados opostos de uma cidade dividida vivem uma amizade improvável. 

Teatro XP Investimentos. Jockey Club. Av. Bartolomeu Mitre 1.110, Gávea. Tel.: 3807-1110. Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 20h. Entrada: R$ 70 (inteira) / R$ 35 (meia). Até 27 de outubro.

Quando as pessoas andam em círculos

Gustavo Bicalho assina o texto, com Daniel Belmonte, e dirige, com Henrique Gonçalves, a peça da Artesanal Cia. de Teatro abordando as histórias de jovens que, durante uma festa, precisam enfrentar questões pessoais. Com Bruno Jablonski, Cirio Acioli, Gabriel Rochlin e outros.

CCBB. Rua Primeiro de Março 66, Centro (em frente à Candelária). Tel.: 3808-2020. Quinta a segunda, às 19h30. Entrada: R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia). Até 25 de novembro.

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Jornalista especializado em versatilidade desde 1998, de polícia a política, já cobriu das eleições de 2010 à recessão econômica de 2015/2016. Colabora com o canal Rio das Artes, divulgador de cultura e entretenimento na Cidade Maravilhosa.

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